Consciente e sensato não interferi na opção religiosa de meus
filhos.
Sequer os levei ao batismo, como praxe na família e mesmo
tendo eu mesmo sido criado obedecendo aos preceitos da religião católica.
Enquanto cresciam não fiz nenhum movimento ou insinuação de
que deveriam trilhar este ou aquele caminho religioso. Foram livres para escolher,
em querendo, suas religiões. Até, se o
caso, para não adotarem nenhuma das reconhecidas.
O mesmo se deu no respeitante à opção profissional. Queria muito,
claro, que estudassem, porque fora de uma boa educação não há caminho seguro
para jovens com origem nos extratos mais baixos da sociedade, como era nosso
caso.
Sem talento para jogar futebol, por falta de habilidade
técnica, e sem vocação musical ou para a arte cênica, que permitem seguir
carreira artística, inexistem caminhos para ascensão social de jovens de origem
modesta.
E mais, dinheiro não é tudo. É importante ser aceito pelo
intelecto e pela cultura.
Bem, fui, digamos assim, um espeque para que não abandonassem
os estudos, mas sem orientar para esta ou aquela carreira, torcendo muito para
que suas opções fossem na direção das profissões mais valorizadas e respeitadas
desde meus tempos de escola primária: medicina, engenharia e direito.
Hoje há uma enorme gama de atividades, algumas consideradas
de nível universitário, cujos caminhos levam ao sucesso e à progressão social:
relações internacionais e informática/robótica, para citar apenas algumas.
Enfim, o fato é que não sugeri, e não deveria mesmo, que
seguissem este ou aquele caminho na direção da religião ou da profissão.
Houve um viés, entretanto, que me arvorei em guia-los numa direção:
a opção pelo clube de futebol para o qual devotariam suas paixões.
Ora vejam sós. Omiti-me e agi. Por razões distintas e
motivações inexplicáveis e agora fico exposto ao julgamento deles.
Peço perdão, se errei, seja pela ação, seja pela omissão.
Vasco no Chile
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