4 de janeiro de 2018

Falta de assunto ou falta de memória ?

Dou a mão à palmatória. Não é fácil escrever. Haja inspiração, haja assunto relevante. Hajam, até mesmo, acontecimentos mundanos, que justifiquem uma crônica, uma matéria jornalística, uma coluna em órgão de imprensa. Agora, em tempos mais modernos, que sirvam de mote para uma postagem num blog, num website.

Sem contar o fundamental: ter bom vocabulário, conhecer as regras de acentuação e pontuação, as concordâncias verbais e a grafia correta das palavras.

E os profissionais das letras, coitados, têm prazos de entrega para publicação.

Assim, é admissível que por falta de assunto, ou falta de tempo para desenvolver um texto original, repitam,  no todo ou em parte, matérias já publicadas.

Falo por experiência pessoal. Não sou profissional, não tenho compromissos com prazos, periodicidade e não tenho patrão, e ainda assim sei que já repeti assuntos ao longo dos nove anos de blog.

Minha infância, com nossos folguedos, brincadeiras (pique, carniça, chicotinho-queimado, etc), e jogos tais como peladas, bola-de-gude e outros conhecidos, já foi (a infância) objeto de várias postagens.

Assim como a cidade de Niterói no passado. Seu comércio, seus bares e restaurantes, os cinemas, os bondes, os colégios mais tradicionais, enfim tudo que diz respeito à cidade, nas décadas de quarenta, cinquenta e sessenta já foi comentado à exaustão aqui neste espaço virtual.

E de forma recorrente, em duplicidade. Quantas vezes tratei do trampolim na praia de Icaraí? Quantas e quantas vezes falei do Liceu Nilo Peçanha? E dos cinemas?

Mas tudo tem limite. Principalmente para profissionais que vivem de suas verves, suas inspirações, suas experiências.

Estou na legião de admiradores do Veríssimo. Falo do Luis Fernando, mas se você pensou que me referia ao Érico, tudo bem. A legião deste último é um pouco menor, infelizmente, mas ainda assim deveremos  compor centúrias.

Pois bem,  há exatos sete anos flagrei o Veríssimo repetindo crônica, no mesmo veículo, no mesmo espaço, num intervalo de apenas seis anos. E registrei o fato numa postagem encontrável em
http://jorgecarrano.blogspot.com.br/2011/02/variacoes-sobre-o-tema.html

Concedo ao cronista o mesmo benefício de poder ser repetitivo em assuntos que são de seu agrado. Amante de jazz e saxofonista diletante, é natural que vez ou outra volte ao tema, assim como com frequência volto a minha infância.

Na postagem cujo link de acesso está lá em cima, não coloquei as duas crônicas semelhantes do Veríssimo.

Mas aqui e agora o farei.







Nota do autor:
Sou admirador do Veríssimo. A única restrição que faço ao cronista é ele apoiar Lula e seus apaniguados. E à esquerda rançosa, mofada e atrasada.
A menos que tal postura seja uma de suas muitas irônicas piadas, próprias de seu fino senso de humor. Mas se assim é, confesso que não entendi.

7 comentários:

  1. Quem acessou até às 10:30h, viu que foi incluída em duplicidade a mesma crônica.

    Agora, corrigida a falha de edição, estão colocadas as duas matérias, sobre o mesmo tema, publicadas pelo Veríssimo num intervalo de seus anos.

    De minha parte, num intervalo de sete anos, abordei o mesmo assunto (rs).

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  2. Isso é normal, Carrano, para quem gosta de colocar no papel aquilo que lhe vem à mente. Todos nós temos nossos assuntos preferidos e, mesmo que procuremos diversificar aquilo que escrevemos, vez ou outra repetimos nossos temas prediletos. Mesmo que sob enfoques diferentes. Meu tema preferido é o Liceu, onde passei a melhor fase de minha vida. Sempre que a memória me ajuda, procuro relembrar algum fato de que participei ou ouvi contar da época do colégio. Relatos diferentes sobre o mesmo tema. Você deve ter reparado que pouco ou quase nada comento sobre minha passagem pela faculdade de Direito de Niterói, que pouco significou para mim. Da vida adulta, alguns episódios da época de advogado, promotor de Justiça e magistrado também são temas recorrentes das minhas modestas matérias. Quanto aos Veríssimos, mencionados por você, sou fã incondicional do pai, o Érico, pois li sua obra "O Tempo e o Vento" várias vezes e sempre com ela me deliciei. Do filho, não gosto muito.

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  3. Caro Carlinhos,
    Tive a alegria de compartilhar com você e outros amigos comuns uma parte de sua trajetória no Liceu Nilo Peçanha.

    Graças ao seu prestigio e popularidade, e a luxuosa colaboração do Irapuam, fui eleito em dois pleitos para a presidência do nosso Grêmio.

    Vocês eram bastante conhecidos e estavam integrados de corpo e alma ao colégio. A utilização do serviço de som, nos horários de recreios, para comunicações, divulgação de campanhas e "fofoquinhas", sempre intercaladas com música extraída de velhos LPs, era sucesso principalmente entre as meninas.

    Bons e velhos tempos.

    Seu livro "Lembranças do meu Liceu (1953-1959), é um dos raros que mantenho à mão em minha estante. O capitulo "Cachoeiro, Cachoeiro ...", em especial, afaga minha memória afetiva, porque foi lá, numa de nossas excursões, que conheci minha mulher, com quem estou casado há 53 anos, completados em 31 de dezembro passado.

    Abração.

    PS: para os não inciados, informo que Carlinhos é o tratamento carinhoso com o qual o Carlos Lopes foi é é tratado pelos amigos.

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  4. Um breve reparo, Carrano, no seu carinhoso comentário: as músicas da "Hora do Grêmio" eram tocadas nos antigos 78 rotações e não nos LPs, que estavam aparecendo na época.

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  5. Oportuno reparo, Carlinhos.

    Não tinha o direito de me equivocar porque durante algum tempo lamentei haver deixado lá, no pequeno estúdio de onde era presentado a "Hora do Recreio", um disco que levei para enriquecer a discoteca. E que gostava muito.

    Era uma gravação de "On the Sunny Side of the Street", com o Sammy Davis Jr., que ara da gang do Frank Sinatra, nossa referência nas partidas de poker (rs), lembra?

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    1. Claro que lembro, Carrano. E a música mais tocada, "atendendo a pedidos", era "My Prayer", cantada por The Platters...

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  6. Por falar em meu casamento, hoje, 5 de janeiro, eu e Wanda estamos comemorando 57 anos de início oficial de namoro (data em que assumimos).

    Dois anos de namoro e dois anos de noivado (na época se usava noivar) precederam nosso casamento, em dezembro de 1964.

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