Não, a pergunta não é minha, ou melhor, não foi concebida por
mim. Aliás que o autor não coloca a questão como uma indagação, e sim como
hipótese.
Li-a no livro que acabei de ler, de autoria de L. F. Pondé, filósofo e professor, intitulado “Os dez
mandamentos + um”. Está exatamente no décimo primeiro mandamento, quando o autor trata do pessimismo
reinante entre a maioria dos filósofos, capítulo dedicado à esperança.
Por incrível que possa parecer aos que não me conhecem mais
de perto, além de ler, escrever e falar de coisas fundamentais, como futebol,
mulher e bebida, não necessariamente nesta ordem, também desperdiço meu tempo
com leitura sobre filosofia e teologia.
Coloquei como indagação porque espero que o Criador, tendo
existência real e não ficcional, mudando de opinião, se apiede de minha alma ou
meu espírito, na hora do juízo final.
Espero que ele releve e esqueça que fui um agnóstico,
tangenciando o ateísmo, que, entretanto, nunca fez mal a ninguém, nunca desejou o que de direito não lhe
pertencia (espero que o tesão pela Vera Fisher, do final dos anos 1960 não
conte), sempre honrou pai e mãe, não roubou e não matou.
Quase todos os mandamentos foram respeitados, menos o
primeiro e o nono. Logo, respeitei oitenta por cento.
O primeiro porque não estou convencido de sua existência e o
nono porque a carne é fraca mesmo.
Mas acentuo que nunca fui as vias de fato, ficando no plano
do pensamento, no caso do nono.
Como aprendi no catecismo, ao tempo de coroinha, que pecamos
em pensamentos, palavras e obras, devo admitir que prevariquei. Fiquei no pensamento.
Aos que me questionam se não faço orações sendo agnóstico, ou
ateu não praticante como brinco ordinariamente, respondo que rezo sim, e que minha
oração é a do “Pai Nosso” à falta de outra melhor.
Li, em crônica do João Ubaldo Ribeiro, que ele tentou, certa feita,
escrever uma oração melhor, capaz de atender aos seus desejos e chegou a conclusão que
tudo que pretendia dizer está no “pai nosso”.
Desistiu.
É isso aí, “perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos
a quem nos tem ofendido; e não nos deixeis cair em tentação, livrai-nos de todo
o mal, amém!"
Imagens Google.
Eu também acho o Pai Nosso uma oração quase perfeita. Na minha infância a gente rezava o "Padre Nosso", alguém lembra?
ResponderExcluirEntretanto tenho certa dificuldade em entender seu final.
Tudo por causa de um "mas"...
Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.
Não nos deixeis cair em tentação, contudo livrai-nos do mal.
Não nos deixeis cair em tentação, todavia livrai-nos do mal.
A carne é fraca.
A ocasião faz o ladrão.
Será por isso que rezamos para que Ele nos livre da exposição ao mal para que não caiamos em tentação?
Freddy,
ResponderExcluirA interpretação dos mandamentos exige estudos (que eu não tenho), a partir da versão hebraica.
Tenho dificuldade para distinguir a diferença entre dois dos mandamentos: não furtarás (ou roubarás), para mim, está contido em outro (não cobiçar as coisas alheias). Assim como não desejar a mulher do próximo (não adulterarás) também se subentende no décimo.
A versão completa fala em, Mandamento 10 - "Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.
"Não devemos cobiçar e muito menos nos apropriar das coisas alheias, inclusive a mulher do próximo", para mim ficaria melhor. Mais compacto.