21 de agosto de 2016

Os treinadores

Durante muito tempo só tomava conhecimento de técnicos estrangeiros nas equipes de futebol  no Brasil.

Poucos foram bem-sucedidos. Lógico, a habilidade inata do jogador brasileiro compensava eventuais deficiências técnicas e a indisciplina tática. Não precisávamos de técnico. Mesmo o sonolento Feola, na seleção de 1958;  ou o treineiro Lula, no Santos de Pelé, Coutinho & Cia. resolviam o caso.

Os campos de peladas existentes em cada bairro e que foram berços de vários jogadores que se consagraram nos cenários nacional e internacional, e a grande quantidade de clubes (a maioria com campos próprios para treinamento e competição), que disputavam animados campeonatos municipais, tornaram o Brasil "o pais do futebol".

Só para exemplificar, lembro muito bem dos campeonatos de Niterói, disputado pelo Manufatura, pelo Niteroiense, pelo Fonseca, pelo Sepetiba, pelo Byron, pelo Ypiranga e outros, e o de São Gonçalo, com o Tamoio, o Carioca, o Metalúrgio, o Videira, o Mauá e outros. Todos tinham os seus "estádios".

Um caso isolado talvez tenha sido o do paraguaio Fleitas Solich que fez sucesso dirigindo o Flamengo.  Também pudera, o futebol daquele tempo privilegiava as características de um Evaristo, um Dida, um Henrique e um Babá, que vi atuando, em 1957,  contra o famoso esquadrão do Honved, da Hungria, que encantava o mundo com sua máquina comandada pelo lendário Puskas.

Em outros esportes, se houve técnicos estrangeiros que agregaram técnica e nos trouxeram suas experiências nunca tive notícia. 

Minto, houve um técnico sul-coreano que muito acrescentou ao nosso vôlei masculino, embora nosso xenofobismo, somado a reserva de mercado defendida por brasileiros não admitissem o fato.


O coreano Sohn
Young Wan Sohn, o citado coreano, introduziu muitos conceitos valiosos e defendeu uma tese que se revelou válida e por isso adotada em todo o mundo: o jogador de vôlei precisa ter boa estatura. Tirante o levantador, homens pequenos não irão se criar no esporte.

Saibam mais sobre ele em :

De um tempo a esta parte, entretanto, o país importou muitos técnicos especialistas em outros esportes e que estão trazendo suas experiências seus conhecimentos técnicos, sobretudo nos esportes olímpicos.

Só para pegar um caso concreto de êxito, menciono o técnico espanhol da canoagem. Não haveria Isaquias Queiróz sem um Jesús Morlán, técnico espanhol.


Jesús Morlán, técnico da canoagem

Outros técnicos estrangeiros atuando no Brasil:


Laura Flessel, francesa, da esgrima

Iryna Ilyashenko, ucraniana, da ginástica feminina

Morrten Soubak é dinamarquês, e treina o handbol feminino

Ratko Rudic, croata, do polo aquático

Ruben Magnano, argentino, do basquete
Jordi Ribera, do handbol masculino, é espanhol

Deve ter outros que não ouvi falar ou li a respeito.

Notas do autor:
1) Fui ao Maracanã para assistir o Honved, considerado um dos maiores times de futebol na época, base da seleção húngara, vice-campeã na Copa de 1954. Acabei vendo o Flamengo (homessa!).

2)Isaquias conquistou 3 medalhas olímpicas numa mesma edição, num esporte pouco divulgado: a canoagem de velocidade.

3) Em tempos mais recentes vários treinadores argentinos e uruguaios foram contratados, sobretudo no futebol paulista, mas sem grandes resultados. E o Paulo Bento, português, contratado pelo Cruzeiros (MG), nem esquentou o banco.

22 comentários:

  1. Espero que continuemos investindo nos esportes, menos para ser potência olímpica e sim porque a prática esportiva faz parte da educação.

    Vou torcer pela sétima medalha de ouro, mas cá para nós o vôlei da Itália está melhor neste momento.

    A medalha dourada no vôlei, se vier, não alterará nossa colocação no ranking.

    Riva, para encerrar o debate sobre educação do brasileiro, destaco o seguinte:
    Você viu um inglês mijando na rua? Ou um alemão? Você já viu um japonês atirando binga de cigarro na via pública?
    Aplaudir a seleção alemã, no pódio, não significa coisa alguma. Queria ver se eles tivessem vencido a partida e ganhado o ouro. Certamente teriam seu hino vaiado durante e execução. Quero ver ser educado na adversidade.

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  2. Riva jiboiando em Frib21/08/2016, 11:23

    Carrano, os 3 exemplos que vc deu se enquadram no que chamei de educação universal.
    Vaia - foco do debate - é cultural, nada a ver com educação.

    Por falar nisso, o Temer não vai hoje no Maraca com medo de uma ..... vaia .... rsrsrs.

    A dúvida fica por conta de se o Eduardo Paes (no Twitter se escreve Edu Paspalho) será vaiado ou ovacionado. Eu, particularmente, aplaudiria. Afinal, sou cidadão de uma cidade sem prefeito, um cara omisso, invisível e incompetente.

    PS: não convidem quenianos para esse tipo de competição. Não tem graça ,,,, rs

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  3. Sensacional a virada dos americanos sobre os russos no vôlei, disputando o bronze. Perdendo por dois a zero, virou para três e dois.
    E que jogão!

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  4. Mega vitória no volley !!!!

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  5. Esta vitória me empolgou mais do que a de ontem. Pelo conjunto da obra.
    Sensacional. É para comemorar muito.

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  6. Não vi a final do vôlei. Estava descansando na cama. Mary, que gosta, disse que foi empolgante.

    Até agora as Olimpíadas só têm gerado elogios - no geral. Os pequenos deslizes são decorrentes de eventos desse porte. Vamos ver como o povo tratará a Paralimpíada... Creio que passaremos vergonha.

    Permita-me um aparte quanto à questão de educação. Quando estive morando em Munique, ao chegarmos a primavera estava acabando, o verão dava as caras. A cidade estava um brinco, podia-se comer no chão. Contudo, à medida que os turistas - a maioria americanos, pude testemunhar - invadiram a cidade, tinha lata de coca-cola jogada pra tudo quanto é canto, junto com sacos de snacks. Estranhei e comentei com colegas alemães.

    A explicação que me deram foi: os americanos são uns porcos. De que adianta limparmos hoje se eles sujarão de novo? O normal é aguardarmos o fim da época turística para voltarmos a cuidar da cidade e colocá-la um brinco de novo. De fato, no início do outono, apesar da queda das folhas, a "sujeira humana" já estava novamente sob controle.

    É como se diz por aí: yankees stay home! Fecha o pano!

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  7. Ah, sim, para não dizerem que sou anti-americano de todo: os piores turistas do mundo são os brasileiros. Isso de longa data. E nesse ponto os americanos (por necessidade, pois precisam faturar) têm uma paciência de Jó conosco em Orlando. Palmas para eles!

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  8. E já que o assunto é técnico, palmas para o nosso Micale. Teve uma paciência budista com os dois Gabriel, mas acabou tirando-os de campo! O tal do Gabigol se acha! Neymar quase teve um enfarte com ele, fominha de bola!

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  9. Os dois são blefe mesmo Freddy. Mas numa pelada, na hora do par ou impar, eu escolheria o Gabigol. O Jesus, além de tudo, tem cara de bebê chorão.

    O herói improvável foi o goleiro, que nem na lista preliminar de 40 estava.

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  10. População grande não é sinônimo do muitas medalhas, haja vista a Índia que ficou no 67º lugar com apenas duas medalhas uma de prata e uma de bronze.

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  11. Com essa premiação, eu, mais Riva, meus filhos e os filhos dele também ganharíamos a medalha.

    Eu, claro, o gol.

    http://www1.folha.uol.com.br/esporte/olimpiada-no-rio/2016/08/1805561-conquista-inedita-rende-r-500-mil-para-cada-campeao-no-futebol.shtml

    Até que é barato conseguir um "patriota" que tem orgulho de ser brasileiro.

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  12. Parabéns a Speedo:

    http://globoesporte.globo.com/olimpiadas/natacao/noticia/2016/08/apos-polemica-na-rio-2016-lochte-perde-o-primeiro-patrocinio-oficial.html

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  13. Não gostei da cerimônia de encerramento.
    Baixaram o nível com vontade - mostraram o que somos na realidade.

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  14. Também não gostei, Freddy, mas verdade seja dita, todas as cerimônias de enceramento são de nível inferior, em todo o mundo e em todos os eventos.

    Não tem uma que tenha ficado em minha memória, ao contrário das aberturas, algumas das quais lembro até hoje.

    No YouTube você encontra várias. No link a seguir está a de Londres, que não é a minha preferida.

    https://www.youtube.com/watch?v=ij3sgRG5sPY

    A de Pequim, abaixo, foi ótima.

    https://www.youtube.com/watch?v=JsDY1Ha83M8

    Até os comunistas da União Soviética fizeram uma bem interessante.

    https://www.youtube.com/watch?v=xuopw84Ozok

    E a de Barcelona com o truque da flecha atirada para acender a pira?

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  15. Adorei o apelido que arranjaram para o Isaquias, medalhista da canoagem: Índio de Gumex.

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  16. A melhor cerimônia de encerramento foi, sem dúvida, a de Moscou.

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  17. A Olimpíada de 1980, em Moscou, na União Soviética, ficou celebrizada por causa da cena do choro do ursinho Misha, com aquela lágrima escorrendo (belo efeito).

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  18. Õpinião:

    http://calfilho.blogspot.com.br/2016/08/sonho-meu.html

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  19. Recordes quebrados:

    http://globoesporte.globo.com/olimpiadas/noticia/2016/08/thiago-braz-ledecky-schooling-os-recordes-mundiais-e-olimpicos-no-rio.html

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  20. A Grã-Bretanha credita boa parte da melhoria de seu desempenho (conseguiu a segunda colocação), a contratação de técnicos estrangeiros.

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  21. E o Bernardinho hein?! Que dizer dele como técnico.
    Tem competência e tem estrela: é um vencedor.

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  22. Não restava outra alternativa.

    http://globoesporte.globo.com/atletismo/noticia/2016/08/fabiana-murer-anuncia-fim-da-carreira-e-vira-dirigente-eu-nao-compito-mais.html

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