Na década de 1940, quando nasci, em plena II Guerra Mundial, as famílias tinham a seguinte configuração básica:
Pai, mãe e filhos. Os filhos já não eram tantos quanto na geração anterior, de nossos avós, mas ainda assim os filhos únicos eram raros.
Claro que falo da classe média, a qual pertencia, na base da margem de erro. No limite da classe pobre para a média.
O homem (pai e marido), exercia o pátrio poder e era o grande provedor das necessidades materiais da família.
A mulher (mãe e esposa) era a dona da casa, educava os filhos, lavava e passava a roupa, fazia a comida e limpava a casa mantendo-a sempre limpa e arrumada.
A minha cuidava para que os exercícios de casa estivessem feitos, que não esquecesse de levar a caderneta escolar e da porta declinava o mantra: "São Jorge te acompanhe, defenda e guarde".
Preciso fazer um adendo porque fugindo um pouco da padrão durante as primeiras séries primárias tive uma pessoa que me levava para o colégio. Chamava-se Norma e trabalhava no colégio como funcionária da secretaria.
Tal ocorria pelo fato de ter duas irmãs menores e minha mãe não teria com quem deixa-las em casa. E, claro, meu pai tinha cuidados em relação aos perigos das ruas. Que, convenhamos, não existiam. Não pelo menos como hoje em dia.
Na época de meus filhos, ou minha mulher os levava ou contratávamos condução escolar, até que eles pudessem ser emancipados para ir e voltar sozinhos.
Os pais eram responsáveis remotos pela educação do filhos, as mulheres estavam na linha de frente. A maioria das mulheres só exercia trabalho doméstico.
Os pais não precisavam fazer grandes alertas, reprimendas verbais, porque só com o olhar se faziam entender. E eram respeitado, muitas vezes temidos, mas aí são "outros quinhentos cruzeiros" para usar expressão da época.
Eram as mães que alertavam ser feio apoiar os cotovelos sobre a mesa de refeição, velava para que as mãos estivessem limpas, especialmente as unhas, para podermos sentar à mesa.
Na saída do banho as orelhas eram examinadas.
As crianças pediam licença, agradeciam e se calavam diante das conversas adultas. Pediam benção aos pais. Mas brincavam muito. Algumas brincadeiras eram só para meninos, como futebol, pular carniça, rodar pião ou jogar bolas de gude, mas as brincadeiras de roda eram mistas, assim com a da "pera, uva ou maçã" e do "chicotinho queimado".
Os meninos ou jogavam futebol ou, se maiores, iama praticar basquete. O voleibol era praticado basicamente por mulheres.
Atualmente os grandalhões tanto jogam vôlei quanto basquete, indiferentemente, levando em conta apenas o talento ou vocação.
As brincadeiras infantis, ao ar livre, foram substituídas por joguinhos eletrônicos no smartphone.
A organização familiar era muito confortável. Aprendemos disciplina, boas maneiras, respeito aos mais velhos e também às Instituições.
ResponderExcluirCreio que família, com ou sem a figura masculina (não vou cair na confusão do Gal. Mourão) é a célula mater da sociedade. O desempenho de seus membros, a observância de seus objetivos e papéis determina a qualidade dos cidadãos que insere na sociedade.
Não gosto de conversar sobre isso ... impotência total para resgatar as coisas certas mais simples.
ResponderExcluirQuando percorro hoje os subúrbios do Rio fico muito impressionado com a desordem urbana instalada. Não era assim. Eram construções simples mas ordenadas. Hoje é o caos.
Mães educando filhos ? Só as que estão sem trabalho, porque a maioria se não tem CLT tem algum trabalho informal para o sustento da casa. Os filhos ficam completamente desamparados e vulneráveis na localidade.
Escola ? Acabou a pública. Como dizem alguns, só voltará a ter qualidade quando filho de político for OBRIGADO a estudar em escola pública. Idem hospitais públicos para os políticos e suas famílias.
Enfim, nada mais será. E as correções necessárias, não creio serem todas possíveis constitucionalmente. Alguma coisa precisa ser realizada, profundamente.
Trabalho aqui no Centro do Rio. A desordem é total, um caos generalizado em termos de posturas, de educação, de informalidade, de sujeira, uma vergonha.
E o processo medieval da Soyuz finalmente deu pane (demorou) ... Murphy custou a acordar. Espero que russos e americanos caiam na real e evoluam ne$$e a$$unto.
Super feriadão a todos(as)!