DIVIDINDO NOSSA CASA COM MARITACAS

Por 
RIVA






Nosso condomínio em Friburgo tem uma enorme área de Mata Atlântica, lotada de pássaros diversos, que encantam qualquer um que lá resida ou descanse por alguns dias.

Nossa frequência lá é baixa, em média uma vez a cada 45 dias. Já foi quinzenal quando nossos filhos eram menores e iam conosco. Atualmente vivemos aquela Síndrome do Ninho Vazio ... filhos também voam como os pássaros.

Como vocês devem saber, bichos e insetos adoram residências vazias. E assim foi com as maritacas, que decidiram morar no forro da nossa casa, desde novembro do ano passado. Na verdade nossa casa é um chalé com três pavimentos e seis apartamentos, onde o 3º pavimento é um duplex, com um telhadão em cima, formando um forro. O nosso.

Maritacas acordam cedo e fazem muito barulho, gritam mesmo. É muito bonito vê-las voando e gritando, mas não dentro do seu forro às 6 horas da manhã. A gente espantava batendo com uma vassoura no forro de lambris, mas elas sempre voltavam.

Chegamos em Friburgo no sábado de Carnaval, mais ou menos às 18h, para uma semana sabática. Sempre deixamos todos os circuitos elétricos da casa desligados, pois isso evita surpresas desagradáveis e gastos desnecessários. Acho que o único desconforto disso é a geladeira ficar desligada, ou seja, não tenho gelo quando chegamos – compro a 1ª leva na padaria, rsrsrsrs.

Quando a Matriarca Vascaína ligou os circuitos, um deles (o de nº 6) “explodiu” e desarmou não só nossa casa, mas o chalé todo. Alvoroço imediato dos moradores locais, o que houve !! isso e aquilo .... Uma das moradoras desceu gritando : “Quem fez merda ?” (deve ser torcedora daquele Time do Mal).

Meu procedimento foi :

- desligar novamente todos os meus 6 circuitos

- desci e religuei o disjuntor geral do chalé, para alívio dos moradores

- subi e religuei o disjuntor geral da minha casa

- religuei os meus 5 circuitos dentro de casa, deixando desligado o de nº 6

Esse circuito nº 6 alimenta o chuveiro elétrico do meu andar de cima (uma mansarda) e o forno de micro-ondas ( tem hífen, Profª Rachel? ) da cozinha.

No dia seguinte, domingo, fomos almoçar no maravilhoso restaurante VIVA RÔ, da nossa amiga Rosane. Perguntamos a ela quem era o eletricista que a atendia nas emergências, e ela nos indicou o Sr. Gilberto.

Viva Rô

Viva Rô

Fizemos contato e na 2ª feira ele veio nos atender. Além de tricolor, o Gilberto é um eletricista aposentado da companhia de energia elétrica local, com muita experiência em instalações.

Começou a fazer medições no quadro de energia, mas quando eu por acaso contei a ele que no andar de cima (a mansarda com banheiro) eu tenho um casal de maritacas enfurnado no forro há uns 2 meses, ele arregalou os olhos. Fomos lá para o andar de cima, ele abriu o alçapão para o forro e falou :

“Meu amigo, as maritacas comeram a instalação do seu chuveiro elétrico (eletroduto flexível e fios), e fecharam um curto circuito. Tem 2 filhotes aqui, mas um morreu aparentemente eletrocutado.”

Forro

Bom, resumindo ... ele fez o reparo na instalação e levou o filhote morto.

Ficamos em Friburgo a semana inteira e voltamos para Niterói hoje (sábado), mas as maritacas não saem de lá. Estão com o filhote que ainda não sabe voar. Nossa expectativa é :

- falta muito para o filhote aprender a voar e sair de lá ?

- vão sair mesmo, ou vão querer continuar por lá ?

Mansarda acima

No telhado

Consultamos a internet sobre o assunto. Entre fazerem seu ninho , ter e criar os filhotes, leva uns 5 meses !! E a única solução é fechar os vãos do telhado com uma tela. Além disso, na internet informam dezenas de casos de incêndios causados exatamente pela destruição de instalações elétricas. 

Estamos pensando também, caso estejam ainda lá na próxima vez que formos, chamar ou os Bombeiros ou a Polícia Ambiental, para tirá-las de lá.

Bonitinhas, mas depredadoras

São bonitas as maritacas, mas podiam ficar na mata, não é ?

E respondendo a minha vizinha : quem fez merda foram as maritacas !