Por
Átila Soares do Costa Filho
NOVO “BEN-HUR” NÃO SUPERA VERSÃO CLÁSSICA, MAS SE SAI BEM EM RENOVAR O GÊNERO.
UM BOM FILME, NOS MOLDES DE UM GRANDE ESPETÁCULO.
O que atrapalhou, entretanto, foi o onipresente tom de "produção para a TV" que permeou toda a história, já em sua quarta versão do clássico de Lew Wallace, entre telonas e telinhas. A própria conclusão do clímax (claro, a épica corrida das bigas) deverá decepcionar os saudosistas, ao substituir o necessário impacto dramático por algo muito próximo à franquia DEUS NÃO ESTÁ MORTO...
Muito compreensível, visto que a produção caiu nas mãos de Roma Downey, uma ativista midiática cristã bem conhecida nos States. Ora, dependendo do ponto de vista, o tempero poderá até ser uma boa pedida em dias onde "Game of Thrones" virou atração para a família.
Mas, ainda que seja válida a nova roupagem, o filme dificilmente deverá ficar pra História. O que não quer dizer também que não haja alguns méritos para o mais ou menos obscuro diretor Timur Bekmambetov na audaciosa tarefa de reerguer o gênero “aventura apostólica”, tão popular nas décadas de 50 e 60 com títulos como o próprio BEN-HUR de William Wyler, ou O MANTO SAGRADO, QUO VADIS (o primeiro filme da Metro em cores) e BARRABÁS.
Nesta
via, atenção aos efeitos especiais que ajudaram a dar todo o realismo,
sobretudo, nas tomadas finais, sensivelmente superiores, mesmo, aos de
"Gladiador”, vencedor do Oscar 2001 nesta categoria.
Santoro
está eficaz como Cristo, e Freeman, parecendo reprisar seu papel em ROBIN HOOD.
Huston, o Judah Ben-Hur (curiosamente, quase "Heston"), é apenas
tolerável. Inevitável imaginar como um Ridley Scott ou um Mel Gibson –
controvérsias à parte, excelentes em épicos envolvendo temas fortes – não
fariam com um argumento desse...
Dica: esqueçam o 3D. A única sequência capaz de fazer jus a seus trocados a mais é aquela decantada corrida no circo máximo. Entretanto, a mesma só vem pelo fim do filme - quando o efeito 3D já não é tão claro a nossos olhos. Completamente desnecessário o recurso, servindo melhor apenas para os trailers que o antecedem.
Dica: esqueçam o 3D. A única sequência capaz de fazer jus a seus trocados a mais é aquela decantada corrida no circo máximo. Entretanto, a mesma só vem pelo fim do filme - quando o efeito 3D já não é tão claro a nossos olhos. Completamente desnecessário o recurso, servindo melhor apenas para os trailers que o antecedem.
Assistido
em 3D no UCI Kinoplex 8 - Shopping Recife.
Muito grato ao Átila por nos permitir a reprodução de seu texto, compartilhando suas observações sobre o filme e pelas informações contidas no post.
ResponderExcluirAviso as mulheres que frequentam este blog, tem o bonitão Rodrigo Santoro, como Jesus.
ResponderExcluirVi pequena cena no sitio https://cinema.terra.com.br/adorocinema/rodrigo-santoro-se-emociona-ao-lembrar-das-filmagens-de-ben-hur,9cc3ebb0679da01fdb06c189966318af1871mqza.html
Assisti a versão de Ben-Hur, dirigida por William Wyler, com o papel título sendo interpretado pelo ator Charlton Heston.
ResponderExcluirA sequencia da corrida de bigas é uma das clássicas do cinema, como são a coreografia de Gene Kelly em "Cantando na Chuva" ou Anita Ekberg, na fonte em "La Dolce Vita".
Há anos tive oportunidade de visitar, em Roma, o Circo Maximo, segundo registros históricos local usado pelos romanos para as corridas de bigas. Está, claro, em ruínas, mas em estado que permite apreciar sua arquitetura e a pista.
Já comentei com o autor do texto (Átila), que acho que, em geral, os remakes deixam a desejar. Mesmo assim, fico curiosa e desejosa de assistir a esta nova versão.
ResponderExcluirClaro que Rodrigo Santoro também não chega aos pés do Heston, mas se é o que temos pra hoje...
Ana Maria, o Rodrigo Santoro não faz o papel de Ben-Hur, o príncipe que virou escravo por obra e graça de seu próprio irmão.
ResponderExcluirNosso galã "roliudiano" faz o personagem Jesus, que nesta versão tem mais evidência do que na premiada do William Wyler.
A propósito, só para provocar e manter a tradição de que aqui no blog tudo acaba em futebol, o Rodrigo Santoro é vascaíno.
Coitado do Rodrigo Santoro, nosso Xerxes I.
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