20 de abril de 2016

ROBERTO CARLOS e outros

Ontem foi o “Dia do Índio”. Houve uma época em que todo dia era dia de índio, segundo explicou a Baby do Brasil em versos musicados.


Foi, também, o aniversário de nascimento de Roberto Carlos. A quem, sem nenhum preconceito, de mente aberta,  reconheço como um dos melhores autores de canções românticas de nosso cancioneiro.

Nem sei, precisamente, que versos são de autoria dele, em algumas das canções que aprecio. Mas como ele dá voz aos versos, fica com o crédito da autoria, com os devidos pedidos de escusas ao Erasmo Carlos.

Hoje, eu e Roberto temos  a mesma idade. Ontem ele completou 75 e amanhã completarei 76 anos.

Roberto Carlos é, para muitos (talvez a maioria) o filho mais dileto e festejado da cidade de Cachoeiro de Itapemirim.

Rubem Braga
Esta cidade capixaba  foi berço de alguns outros celebrados artistas e intelectuais. Para a chamada elite, educada e amante das letras, talvez Rubem Braga seja o cachoeirense mais ilustre.

Além dos dois citados, vale registrar que nasceram naquela cidade banhada pelo Rio Itapemirim e com o Pico de Itabira no horizonte, mais os seguintes artistas, que se destacaram no rádio, na TV, no cinema, no teatro e na música:


Darlene Glória
Darlene Glória, atriz, homenageada por jovens que assistiam principalmente aos seus filmes, e  que ao chegarem em casa se possuíam em intenção dela (com a licença do Martinho da Vila, pela feliz dissertação do ato da masturbação).

Darlene, que tinha sido eleita em 1958 Miss Cachoeiro, ganhou, em 1973,  o Kikito de melhor atriz, no Festival de Cinema de Gramado, por sua interpretação no filme “Toda Nudez Será Castigada”.

Carlos Imperial conhecido pela expressão “Dez! Nota dez”, que eternizou ao declarar as notas das Escolas de Samba, na apuração dos desfiles.

Carlos Imoerial
Mas ele fez muito mais do que isso, porquanto foi responsável pelo lançamento nacional de muitos artistas que ganharam prestigio e dinheiro, como o próprio conterrâneo Roberto Carlos e a excelente Elis Regina. Trabalhou em rádio, cinema e TV, como produtor e apresentador.

Luz del Fuego, assim como Darlene Glória, também foi atriz e vedete de teatro, e também mexeu com a cabeça da juventude de seu tempo. Costumava se apresentar com inseparáveis cobras, marca registrada de suas performances.

Sergio Sampaio
Sergio Sampaio, compositor e cantor visceral, autor de sucessos musicais, com destaque para “Eu quero é botar meu bloco na rua” e outros que assinou com o pseudônimo de Sérgio Augusto, poderia ser enquadrado entre os compositores/cantores malditos, juntamente com Raul Seixas e Tim Maia.

Primo em segundo grau da Wanda, que, entretanto, se identifica mais com o estilo de outro primo comum, Raul Sampaio, autor do sucesso “Meu Pequeno Cachoeiro” composição gravada por Roberto Carlos.

Wanda não nasceu em Cachoeiro, mas foi criada naquela cidade onde chegou ainda criança.  Por isso foi contemporânea do Roberto Carlos, conhecendo-o antes do acidente sofrido pelo cantor, quando ainda se apresentava na ZYL- 9,  Rádio Cachoeiro de Itapemirim.

Assim como minha mulher não nasceu em Cachoeiro,  mas lá foi criada até o nosso casamento há mais de cinquenta anos, outras figura conhecidas foram criadas naquela pequena cidade.

Como por exemplo o ator Jece Valadão, intérprete de personagens de Nelson Rodrigues, nas peças “Perdoa-me Por Me Traíres” e “Os Sete Gatinhos”, ganhou o apodo de cafajeste. Participou de mais de cem filmes, como diretor, ator e produtor.

Finalmente, mas não menos registrável, consta que as irmãs, capixabas, Danuza e Nara Leão também andaram por lá antes da fama nacional.

Vista aérea, com o rio e o pico de Itabira ao fundo

9 comentários:

  1. Estive em Cachoeiro apenas duas ou três vezes depois de seu casamento. É uma cidade agradável com um povo hospitaleiro. Talvez pela proximidade geográfica ou pelo fato de no ES estarem as praias dos mineiros. Pessoalmente acho os dois povos muito parecidos, menos tavez, com relação a culinária.
    Quanto ao "Rei" sou fã de suas composições e de todo seu repertório. Por estarmos na mesma faixa etária, suas canções embalaram minha adolescência, o realismo da idade adulta e finalmente, a espiritualidade da maturidade. Pena que seja ambicioso e se venda num flagrante desrespeito aos seus princípios.

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  2. Ah! Em tempo. Ontem foi, também o dia de Santo Expedito - o padroeiro das causas urgentes.
    Sua imagem o apresenta como um
    soldado romano, à pé, visto que é da
    infantaria. Os desavisados
    apelidaram- no de São Jorge sem
    cavalo.


    Sou devota deste Santo visto que por sua intercessão alcancei algumas graças. Pequenos milagres, na verdade.

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  3. Parabéns, amigo!
    Saúde, paz e sucesso na vida e no trabalho.
    Abraço forte.

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  4. Serigo Sampaio e Roberto Carlos. Dois ícones da mha infância... mas Roberto marcou mais que mha infância. Algumas canções senti na pele literalmente suas letras.. pura emoção...já pensei em escrever um post sobre suas belas canções.

    Conheci Cachoeiro há mto tempo atrás e fiquei encantada com um Caldo de Mocotó servido num trailler. Sabor inesquecível. Como a visão dos cafezais em Cachoeiro..as pedreiras gigantescas sendo cortadas e virando mármore. Cachoeiro tbm fez parte do meu passado. Tenho na memória o cheiro da serra e o gosto gostoso das pingas de alambique.

    Como sempre, certeiro nos posts.

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  5. Valeu, Alessandra.

    Transforme em ação seu pensamento sobre o post falando das canções do Roberto.

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  6. Carrano: lendo sua matéria, não pude deixar de lembrar as viagens que fiz a Cachoeiro do Itapemirim, na minha juventude liceísta. A primeira, no início de 1959, quando representei o Liceu, juntamente com Irapuam e Dario Seixas, compondo uma delegação da FESN que visitou a cidade. A segunda, um ou dois meses após, no mesmo ano de 1959, quando disputamos os Jogos Liceístas da cidade, reunindo os Liceus de vários locais, tanto do Espírito Santo, como do Estado do Rio (segundo me recordo, Campos e Niterói). Foi aí que conhecemos pessoalmente ROBERTO CARLOS, então cantor iniciante, que galgava os primeiros degraus da fama em shows em Niterói e Rio de Janeiro, e que para nós se apresentou informalmente num baile em que estivemos no clube local (essa cena está descrita no meu livrinho "Lembranças do meu Liceu - 1953 a 1959", que acho que te enviei). Lembro-me como se fosse hoje que uma das músicas que cantou foi "Malena", versão de uma canção americana do mesmo nome. Naquele tempo, sem ainda definir sua carreira, ele cantava muitas versões de músicas americanas, pois o "rock and roll" predominava no Brasil. "Malena". inclusive, foi a música com que ele se apresentou algum tempo depois no programa de calouros do famoso e temido Ary Barroso... e não foi gongado, pois já fazia algum sucesso em emissoras de rádio e TV da época... A terceira vez em que voltei a Cachoeiro do Itapemirim, já estudava na Faculdade de Direito de Niterói e, alguém da FESN, convidou-me para lá voltar em outra excursão que lá fariam. Cachoeiro sempre foi uma das minhas cidades prediletas, até porque foi uma das que mais marcou minha adolescência.

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  7. Obrigado, Carlinhos, pela visita e pelo enriquecedor comentário.

    Que bela memória a sua, embora também costume me jactar da minha.

    Pois é, vamos deixamos para os pósteros passagens importantes da história recente do país.

    Bem, que posso dizer de Cachoeiro? Lá conheci minha mulher e lá me casei há 51 anos.

    Forte abraço.

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  8. Sim, Carlinhos, recebi e conservo com muito carinho o "Lembranças do meu Liceu - 1953 - 1959".
    Nem poderia deixar de ser, pois afinal sou um dos personagens do livro.

    O Liceu foi importantíssimo em nossas vidas. Pena o abandono, o nível de degradação a que chegou.

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  9. Quem nunca ouviu ou quer relembrar, a música Malena, com Roberto Carlos, citada pelo Carlos Lopes, acesse no YouTube, selecionando o link abaixo e colando na barra de seu navegador:

    https://www.youtube.com/watch?v=604BFm9Ei6Q

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