12 de fevereiro de 2020

Não me enche o pacová



Haja bolsa escrotal para acompanhar noticiário, em todas as mídias.

Senão vejamos:


Policiais são assassinados quase diariamente, estando ou não em serviço ativo. Alguns são presos, quase diariamente, por ligações com tráfico e/ou milicias. Outros se aposentam e alguns estão afastados por doença (física ou mental).

Vai faltar efetivo e seremos obrigados a nos defender por conta própria. 

Muita gente critica a polícia por arbitrariedade, por truculência, por falta de preparo emocional. Pode até ser verdade. Pode não, é verdade; e o noticiário  não deixa mentir.

Mas vamos conjecturar, se você tivesse um filho homem e ele fosse policial, você estaria tranquilo e feliz?

Que tal subir o morro para atender a uma ocorrência ou cumprir um mandado de prisão e ser recepcionado com tiros de fuzil?

Um homem equilibrado, com atitude mental positiva, sensato, hábil negociador, bem treinado, teria que ser presidente da República e não policial.

Outra coisa irritante é militância política de "artistas" e "intelectuais". De araque, uns e outros. Porque não têm senso de oportunidade, não sabem que para tudo tem hora e lugar.

Se você quer protestar contra o establishment, ou contra regras e normas vigentes, não deve aproveitar a vitrine que certos eventos, com suas regras e normas propiciam.

É hipocrisia, canalhice, reivindicar verbas públicas para suas produções "artísticas" e depois ir para as festas e shows de premiação protestar contra governos e instituições promotoras dos eventos.


Ora se você recebe verba pública está se alimentando do sistema. Se você se produz e vai ao evento, com todos os custos envolvidos, está prestigiando a festa e caracteriza oportunismo a manifestação de protesto.


Equipe de "Aquarius" - Cannes 2016

E tem mais, comparecem produzidos para os tapetes vermelhos e com esperança de premiação, o que dá legitimidade ao ato.


Equipe de "Democracia em Vertigem" - Oscar 2020
A propósito quem banca as despesas da trupe? É dinheiro da Lei Rouanet? 

Quem está assistindo ou está presente na festa quer diversão, descontração e não presenciar inconformismo pontual de falsos moralistas.

É contra? Faz vaquinha, vende o carro, o sitio, a cobertura que ganhou, inclusive utilizando recursos oficiais, realiza seu projeto de forma independente. E não comparece a cerimônia se for indicado ou premiado. Isto é protesto.

Porque havia corrupção, quando o financiamento de campanha eleitoral tinha origem privada, criaram o financiamento via "Fundo Eleitoral" que em última análise é dinheiro nosso.

Sabem o tamanho da verba aprovada? Dois bilhões de reais.

Sabem para quê? Infernizarem nossas vidas. Ou você acredita em partido político?


Por fim, hoje, poque são intermináveis as ignomínias, as malversações de dinheiro público, a violência policial e pior ainda a da bandidagem, quero registrar a permanente insatisfação dos chamados analistas políticos.

Acompanhem comigo e discordem se tiverem fundamentos minimamente aceitáveis. A operação de resgate dos brasileiros que estavam na China, em função do coronavírus, foi bem-sucedida.

Aparentemente bem planejada e executada. Mas muitas vozes se elevaram para protestar contra a louvação da ação governamental, em especial do Ministério da Saúde, porque nossos hospitais estão abandonados e o atendimento a população é precário. 

Ora, é verdade que estamos mal das pernas no quesito saúde (e em vários outros), mas já imaginaram se não tivesse ocorrido conforme planejado o resgate dos brasileiros?

Vamos reconhecer e aplaudir o êxito da operação resgate, e criticar a má gestão regular da área de saúde. Mas no momento em que os brasileiros chegaram em segurança, estão devida e confortavelmente instalados na necessária quarentena, devemos reconhecer o mérito das autoridades envolvidas.

Misturar os momentos é leviandade, é militância política, ou pelo menos inoportunidade, o que não enobrece o jornalismo.

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