11 de abril de 2018

Futebol não precisa de roteirista


Há muitos anos, na Grande Resenha Facit, a melhor mesa redonda sobre futebol já exibida na TV no Brasil, Nelson Rodrigues, que era um dos debatedores efetivos, disse entender de futebol porque este esporte é paixão, e ele afinal era um dramaturgo.

Mas futebol não precisa de roteiristas, de drama ficcional, de surpresas planejadas, porque o futebol realmente propicia amor, ódio, surpresas, dramas, sofrimentos, alegrias, angústias e finais imprevisíveis, surpreendentes, inusitados.

O caso mais recente, porque ocorrido ontem, terça-feira, dia 10 de abril, foi o resultado do jogo Roma 3 X 0 Barcelona, pala Copa dos Campeões da Europa. Querem resultado mais improvável, mais surpreendente?  A Roma precisava vencer, o que já seria um feito, mais ainda, precisava ganhar por três a zero para chancelar de vez sua classificação (perdera por 3X1, na partida anterior). E no time adversário estava o Messi, melhor jogador em atividade.

Além destes ingredientes como sofrimento, surpresa e emoção até o fim, ainda somos brindados, vez ou outra, com lances de bela plasticidade, como o gol feito pelo Cristiano Ronaldo no jogo contra a Juventus. Uma autêntica bicicleta que o Pelé assinaria. Obra para ser exibida no Louvre.

E este outro, do holandês Robin van Persie, na Copa do Mundo? Assista no YouTube, clicando em
https://www.youtube.com/watch?v=DeKSmd-hjwo&feature=player_embedded



Não é preciso apelar para a ficção para nos apaixonarmos pelo futebol. A realidade é, por si, apaixonante, eletrizante. Rememoremos a fase final do campeonato carioca. Flamengo, vencedor da Taça Guanabara, e Fluminense, vencedor da Taça Rio, entraram nas semifinais com a vantagem do empate. Perderam seus jogos. Na segunda e decisiva partida válida pelo título carioca, o Vasco, que vencera a primeira partida, jogava pelo empate. Perdeu tomando um gol aos 49 minutos da etapa final. Nas penalidades foi ineficiente.

Que tal a emoção dos vencedores? Que tal a dor e decepção dos perdedores? E as torcidas? Uma já comemorando intimamente, a outra quase aceitando a derrota por causa do tempo que faltava para o desfecho do jogo.

No futebol, salvo raras exceções (felizmente), não existe jogo ganho no papel. Os roteiros são todos improvisados. E no mais das vezes nos pegam de surpresa, para o bem para o mal.

Alguém lúcido, de posse plena de suas faculdades mentais, apostaria num 7X1 em favor da Alemanha, num jogo de Copa do Mundo, realizado no Brasil?

Quem poderia prever que o Vasco, perdendo de 3X0 para o Palmeiras no primeiro tempo, e jogando com um a menos por expulsão, viraria o jogo para 4X3 e sairia do estádio (Parque Antártica), com o título de campeão da Copa Mercosul, em 20 de dezembro do ano 2000?

Se um roteirista escrevesse uma obra de ficção contando uma história como esta, o leitor mais exigente diria que a situação era inverossímil e que por isso o livro não prestava. Mas a realidade, no futebol, muitas vezes parece ficção. 

6 comentários:

  1. Meu primeiro contato com a dramaticidade no futebol, ocorreu quando tinha 10 anos de idade.

    Foi em 1950, na derrota para o Uruguai na final da Copa do Mundo, por 1X2, em pleno Maracanã.

    Não estava lá, mas estive do fantástico 6X1 diante da Espanha e achava que o Brasil seria imbatível. O título seria questão de tempo. Não foi.

    ResponderExcluir
  2. A partida hoje realizada, envolvendo as equipes do Real Madrid e da Juventus, pela competição europeia de clubes, confirma tudo o quanto mencionei na postagem, em matéria de dramaticidade, surpresa, imprevisibilidade, decepções e comemorações.

    E não é que a história envolvendo a Roma e o Barcelona ia se repetindo na íntegra. A Juventus conseguiu a proeza de colocar três a zero no placar e, não fora uma penalidade duvidosa marcada aos 48 minuto do tempo derradeiro, haveria uma grande chance da equipe italiana despachar a espanhola da Champions League. Como aconteceu com o Barcelona alijado pela Roma, ontem.

    Nenhum roteirista, nenhum mesmo, escreveria uma novela, um conto ou um romance com tanta surpresa e dramaticidade. A realidade superou em muito a ficção em matéria de inverossimilhança.

    Só acredito porque assisti.

    ResponderExcluir
  3. Hoje a Juve amargou o sabor de uma incrível quase vitória, fugidia aos 48 do 2º tempo, com um penalty BEM marcado pelo juiz. Desespero !

    É pra morrer mesmo .... rsrsrsrsrs

    Por aí vcs imaginam a minha paixão pelo Fluminense, é como é difícil me desapegar disso tudo, quase impossível.

    Mas estava afetando não só a mim ...impactava a família, amigos, trabalho, tudo. Estava demais, ainda mais pela atual fase horrível do clube, com poucas chances de não cair pelas tabelas em 2018 e 2019. Vale a pena acompanhar ?

    Só que, meus caros, FUTEBOL É PHODA !!!!!!!! com PH mesmo !!!

    E que venha mais uma Copa do Mundo - acho que o Brasil vai ganhar.

    ResponderExcluir
  4. Manchetes na Espanha:

    https://globoesporte.globo.com/futebol/futebol-internacional/liga-dos-campeoes/noticia/jornais-catalaes-defendem-a-juve-roubo-do-seculo-mestre-em-arbitragem.ghtml

    ResponderExcluir
  5. Se não existisse o gato do CR eu nem ligaria para futebol. Ashuashuashua. Mas como o portuga se exibe nos jogos, eu até dou uma espiada.
    Por que não jogam mais bolas no campo para os rapazes correrem menos? Ashuashuashua

    ResponderExcluir
  6. Kayla,

    Alguns jogadores são tão "fominhas", individualistas, que seria o caso de dar uma bola só para eles.

    ResponderExcluir