Foi o confrade Riva quem provocou esta postagem. Em recente
comentário ele mencionou haver recebido de um amigo uma mensagem informando
sobre a origem da palavra larápio.
A explicação é muito criativa, pitoresca, mas não passa disto,
eis que não se sustenta quando analisada por dicionaristas e filólogos respeitados.
Segundo a versão trazida pelo supracitado amigo (seguidor e
colaborador do blog, onde tem vários posts publicados), a palavra larápio, no sentido
de gatuno, teria origem romana.
Teria havido um pretor (praetor),
de nome Lucius Antonius Rufus Appius, que dava sentenças mais favoráveis a quem
lhe pagava.
Como ele costumava assinar L.A.R. Appius, acabou dando origem a
palavra que tem o sentido de gatuno.
Cabe lembrar que o pretor (praetor), na Roma antiga tinha uma dupla função: chefe militar e
magistrado.
A origem, deliciosamente curiosa, não encontra respaldo entre
os etimologistas de maior rigor científico. A matéria no link a seguir analisa
o assunto.
Outra folclórica e romântica etimologia difundida se refere
ao ritmo de dança conhecido como forró.
Afirmam alguns linguistas que a palavra teve origem em Natal,
capital do Rio Grande do Norte, onde os americanos do norte mantiveram uma base
naval de apoio.
Eles promoviam bailes cujo ingresso era restrito aos
yankees (estadunidenses). Por outra lado, vez ou outra alguns bailes eram franqueados a todos moradores das cercanias.
Nestes casos na porta do local era colocada uma placa
informativa: FOR ALL. Daí, pela pronúncia da expressão inglesa, virou forró.
Esta versão também é refutada por estudiosos; leiam a matéria
do link a seguir:
E a palavra gringo, como alusão a estrangeiros? Aqui no
Brasil foi bastante usado chamar de gringo estrangeiros de qualquer origem, mas
muito espacialmente americanos.
A explicação mais aceita apontava como origem as manifestações
da população mexicana, contra tropas americanas que ocuparam o país, que
empunhando cartazes nos quais se lia “Green, go home!”, queriam a retirada e retorno
dos americanos, que utilizavam uniformes militares verdes, ao seu país de origem.
Deu-se o mesmo relatado em relação ao forró. Na pronúncia do
enunciado na frase (palavras de ordem) dos cartazes, “green go”
acabou por dar origem a gringo. Por extensão, com o tempo, todo estrangeiro
acabou virando gringo.
Confiram em:
http://veja.abril.com.br/blog/sobre-palavras/gringo-vem-de-8216-green-go-home-8217-certo-errado/
De todas as histórias que li ou ouvi explicando origem
etimológica de palavras ou nomes próprios a mais difícil de engolir é a que se refere
ao nome da capital do Uruguai: Montevidéo.
Segundo explicação de um guia local, durante o indefectível tour
pela cidade, o nome decorre de anotações náuticas. Dada a importância de um
porto existente no local, era necessário ter referências que facilitassem sua
localização.
A imaginação, o espírito criativo do autor da versão, superou
todas as demais espirituosas e até românticas histórias sobre origem de nome.
Consta que era exatamente junto ao sexto monte (elevação) avistado por aqueles que navegavam
pelo Rio da Prata, saindo do oceano, de este para oeste, que ficava o tal porto
seguro.
A representação, simplificada, era mais ou menos a seguinte “Mont
VI D E O” , ou seja, monte sexto de este para oeste. Como queiram, o sexto
monte de este para oeste.
Esta história é difícil de engolir. O guia contou sem ficar ruborizado, acho que ele acredita nela mesmo.
É criativa e como os
uruguaios são bastante receptivos, simpáticos, fingi que acreditei e até
comprei a tradicional T-shirt com o nome da cidade estampado: Montevidéo.
Como dizia um aluno (Paulinho Gogó) da Escolinha do Prof. Raimundo “quem não tem dinheiro conta história”.
Historicamente documentado, a primeira vez que apareceu um nome similar a Montevidéu, foi no diário de bordo de Fernão de Magalhães, datado de janeiro de 1520, quando viu o que hoje é Montevidéu, ele escreveu "Monte vi eu", é um fato histórico, mas confesso que não sei se o nome deriva disso.
ResponderExcluirObrigado.
Obrigado eu, Hugo.
ResponderExcluirVou parar de rir da etimologia do nome da cidade, que me pareceu algo folclórico. Melhor, fantasioso.
E vou pesquisar melhor.
E o nome Brasil, tem origem mesmo na árvore "pau-brasil"?
ResponderExcluirFaz sentido, não faz?
A viagem da circum-navegação de Fernão de Magalhães, escrita por Pigafeta (que estava a bordo de um dos navios), é um dos relatos mais extraordinários e ricos que já li !! Sem exagero !
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