Perdoem-me amigos por me abandonarem

Se não foi a primeira,  foi certamente uma das primeiras peças teatrais a que assisti, de autoria de nosso dramaturgo  maior - Nelson Rodrigues - tem o nome (título) de "Perdoa-me por me traíres" de onde usurpei a ideia do titulo desta postagem.

Velhos amigos - e até parentes - deixaram de frequentar este espaço virtual por razões políticas.

Não os condeno e muito antes pelo contrário admito que dei causa.

Alguns clientes passaram a me olhar de maneira diferente, como se eu represente uma ameaça comunista ou, pior, seja favorável ou tolerante com a corrupção.

É um erro debater  política fora de espaços acadêmicos, distante de paixões irracionais. Exige certo grau de cultura.

Nas esquinas e botequins é propício debater futebol, mulher e o famigerado VAR, não necessariamente nesta ordem.

Por outro lado na mesa de refeições e em blogs,  é desaconselhável, conversar sobre política e religião.

Na mesa de refeições por causa do risco de indigestão e em blogs porque, bem, sendo espaço democrático, todo mundo opina...

Aqui, em treze anos, só fizemos censura à pornografia gratuita, à baixaria desqualificada.

Acho que devemos ficar nas amenidades, diários de viagens, filmes e seriados do Netflix, piadas e memes. E, talvez, culinária e gastronomia.

Durante um bom tempo, um primo radicado nos USA, para minha alegria, participava do blog, seja como redator de postagens, seja com comentários. Escafedeu-se porque eu implico como Flamengo.

É perigoso opinar mesmo sobre simples costumes sociais e modismos, porque criticas são entendidas como pessoais. 

Acho tatuagens um horror, mas parentes as fizeram. Manter cães em apartamento para mim é crime; tanto sob o ponto e vista do animal, cujos ancestrais  gozavam de plena liberdade, quanto em relação aos vizinhos que ficam obrigados aos transtornos por eles provocados.

Condeno os mochileiros urbanos, por sua falta de educação em ambientes fechados, como elevadores, transporte público, etc.

Motocicleta, para meu gosto, ficaria confinada em velódromo.

Na democracia, inaceitável para o capitão, a diversidade de credos, etnias, conceitos filosóficos, é o bem maior para uma sociedade e não abro mão.

Deus, se existe, "deve estar de saco cheio" como diria o poeta. Viram só? Nem Ele que "está acima de tudo" é unanimidade.

Enfim, você gosta de bem passado, mal passado ou ao ponto o filé mignon do jantar?