Tenho pena de quem não tem, como eu e outros meninos/rapazes
de minha geração tivemos, pelo menos 20 quilômetros percorridos em torno de uma
mesa de sinuca (na Rua da Conceição no sobrado do Sul América). Peraí seria o
Santa Cruz? Um destes dois, pois o outro ficava na esquina
da José Clemente.
Carlinhos, por favor, corrija se estiver errado.
Bem, foi fundamental para minha formação como homem
disciplinado, obediente à lei e a ordem, haver prestado serviço militar.
Respeito à hierarquia, responsabilidade, eram valores transmitidos
aos jovens, que hoje ao invés de estarem nos quarteis estão assaltando nas ruas
ou fazendo tráfico de drogas.
Guerras de mamonas, atiradas com seta, ou estilingue, ou atiradeira,
dependendo de onde você passou a infância, também me ensinaram estratégia, jogo
de equipe, liderança.
E a “geral” do Maracanã?
Quanta experiência em mais de 1.800 minutos de pé (+ - 20 jogos), em
convivência pacífica, com respeito às desigualdades e paixões clubísticas.
Não tinha brigas, vez ou outra? Tinha, mas era na mão, no
tapa, ficavam alguns hematomas e pronto, em pouco tempo estava tudo normal.
As brincadeiras de rua, como escambida, carniça, pique, ao tempo
em que nos colocava em oposição a alguns colegas, ao mesmo tempo estreitava
nossas relações de amizade.
Não se fazem amigos depois dos 40 anos de idade. Talvez camaradagem.
“Pára! Olha a dona passando” era o alerta de algum peladeiro
enquanto disputávamos uma partida de dez gols (com virada em 5), na rua São
Diogo, na Ponta D’Areia.
Se a senhora passante era conhecida, e em geral era, a frase era: pára, olha a dona fulana. E ela atravessava rua ou transitava pelo nosso "campo de jogo" sem ser molestada. Carro passando? Era tão raro que muitas partidas eram concluídas sem que um mísero automóvel passasse pela rua São Diogo (hoje asfaltada e com trânsito de ônibus).
Se a senhora passante era conhecida, e em geral era, a frase era: pára, olha a dona fulana. E ela atravessava rua ou transitava pelo nosso "campo de jogo" sem ser molestada. Carro passando? Era tão raro que muitas partidas eram concluídas sem que um mísero automóvel passasse pela rua São Diogo (hoje asfaltada e com trânsito de ônibus).
Ficus |
Jogávamos na diagonal porque uma baliza ficava na calçada de
um lado e a outra na do outro lado.
Ralar os joelhos nos tombos, dar topada em pedra e sangrar os
pés, era parte integrante do crescimento como homem “que não chora”.
Horas de pelada no campo do Diário Oficial, na Av. Jansen de
Melo. Jogar, com bolinha de borracha, na quadra do Liceu (nas distrações do monitor/bedel)
arriscando a punição. Tudo isto fez parte de minha adolescência.
Matar aula para ir à praia (Boa Viagem) numa sexta-feira,
tinha risco mas era prazeroso. E se uma ou duas meninas iam junto era uma
alegria e tanto.
Se você nasceu nos anos 1940/1950 e não fez ou viveu estas
coisas lamento por você. Coitado!
Para encerrar: escrevi (em equipe) e apresentei programa de rádio; escrevi para jornais; fui presidente de grêmio estudantil (Liceu); fui diretor de entidade estudantil (FESN); participei de grupo musical que nunca se apresentou (na casa do Ney Gonçalves); participei de grupo teatral que nunca encenou uma peça (na casa do oftalmologista Paulo Pimentel); fui coroinha de igreja na Vila Pereira Carneiro; fui soldado burocrata (na 2ª CR), ganhei e perdi; cai e levantei.
Trabalhei em banco, em algumas indústrias (tecido, farmacêutica, fósforos, azulejos, papel e papelão, aciaria e fundição); fui empregado, chefe, gerente e diretor, em diferentes empresas e bancos; fui corretor de imóveis (diplomado) e comerciante. Estou advogado, em vias de fechar o, com perdão da má palavra, escritório.
De todas estas experiências, de todos estes lugares, momentos e situações tenho uma ou mais histórias para contar.
Falta público, leitor ou ouvinte.
Trabalhei em banco, em algumas indústrias (tecido, farmacêutica, fósforos, azulejos, papel e papelão, aciaria e fundição); fui empregado, chefe, gerente e diretor, em diferentes empresas e bancos; fui corretor de imóveis (diplomado) e comerciante. Estou advogado, em vias de fechar o, com perdão da má palavra, escritório.
De todas estas experiências, de todos estes lugares, momentos e situações tenho uma ou mais histórias para contar.
Falta público, leitor ou ouvinte.
Apesar de ser muito (rs rs) mais novo que você, também compartilhei desse modo de vida em minha infância. Claro, há algumas divergências. Entre elas, nunca matei aula (fui CDF) e discordo de sua opinião quanto ao serviço militar. Não servi porque estava incapacitado (o acidente com a mão) mas teria feito de tudo para escapar do mesmo. Sou rebelde por natureza, contrário à hierarquia cega. Reservo-me o direito de contestar ordens, mesmo que depois venha a segui-las por imposição.
ResponderExcluirRelembrou-me os inúmeros tombos, topadas, quedas, que nos deixavam roxos e ralados, mas nunca tivemos infecção grave. Acho que ganhávamos anticorpos com nosso estilo livre de vida. Causa surpresa aos jovens de hoje que a gente saísse à rua sem celular nem outro telefone à disposição, apenas com o dever de estar de volta em casa a determinada hora - para almoçar, tomar banho, jantar, dormir...
Também morei em rua de terra (só asfaltada mais tarde) que servia de campo para inúmeras brincadeiras e rachas (= peladas) com o famoso "para a bola!", que no entanto era raríssimo porque àquela altura havia poucos moradores com automóvel e a rua era residencial. Era comum jogar bola de gude no meio da rua, imagina?
=8-)
Carrano, excelente publicação (ou post, como vc. gosta de chamar). Com pequenas variações, este é o retrato da infância e adolescência de quem foi jovem nas décadas de 1950 e 1960, principalmente a primeira. Foi nesse período que nos formamos como homens, como pais de família que viríamos a ser no futuro.
ResponderExcluirApesar de praticamente ter crescido no apartamento da Amaral Peixoto, morei uns quatro anos na rua Nilo Peçanha, no Ingá, e ali vivi alguns dos melhores anos de minha vida. Jogávamos futebol em plena rua, só parando o jogo quando um carro passava (de duas em duas horas) ou algum transeunte "adentrava" nosso campo.Nossas balizas eram dois tijolos colocados no meio da rua, diferente da posição das que vc. descreve. Tínhamos a praia das Flechas a um quarteirão de nós, a "escalada" do morro da Boa Viagem, a pesca de siris com arpão, a subida em árvores para pegar mangas ou amoras. O pique, a bola de gude, "o pera, uva ou maçã", quando aproveitávamos para dar um beijinho nas meninas da rua. A cafifa empinada, a barraquinha de vender bombinhas e estalinhos, além das temidas "cabeças de negro"...
Além disso, quando morava no apartamento da Amaral Peixoto, meus quintais eram as quadras do Liceu ou do Canto do Rio F.C., onde pratiquei diversos esportes (futebol de salão, tênis de mesa, basquete)... Depois, adolescente, joguei futebol em praticamente todos os campos de Niterói (Caio Martins, Rio Cricket, Ipiranga, Niteroiense, Manufatora, Vienense, Cruzeiro, Aero Clube, entre outros).
Quanto ao jogo de sinuca, confesso que nunca fui muito apreciador do mesmo, mas fui algumas vezes no Santa Cruz (esquina da Visc. Rio Branco com Conceição), e em dois outros nas esquinas da Visc. Rio Branco com Gomes Machado e José Clemente.
Não servi o exército, talvez por isso não tenha sido tão disciplinado como você. Mas, como tive que estudar muito para ser aprovado nos concursos que fiz posteriormente (Banco do Brasil,Banco Central, Ministério Público dos Estados de São Paulo e RJ e magistratura do antigo Estado da Guanabara), tive que me disciplinar bastante nos estudos para obter êxito nesses concursos públicos.
Acho que vc. tem parcial razão quando afirma que não se faz amizade depois dos 40 anos de idade. Realmente, meus melhores amigos vêm da minha adolescência. Talvez apenas um ou dois adquiridos depois dos 40 anos.
É algo para se refletir...
Lendo o post aqui no meu horário de almoço, tive a sensação de que já escrevemos ou debatemos esse assunto. De qualquer maneira, é sempre prazeroso - e muitas vezes aterrador - conversarmos sobre o "como era" na nossa juventude, e compararmos com o cenário atual.
ResponderExcluirTudo indica, pelos testemunhos, que não houve muita diferença em costumes e hábitos, entre as gerações de 40-50-60. No meu caso, nascido na década de 50, sem dúvida os Anos 60 foram meu divisor de águas ; mas não devido ao golpe militar. E sim, devido à música, liberdade (podem me julgar), à turma maravilhosa com que convivi, às turmas das escolas, ao início da faculdade, etc, etc.
Hoje, nessa tensão toda política, social e econômica, tenho a sorte de trabalhar num lugar bem bacana, com uma equipe bem legal, e ainda tenho à disposição em um dos anfiteatros um piano de cauda Yamaha, para desopilar meu estresse. E é pra lá que eu vou agora.
Até ....
Carlos Lopes (Carlinhos para os amigos de mais de 50 anos),
ResponderExcluirMuito grato por sua visita e pelo comentário.
Abraço
Freddy e Riva,
ResponderExcluirVocês são da acasa. Estranho quando não participam dos debates.
O caso do Carlinhos é diferente. Ele é um velho amigo (e amigo velho) e aqui é de participação bissexta. Por isso louvo o comentário.
Como é bom papear sobre coisas assim !!
ResponderExcluirEm casa, à noite, escrevo mais.
PS1: uma derrota do Dunga hoje nos daria 6 meses para colocar um treinador de verdade, e chegar com força na Copa 2018 (#prontofalei)
PS2: jogávamos sinuca à noite no Largo do Marrão, numa "espelunca" que ficava em cima de um bar. Não sei porque, mas sempre com uns pratinhos de queijo prato, regados com molho inglês, e uma cervejinha. Nunca fui bom nesse esporte.
Não consigo torcer contra, Riva. E olha que não sou nacionalista.
ResponderExcluirMas se o Dunga, a quem muito admirei pela liderança como jogador, for defenestrado também acho que o nome do momento é o do Tite.
Não torço nem contra nem a favor, mas também concordo que Tite é melhor que Dunga, que é teimoso como uma mula e não muda mesmo quando as evidências assim pedem. Talvez não tenha conhecimento para tanto...
ResponderExcluirComo palpite, acho que perde hoje.
Navio afunda!
Ratos e baratas primeiro!
Capitão não abandona navio (será verdade ?!! )
=8-)
22:50h
ResponderExcluirTudo dando certo para o Asno cair.
1x0 Paraguai.
Vamos ao 2º tempo.
22:58
ResponderExcluirUm time sem confiança, sem liderança dentro e fora de campo, sem inteligência no meio.
SEM FUTEBOL.
2x0 Paraguai.
7x1 sem fim ....
ResponderExcluirJabá de levar o time para o hotel onde o Lúcio é um dos donos, ao invés de ir para Assunção, no ambiente do jogo. Não fizeram reconhecimento de gramado.
Uma esculhambação !!! CBF tem que ser implodida !!
23:12
ResponderExcluirUm bando perdido em campo.
William joga muito.
Neymar é 80% do time.
Não temos treinador.
Que venha o TITE.
Temos 6 meses para tentar consertar tudo isso.
Pergunta circulando no face: quem cai primeiro, Dilma ou Dunga???
ResponderExcluir23:40
ResponderExcluirImpeachment de DUNGA adiado !!
23:48
ResponderExcluirFoi sem dúvida a melhor atuação do David Luiz na seleção até hoje !!
FLUi
O Anônimo acima não é cadastrado, mas a pergunta dele é pertinente.
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