Ele não pretende, segundo parece já haver afirmado, e ainda bem, pois minha opinião é de que não tem o perfil apropriado, se candidatar à presidência da República.
Mas não seria esta a razão pela qual não votaria em Sérgio Moro, numa eventual candidatura ao cargo de supremo mandatário, no pleito de outubro próximo.
E, sim, pela minha enorme decepção com sua conduta, criticável sob qualquer prisma, de receber - e até defender seu direito à percepção - o tal auxílio-moradia, uma excrecência no judiciário, que não passa de um rótulo falso, para camuflar uma inconstitucionalidade, uma imoralidade, uma iniquidade.
Aliás foi o próprio festejado magistrado que se justificou dizendo que o direito é discutível, mas "compensa a falta de reajuste dos vencimentos".
Menos mal, posto que outros juízes vendem sentença, para complementar renda ou compensar o falta de reajuste de seus vencimentos.
Outro não menos respeitado juiz de direito, responsável pelos processos da Lava-Jato aqui no Rio de Janeiro, faz pior, estuprando o diminuto resíduo de legalidade que se poderia admitir para percepção deste indecente benefício.
O juiz em questão - Marcelo Brêtas - recebe o benefício concomitantemente com a esposa, também ela magistrada, com a qual vive.
Todavia, nenhum ousou um escárnio maior do que o desembargador Manoel Calças, que ora preside o TJSP, ao explicitar que o valor "ainda é pouco", que se trata mesmo de "salário indireto" e arrematou com uma cara de pau de causar inveja ao Lula: "Eu recebo e tenho vários imóveis, não só um." É muita ironia para meu gosto.
Mas o autor intelectual desta imoralidade, responsável maior por estender a todos os magistrados esse ultrajante auxílio-moradia, foi o ministro Luiz Fux, ora no STF, que enquanto juiz de primeiro grau exerceu a magistratura aqui em Niterói, e é conhecido dos advogados mais antigos aqui nesta comarca interiorana.
Esta imoralidade coloca nos bolsos de cada magistrado R$ 4.300,00 reais por mês, e nos custa, como contribuintes, mais de R$ 800 milhões anuais.
Para entender bem a questão e avaliar se é justificável a minha indignação juntamente com a de milhares de outros brasileiros que estão a par da tramoia engendrada, da ilegalidade perpetrada por membros do poder que deveria ser o guardião da Lei Maior, sugiro a leitura da matéria assinada por Carol Proner (Doutorta em Direito) e Gustavo Fontana Pedronno (Doutorando em Direito), publicada no website #Carta, acessível através do primeiro dos links abaixo.
Se você é um brasileiro consciente, com um mínimo de formação política e defensor da legalidade, da moralidade no setor público, deveria ler. E tirar suas próprias conclusões sobre o que chamo de aberração jurídica, que provoca engulhos.
Nem o cão controlou o vômito |
https://www.cartacapital.com.br/blogs/conjunturando/a-inconstitucionalidade-do-auxilio-moradia
https://www.conjur.com.br/2018-fev-07/deputado-stf-cnj-bretas-devolva-auxilio-moradia?utm_source=dlvr.it&utm_medium=facebook
https://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/341036/Fux-%C3%A9-respons%C3%A1vel-pelo-esc%C3%A2ndalo-do-aux%C3%ADlio-moradia-diz-Janio.htm
https://oglobo.globo.com/brasil/presidente-do-tj-sp-ironiza-auxilio-moradia-diz-que-muito-pouco-22366503
Realmente, é uma vergonha, Carrano. Ainda bem que no meu tempo de magistratura, nada disso existia: auxílio-moradia, auxílio-alimentação, auxílio pré-escolar, auxílio-escolar, etc... Eu morava em Niterói e me deslocava todo dia para o Rio de Janeiro, para trabalhar. Esse auxílio-moradia é indecente. Como também é indecente o nepotismo e a promoção por "merecimento", bem como a indicação política dos ministros do STF. Ainda bem que saí cedo...
ResponderExcluirÉ por esta e outras razões igualmente nobres que somos amigos há mais de 50 anos.
ResponderExcluirLeio nos jornais de hoje que apenas 1% (um por cento) dos magistrados no RJ, não recebem o auxílio-moradia. E entre os juízes federais apenas 15% não recebem.
Quem, como eu, costuma ler as cartas dos leitores, publicadas nos órgãos de imprensa mais respeitados, tem visto a enxurrada de cartas criticando esta indecência.
Também alguns jornalistas independentes, em suas colunas têm levantado a questão.
Enfim, cada cabeça, cada sentença ...
Abração, amigo!
Comentário de Eliana Calmon, ex-ministra do STJ, ex-corregedora-geral da Justiça, sobre o indecoroso auxílio-moradia:
ResponderExcluir"O auxílio mina a credibilidade da Justiça, que já está desgastada."
Na mesma linha, da credibilidade e do respeito pelo Judiciário, assim se manifestou a presidente do STF, Cármem Lúcia:
"O cidadão brasileiro está cansado da ineficiência de nós todos, inclusive nós do Poder Judiciário".
Estou aplaudindo de pé, como o bonequinho do crítico cinematográfico.
Pessoal, desculpe a forma como vou escrever meu comentário, mas é a que melhor define o que quero dizer :
ResponderExcluirVergonha ? Eles estão "cagando e andando, para não fazer montinho" para o que todos nós achamos. Não sentem vergonha, não conseguem mais diferenciar o BEM do MAL.
Infelizmente não posso escrever aqui sobre solução para tudo isso.
PS: vagabundagem solta nas ruas de Niterói, e o prefeito aparece sambando na passarela .... Vergonha ?
Sou a favor da liberação de porte de arma para a população. Mas não estou falando de pistola não. Falo de armas automáticas mesmo. Como viver no faroeste sem armas ? Só maluco beleza !
ResponderExcluirNão votaria no Juiz Moro, se candidato fosse, mas por diferente motivo.
O Magistrado em pauta é graduado, pós graduado, mestre, doutor ou seja lá qual seja seu currículo. Especializou-se em operaçoes contra corrupção. Este é seu papel, condizente com sua formação.
Para exercer a Presidencia são exigidas qualidades e estômago forte. Poupemos o Juiz disso. Por outro lado é dele meu voto para compor o STF.
A indignação aumenta, a manifestação dos juízes já tangencia o escárnio, um comportamento deplorável.
ResponderExcluirhttp://painel.blogfolha.uol.com.br/2018/02/23/convocacao-de-paralisacao-da-ajufe-irrita-stf-e-amplia-rejeicao-a-auxilio/
Tema desconfortável:
ResponderExcluirhttps://oglobo.globo.com/brasil/presidente-do-trf-4-diz-que-debate-sobre-auxilio-moradia-desconfortavel-para-juizes-22427115
Uma imoralidade:
ResponderExcluirhttps://oglobo.globo.com/brasil/juizes-federais-aprovam-paralisacao-no-proximo-dia-15-de-marco-contra-fim-do-auxilio-moradia-22445049
Entrevista do juiz Sergio Moro, no dia 26 de março:
ResponderExcluirhttps://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/deixo-o-roda-viva-com-a-entrevista-de-sergio-moro/amp/