Houve uma época em que era chiquérrimo falar francês. Era
inclusive o idioma diplomático. E a França ditava moda, inclusive e principalmente na haute couture.
No Liceu Nilo Peçanha, de Niterói, onde estudei, algumas alunas e alguns poucos alunos,
daqueles que não jogavam futebol, criaram o “Clube de Francês”, tal a
relevância da língua na época (língua culta).
No cinema a nouvelle vague française dominava as telas dos
cinemas de arte. O diretor Louis Malle era cultuado e a atriz Brigitte Bardot
musa que levava a doces sonhos os jovens estudantes.
Na nossa casa, anos 1940, tínhamos um sommier e não um sofá
de almofadas soltas. Dormi nele um par de anos, até ter meu próprio quarto.
Sommier |
Mulheres usavam cache-col, antes do aportuguesamento da
palavra. Assim como o vaso de cerâmica, com plantas, era acondicionado em
cache-pot, que virou cachepô nos dicionários.
Menu na porta |
Bem, na culinária, até hoje, nos restaurantes à la carte, os
pratos têm nomes franceses, em geral: confit de canard, magret de canard, canard
à l’orange, gigot d’agneau, ris de veau, ratatouille, foie gras, lapin à la moutarde, e por ai vai.
As famílias integradas por nobres ou pessoas de mais posses,
tinham chauffeur e não motorista, porque estes conduziam ônibus, taxis e
caminhões. Havia uma diferença sutil.
Nas conversas entre pessoas mais letradas, era comum, mesmo naquelas coloquiais, a
inserção de palavras ou locuções francesas, sem que parecesse afetação. Lembro
de algumas vezes ter que recorrer ao dicionário para entender o que seria dépaysé,
dernier cri, démodé, démarche, demi-sec, e outras palavras tão corriqueiras,
quanto eram palavras e expressões latinas, como carpe diem, causa mortis, et caetera.
Vou explicar o porquê deste texto. Meu amigo Carlos Lopes
gosta da França e ama Paris de paixão. Como, ou mais, eu gosto de Londres, o Riva é fissurado em New York e o Freddy admira Amsterdã. Só para citar casos já explicitados aqui.
O último post publicado por ele (Carlinhos) em seu blog, denuncia seu
amor ao país e aos franceses com sua “joi
de vivre”.
Leiam em:
Meu vocabulário de francês, não passou de rendez-vous, ménage à trois, miché, e outras palavras correlatas.
ResponderExcluirJe suis désolé!
ResponderExcluirQuel beauté, hein?!
Eu tive um sommier, que herdei da casa de meus pais, onde estava instalado em nosso quarto de dormir. Levei-o para o quarto do som de meus 2 primeiros apartamentos (é, eu sempre tive um quarto de som em casa). Sofreu apenas uma reforma ao longo de sua vida útil e foi bastante usado.
ResponderExcluirEstudei francês na 2ª série primária, no Marília Mattoso, como matéria complementar ao currículo. Esse fato trouxe-me maior facilidade em aprender francês que inglês, de modo que no Liceu minha média anual no único ano em que cursei francês foi 9,98.
Quis o tempo e as oportunidades que não mais me interessasse pelo estudo regular, tendo pendido para o inglês - até por causa da PUC, cujos livros oficiais de cada matéria eram sempre em inglês.
Numa avaliação psicológica na Embratel, faz 22 anos, foi-me recomendado estudar francês por ser a língua estrangeira mais aderente à minha natureza. Não obedeci e continuo claudicando no inglês.
=8-)
Valeu!
ResponderExcluirCarrano, muito boa matéria e obrigado pela referência ao meu nome. Não só eu sou apaixonado pela França. Em minha companhia, entre muitos e vários outros ilustres, estavam, além de meu pai, também os dois imperadores do Brasil, os Pedros I e II.
ResponderExcluirMuito bem lembrado, Carlinhos.
ResponderExcluirAlém dos ilustres citados, poderíamos listar uma plêiade de artistas plásticos, escritores e intelectuais que fizeram do pais, e em especial de Paris (cidade luz), local para viver e desenvolver suas artes interagindo com outros pares.
"Paris é uma festa", como proclamou Hemingway.
Putz, há décadas não ouvia essa palavra sommier !! Essa pegou pesado, lembranças da nossa casa da infância e juventude.
ResponderExcluirErrata : Mr. Blog Manager, não sou fissurado por NY, sou fissurado por tudo na America (menos o Trump).
FLUi
Estudei francês no ginasial (com Dona Nilse) visto que este era, na época, o idioma usado na diplomacia. O inglês, (lecionado por Dona Astréa) era lingua comercial e também era ensinada.
ResponderExcluirEmbora reconhecesse o charme desta lingua latina, minha mãe,como boa aquariana, antevia o crescimento da importância da lingua inglesa e principalmente dos EEUU e admirava a cultura americana através de sua música e seu cinema.
Também fui aluno da Nilce Mesquita. E teve um episódio que já contei aqui e vou poupa-los da repetição, em que ela me deu uma nota 10 na prova oral.
ResponderExcluirMas nunca fui muito ligado na língua. Tanto que, no vestibular para a Faculdade de Direito, como era opcional, escolhi o inglês ao invés da língua de Voltaire.
Descobri agora, pesquisando para fazer o comentário, que o francês ainda é falado na diplomacia e que é língua oficial de diversos países.
ResponderExcluirMas vamos deixar pra lá churumelas. Ele continua sendo a língua preferida dos amantes. Os filmes e músicas franceses quase sempre provocam uma associação a sexo. Na introdução (da música)de "Et comme femme" pinta erotismo no ar. ashuashuashua
Tudo no bom sentido. ashuashuashua
Quando eu era adolescente, sempre diziam que francês era língua de bicha, que homem que é homem não fala francês (rsrs). Não sei de onde surgiu isso, mas era assim.
ResponderExcluirNunca tentei aprender ... e realmente achava estranho um cara falando francês.
Hoje, do alto dos meus 60 anos, continuo achando uma língua estranha ... e feia. Não consigo ver nenhum filme quando vejo que é em francês.
Estive em Paris a 1ª de 2 vezes em 1979, numa época em que vc pedia uma informação em inglês, e o cara respondia em francês. Briguei com um motorista de táxi, tentaram me assaltar no metrô mas dei porrada no cara, e a cidade é uma beleza ! Aprendi como é SAÍDA e PRESUNTO em francês.
Hoje é dia de FLUMINENSE !