Tem algumas histórias que se não são verdadeiras, deveriam
ser, porque como aquele gol que Pelé não fez, tentando surpreender o goleiro chutando
do meio do campo, entram para a história, para a enciclopédia, pelo ineditismo (na
época), pela criatividade, pela rapidez de raciocínio.
Refiro-me àquela na qual durante uma recepção, já com dois ou
três doses de whisky na cuca, teria dito a uma das senhoras presentes que ela
era muito feia. A referida senhora respondeu na hora: e o senhor é um bêbado.
Ao contínuo o primeiro ministro britânico retrucou: a
diferença é que amanhã pela manhã estarei curado da bebedeira, já a senhora ...
Bem, tenho Churchill como uma das celebridades importantes para
o mundo ocidental, para a liberdade e para a democracia.
E é a ele que recorro pra explicar minha aversão ao Bolsonaro,
que não tem sido bem aceita e compreendida aqui no blog.
Tínhamos um mal delineado no horizonte, que era a
possibilidade de perpetuação do PT no poder central. Para mim, anticomunista
convicto, um mal a ser combatido com as armas disponíveis. E a arma, em 2018,
chamava-se Bolsonaro.
Então votei nele, como uma partida, não como uma chegada.
Onde entra o Churchill nesta narrativa? Não lembrava do
episódio, mas em recente leitura de coluna jornalística voltou-me a memória o
seguinte fato que pretendo comparável a minha posição frente ao presidente.
Churchill era, sabidamente, declaradamente, anticomunista,
mas apoiou Stalin quando Hitler invadiu a Rússia.
Questionado como podia apoiá-lo, deu a seguinte resposta: se
Hitler invadisse o inferno seria capaz de apoiar o demônio.
Ora, havia um mal maior, chamado Hitler. Um adversário
ideológico - Stalin - precisava de apoio para enfrentá-lo, e Churchill não se
fez de rogado.
Isso não significava apreço ou amizade e identificação com o
tirano soviético. Tanto é assim que se o invadido tivesse sido o inferno ele
teria apoiado o diabo de igual modo, conforme explicitou.
Apoiei - porque votei nele - o Bolsonaro, circunstancialmente. Teria votado no abominável homem das neves se
preciso fosse.
ResponderExcluirMuita gente (100 mil), em sinal de protesto, na década de 1950, em São Paulo, votou na rinoceronte Cacareco, nas eleições municipais.
Já no Rio de Janeiro, e na década de 1980, o macaco Tião recebeu 400 mil votos na eleição municipal.
Não votei nem em uma e nem no outro. O único animal no qual votei, foi no jumento. Preciso dizer quem foi?
E eu num molusco, na 1ª vez .....
ResponderExcluirNão me arrependo dessa vez ... por enquanto. PT nem pensar ! A causa foi justíssima.
O Churchill foi fenomenal !
ResponderExcluirEx-bolsonaristas militantes ora arrependidos:
https://www.terra.com.br/noticias/brasil/politica/ex-bolsonaristas-apontam-traicao-pra-isso-fomos-as-ruas,31b6695149a0b452a446bd8e715b666c1hwm15eo.html
Bem interessante sua abordagem, Carrano. Não vou discutir o mérito da questão, pois bem sei que não vai resolver nada. De política, quero distância, pois não acredito naqueles que a praticam. Mas, fiquei atraído por uma preliminar, quando você relatou o episódio do Churchil, ao ofender uma senhora num acontecimento social. Como você relatou, ele, já com uns whiskys na ideia, chamou uma mulher de feia. Ela replicou com muito sangue-frio e ele teria treplicado. Não resta dúvida de que ele foi muito grosseiro, pois a beleza é algo que as mulheres muito preservam. Mas, acho que Churchil está desculpado pelo grande estadista que foi e pelo importante papel que teve na Segunda Guerra Mundial.
ResponderExcluirJá aqui, no nosso Brasil, um certo deputado federal ofendeu uma colega parlamentar dizendo "que ela não merecia nem ser estuprada"... E, pior, não tinha bebido nenhum whisky. Ofensa gravíssima, não acobertada pela imunidade parlamentar, e que resultou em processo contra a honra. A diferença é que o aludido parlamentar não é nenhum estadista e nem vai salvar o Brasil das mortes do COVID-19... Pelo contrário...
ResponderExcluirComo dizia um amigo, com o qual perdi contato, falou e disse.
ResponderExcluirA ONU está de olho:
https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2020/06/15/relatoria-da-onu-questiona-acao-do-governo-bolsonaro-contra-sociedade-civil.htm