4 de março de 2019

Mais sorte do que juízo


Sempre tive mais sorte do que juízo. Isso desde sempre.

Escrevo o título, que não é criação minha, e sou levado a uma reflexão. Por que ao invés de sorte não escrevo proteção?

Sim, proteção de num santo, um orixá, um anjo de guarda. Esta dúvida me assalta há nos. Se duvido da proteção de meu santo de devoção, é porque falta-me fé.

Se não tenho fé posso ser atendido em minhas preces?

E quais seriam os limites da proteção que sei que tenho?

Há anos meu carro despencou pirambeira abaixo, estando na estrada de volta de Itacoatiara.


Estrada velha de Itaipu - obtida via Google

Leve arranhão no peito, menos pela queda do automóvel e sua colisão com uma árvore, que o livrou de cair sobre uma casa modesta logo a seguir, do que pelo fato da árvore ter espinhos.

Quando o carro colidiu com a citada árvore a porta se abriu e fui atirado para fora indo parar abraçado a uma outra menor, mas igualmente espinhenta.

O arranhão, com leve sangramento, um filete, foi provocado pelos espinhos.

Ora vejam só: perdi o controle da direção num choque lateral com outro carro que eu tentava ultrapassar. O carro deslizou cerca de três metros, ladeira abaixo, e tive apenas um leve arranhão no peito, que dispensou curativo. O banho resolveu tudo.



Almoço com o MIllar, na época do acidente
O banho foi tomado na casa do Mauricio Millar, que na época morava em Itacoatiara, posto que para lá, de volta, fui levado por um jovem casal que me resgatou no pequeno penhasco onde me precipitei.

Fui protegido porque poderia ter sido mais grave  o acidente? Ou se realmente eu fosse alguém protegido o acidente não teria ocorrido?

Eis a dúvida. Quais são os limites da proteção e quando ela efetivamente se manifesta?

Não aconteceu quando imprudentemente tentei a ultrapassagem, mas evitou uma consequência mais danosa. Por que?

Na verdade tudo é fruto de destino? Do acaso? Ou da sorte, como explicitado no título?


Nota do autor: o jovem casal que me socorreu, fez mais do que me resgatar e me amparar de volta até a estrada. Perguntaram para onde queriam que me levassem, em seu automóvel, e me defenderam das crítica e imprecauções de outras pessoas que interromperam o trânsito na estrada, pela curiosidade de ver o que acontecera com o motorista irresponsável, sendo este um dos vários impropérios a mim dirigidos.
Não sei, nunca soube, os seus nomes. E nem sei se agradeci suficientemente o socorro que me prestaram.

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