9 de março de 2020

DRAMALHÃO



Se eu colocasse somente a letra, certamente os mais jovens diriam que inventei. Então colocarei o link para que ouçam, na voz de Vicente Celestino, a música gravada.

CORAÇÃO MATERNO
Vicente Celestino
Disse o campônio a sua amada:
-Minha idolatrada diga o que quer?
Por ti vou matar, vou roubar
Embora tristezas me causes mulher.
Provar quero eu que te quero
Venero os teus olhos, teu porte, teu ser
Mais diga tua ordem espero
Por ti não importa matar ou morrer.
E ela disse ao campônio a brincar:
-Se é verdade tua louca paixão
Partes já e pra mim vai buscar
De tua mãe inteiro o coração.
E a correr o campônio partiu
Como um raio na estrada sumiu
E sua amada quão louca ficou
A chorar na estrada tombou
Chega a choupana o campônio
Encontra a mãezinha ajoelhada a rezar
Rasga-lhe o peito o demônio
Tombando a velhinha aos pés do altar
Tira do peito sangrando da velha mãezinha
O pobre coração
E volta a correr proclamando:
-Vitória, vitória tem minha paixão.
Mais em meio da estrada caiu
E na queda uma perna partiu
E a distância saltou-lhe da mão
Sobre a terra o pobre coração
Nesse instante uma voz ecoou:
-Magoou-se pobre filho meu
Vem buscar-me filho, aqui estou
Vem buscar-me que ainda sou teu!



Politicamente correta? De bom gosto? Paixão provoca mesmo este desatino? É como torcer pelo Flamengo?

Clique sobre a imagem e ouça.

3 comentários:

  1. Cruz credo! Com que rapidez veio a vingança da mãezinha!
    Vai postar "Churrasquinho de mãe" do Teixeirinha amanhã?

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  2. O "Churrasquinho de mãe" é na mesma linha. Para quem não sabe ou lembra, a música do Teixeirinha se chama "Coração de luto", mas ganhou o apelido acima, por causa da letra.
    Leiam:
    O maior golpe do mundo
    Que eu tive na minha vida
    Foi quando com nove anos
    Perdi minha mãe querida
    Morreu queimada no fogo
    Morte triste dolorida
    Que fez a minha mãezinha
    Dar o adeus da despedida

    Vinha vindo da escola
    Quando de longe avistei
    O rancho que nós morava
    Cheio de gente encontrei
    Antes que alguém me dissesse
    Eu logo imaginei
    Que o caso era de morte
    Da mãezinha que eu amei

    Seguiu num carro de boi
    Aquele preto caixão
    Ao lado eu ia chorando
    A triste separação
    Ao chegar no campo santo
    Foi maior a exclamação
    Cobriram com terra fria
    Minha mãe do coração

    Dali eu saí chorando
    Por mãos de estranhos levado
    Mas não levou nem dois meses
    No mundo fui atirado
    Com a morte da minha mãe
    Fiquei desorientado
    Com nove anos apenas
    Por este mundo jogado

    Passei fome, passei frio
    Por este mundo perdido
    Quando mamãe era viva
    Me disse filho querido
    Prá não roubar, não matar
    Não ferir, sem ser ferido
    Descanse em paz minha mãe
    Que eu cumprirei seu pedido

    O que me resta na mente
    Minha mãezinha é teu vulto
    Recebas uma oração
    Deste filho que é teu fruto
    Que dentro do peito traz
    Este sentimento oculto
    Desde nove anos tenho
    O meu coração de luto.

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  3. Putz !!!

    Fui ali me enforcar .....

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