15 de março de 2016

Negros atores, atrizes, e anônimos

Muito escrevi neste espaço sobre políticas afirmativas raciais. Estabelecimento de cotas etc.

Também escrevi bastante sobre santos, não o clube paulista, mas as entidades que num primeiro grau de jurisdição atendem nossos pedidos, alguns até bizarros, e atenuam nossas aflições.

Aí um dia resolvi juntar os dois temas e falei de cotas raciais no Vaticano, na hora de canonizar.

Agora o tema racismo, de novo, ganha repercussão na mídia mundial, por causa da premiação do Oscar, em Hollywood.

Alguns atores, acho que liderados por Will Smith e sua mulher Jada Pinkrett Smith,  promoveram uma campanha de boicote ao Oscar, sob considerar a falta de indicação de negros na disputa da estatueta nesta edição.

Casal Smith
A campanha carreou muita gente. Alguns poucos se manifestaram contra o movimento, embora não contra os negros.

Olha aqui, já falei e repito que não sou racista, não sou preconceituoso. Ou sou, mas meu preconceito é contra a falta de educação, o desleixo na higiene e apresentação pessoal, a preguiça e a acomodação.

Estou com Walter Williams (http://jorgecarrano.blogspot.com.br/2011/03/walter-williams.html) que entende que as políticas afirmativas generalizadas só prejudicam e reforçam o aparecimento de estereótipos.

É claro que fico indignado quando ocorrem comportamentos discriminatórios específicos contra um negro, de qualquer classe social. Os meios de comunicação dão muito destaque quando a vitima é uma atriz conhecida ou um jogador famoso. Mas são milhares os casos de pessoas anônimas que sofrem o preconceito.

Cada um deles, de per si, teria a minha solidariedade e apoio, se o caso. Mas não me engajaria em movimentos coletivos genéricos, que coloquem minorias  (acho graça colocar os negros e mulheres como minoria), em tese, como vítimas.

Outro negro bem sucedido e respeitado no mundo literário _ João Ubaldo Ribeiro – também se colocava contra estas políticas de cotas e achava sem cabimento a questão da imputação de culpa aos brancos (apenas) pela escravidão.

Lembrava, com propriedade, que na África eram negros que “caçavam”, prendiam e acorrentavam os negros que seriam vendidos nas Américas.


Na questão dos atores que se consideram discriminados, minha posição é a mesma de um diretor que admiro (menos um pouco como ator), que se popularizou como cowboy  e conhecido artisticamente como Clint Easwood (http://jorgecarrano.blogspot.com.br/2011/06/clinton-eastwood-jr.html), que chamado a opinar disse: “Existem milhares de pessoas, e a maioria nunca ganhou um Oscar.”

Clint Eastwood

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