Por
Carlos Frederico March
(Freddy)
Gosto de carros desde jovem. Contudo, sou por demais cartesiano, de modo que sempre limitei meu gostar a algo que eu pudesse comprar. Portanto, longe de mim ficar aqui falando de Ferrari, Maseratti, Lamborghini, Porsche, Bugatti e similares. Sim, vez por outra poderei tecer algum comentário sobre um deles, mas será exceção.
Minha
ideia inicial é fazer comentários periódicos (não regulares), pró e contra, sobre
a indústria automobilística brasileira, de preferência confrontando-a com suas
matrizes estrangeiras, pois afinal de contas somos apenas submundo para eles.
Mesmo exceções, projetos saídos de pranchetas brasileiras, são alvo de
alterações para produção e/ou venda aqui ou no exterior.
Penso
em começar com algumas curiosidades que fui anotando mentalmente ao longo de
anos de observação. Nunca serão concludentes, dada a evolução constante do
setor. Por isso uma determinada marca ou modelo poderá vir a ser alvo de
comentário em edições diversas da série “Gosto de carros”. Conto também com críticas e comentários dos
leitores, para dar continuidade a algum tópico em particular.
HYUNDAI
São
muito interessantes os carros da Hyundai comercializados no Brasil. Fizeram uma
primeira incursão com o modelo Accent, pequeno sedã 4 portas que vendeu
bastante no início da abertura do Collor à importação. Haverão de se lembrar
deles, pois que uma de suas características era a cor inusitada. Rosa, azul
bebê, lilás, roxo, etc. Vieram e foram embora, mas volta e meia dou de cara com
um deles ainda rodando por aí, inteiro.
Hyundai Accent 95 |
E
os brasileiros passaram a consumir o modelo descontinuado na Coreia, e assim o
fazem até hoje. Nada mudou nele, pois as máquinas coreanas continuam as mesmas.
Tá certo, o motor agora é flex e o preço competitivo. Todavia o tempo já o
castiga e tenho ouvido críticas à falta de recursos mais modernos, existentes
em modelos “da hora”. Admitam que na verdade nada se investiu nele aqui.
Enquanto as máquinas funcionarem e o brasileiro o comprar, não há razão para
mudanças.
Quanto
ao ix35, está na hora de renová-lo na Coreia e... podem aguardar que o modelo
antigo será produzido aqui em breve, mais um Hyundai brasileiro com máquinas já
cansadas de rodar em seu país de origem!
Sim,
vão me dizer que a Hyundai investiu aqui com a produção do HB20 em suas
diversas variantes (hatch, sedan, esportivo). Sim, mas é mais um daqueles casos
que são extremamente comuns na nossa indústria: modelo “adaptado às condições
brasileiras”. Sim, porque sua base é um “ix20”, que seria muito caro de
produzir e vender aqui (mas é vendido no resto do mundo). Tira uma coisa ou
outra, simplifica uma função, exclui algumas bodosidades eletrônicas e eis que nasce
o bem sucedido HB20!
Hyundai ix20, inspiração do nosso HB20 |
Para
terminar o papo de hoje, permitam-me relembrar fato ocorrido durante o Festival
de Inverno de 2010 em Campos do Jordão. Na calçada do Center Suíço a Hyundai
montou uma mostra de seus modelos à venda no Brasil (importados): o hatch ix30
e os SUVs Tucson, SantaFe e VeraCruz, pela ordem crescente de preço.
De
fato o SantaFe e o VeraCruz eram espetaculares, mas minha atenção estava focada
no Tucson, que era o único SUV que eu poderia adquirir dentro de meu padrão
financeiro. Quando estava dando voltas em torno do veículo e tirando várias
dúvidas com um atendente, uma figura se acercou e me inquiriu “por que estava
eu interessado no Tucson se os outros eram muito mais bonitos?”.
Dentro
de minha habitual “pobreza” eu respondi “o que adianta achar bonitos se eu não
os posso comprar?” e continuei minha pesquisa. Pois bem... A infeliz figura foi
direto no VeraCruz e qual foi a primeira pergunta que fez sobre um carro de
quase 140 mil pilas (isso em 2010)? Perguntou se ele era “econômico”, “se bebia
muito”...
Cá
pra nós... Uma pessoa que pode comprar um VeraCruz (que acaba de sair de linha),
quiçá um BMW, ou uma Mercedes, pode perguntar tudo, menos se o carro bebe. É o
que menos importa no custo total da belezura... Pelo menos é minha opinião,
pois se me derem um de presente vou ter bastante dificuldade em meramente manter
seu IPVA em dia...
Até
a próxima!
Créditos:
Imagens obtidas no Google / Wikipédia
Vim aqui por dois motivos. Um furar o pneu. O segundo é que você acertou na mosca, se fosse batalha naval teria perdido um submarino.
ResponderExcluirNão tenho nenhum fascínio por automóveis. Há cinco anos nem possuo um.
O máximo que talvez consiga é diferenciar um fusca de um cadillac.
Logo, nada a declarar.
O fascínio por carros e motos é algo geneticamente bem masculino, o que não impede que moças também o tenham. Dizem que é porque amplifica o poder pessoal, fazendo-nos sentir como super-homens. Como, sem ajuda, você seria capaz de correr a 150km/h? Sensação similar deve ser pilotar aviões, apesar de que nesse caso você fica bastante limitado sobre o que pode ou não fazer. Por exemplo, não pode parar o voo para fazer um xixi na beira da estrada.
ResponderExcluirEu gosto bastante de carros, mas não chego a ser fanático. Os entusiastas dizem que a primeira coisa a fazer quando se compra um carro é mudar suas rodas, personalizá-lo. É considerado cafona usar as rodas de fábrica, por mais belas que sejam. Mas tuning de carros (modificações de características) é outro assunto, não vou entrar nele.
Particularmente gosto de admirar os modelos, sua evolução ano a ano. É similar ao meu comportamento com o mercado de máquinas fotográficas, telescópios, equipamentos de áudio - caseiros e profissionais, móveis e utensílios, aeronaves comerciais ou bélicas, e por aí vai. Gosto mesmo sem poder comprar a maioria do que vejo e admiro.
A paixão por carros e velocidade é um fenômeno mundial, pode-se ver pela quantidade de publicações e feiras. Nesse ano mesmo cogito visitar o Salão do Automóvel em São Paulo, como fiz em 2012. Só que já combinei com Mary que vou sozinho! Para poder parar e ficar olhando com toda a calma do mundo cada modelo que me agradar, fazer perguntas, entrar, ficar babando e desejando...
Quanto ao fato da vida real que é a constatação de que não demora terei de parar de dirigir, terei de absorver com dignidade. Antes parar de dirigir que insistir, fazer bobagem e causar acidentes. Já poderia ter trocado de carro, o meu é de 2010, mas essa realidade vem me segurando. Pra quê gastar tanto numa troca se o dia de pendurar chuteiras se aproxima, não?
Parar de dirigir e não possuir mais carro não vai, contudo, diminuir minha admiração pelo assunto. Continuarei comprando 4 Rodas, pesquisando a internet, indo a Salões, atualizando-me e fazendo comentários e resenhas...
<:o)
Eu penso que geneticamente masculino é gostar de mulher (sem fascínio).
ResponderExcluirDepende, você pode ser gay e aí geneticamente vai gostar de homem.
ResponderExcluir<:o)
Abandonei o tema há bastante tempo. Acho que o divisor de águas foi uma tentativa de furto do meu carro. Não levaram, mas danificaram de maldade.
ResponderExcluirE um arranhão aqui, outro ali, trânsito infernal, impostos altos, gasolina cara, seguro caríssimo,insegurança no ir e vir a vários locais, estacionamento caro e difícil,fui me decepcionando e abandonando o automóvel.
Procuro me locomover com transporte público, táxis e motocicleta. Uso basicamente para viajar, o que dá uma média de 480 km/mês nos últimos 12 anos.
Porém tudo isso não me impede de admirá-los. Acho a nova linha da Chevrolet bonita. O GOLF da VW sempre foi e continuará sendo (rs) uma pendência. Minha esposa gosta muito do HB20 que o Freddy mencionou.
Acho que mesmo se conseguisse uma bolada das boas, não investiria em um novo carro, ou um mais novo. Investimento é em viagens - prioridade total ! rsrs
Quando viajamos para fora, aí sim vou à forra e procuro alugar um bem bacana. Na última viagem que fizemos eu aluguei um Kia Sportage branco, show de bola, e um novo Ford Focus (não gostei). Tive que fazer a troca porque o parabrisa frontal do Sportage estranhamente rachou em um estacionamento.
Automóveis sempre serão o brinquedinho de preferência de ..... quem tem grana.
Freddy,
ResponderExcluirNão discuto toleima.
Riva,
Quem tem grana (de verdade), tem é motorista particular. Automóvel é meio de transporte.
Os homens que têm automóvel como brinquedinho são exibicionistas. O vizinho tem que ver que o carro dele é mais moderno; o pessoal do clube trem que ver que ele trocou de carro, essas bobagens.
São ricos sem pedigree, sem berço. Veja os jogadores bem sucedidos, as frotas de automóveis modernos (e caros) que possuem. Bem, tive um amigo que quando ficou bem de vida comprou um Galaxie Landau zero quilômetros. Menos de um ano depois vendeu o automóvel e me confessou: "Carrano, eu precisava desrecalcar". Teve infância muito pobre, no limite da miséria.
Riva,
ResponderExcluirEu nunca fui muito de Chevrolet, uma espécie de cisma. Contudo, a mais recente linha me cativou - pelo design. Parece trocadilho, mas quem cativou Mary foi... a Captiva, da GM/Chevrolet!
Eu fiquei pasmo (e ainda estou) com o Cruze Sport6. E um sacana na garagem perto de minha vaga tem um, branco! O novo modelo, já pronto lá fora, me pareceu mais papagaiado, vamos esperar para ver de perto.
Quanto ao Golf, todas as reportagens de 4 Rodas insistem em dizer que é a referência automobilística no segmento (digamos de até 100.000,00). Principalmente o TSI com dupla embreagem. É só elogios. Eu gosto dele, mas acho-o... baixinho demais! Outro sempre muito elogiado e que não faz minha cabeça é o Focus (estrangeiro). Dizem que a dirigibilidade dele e do Golf são similares.
Há muito que dizer e pretendo, à revelia do Carrano (se bem que ele pode me dar o cartão vermelho) dar essas e outras opiniões sobre carros e modelos ao longo do tempo. Por exemplo, a questão do "gosto não se discute".
O carro de minha paixão (dentro de meu orçamento, óbvio) tem sido há anos o FIAT Bravo. Contudo, nunca o comprei por conta de críticas ferozes na 4 Rodas, opiniões de quem entende (taxistas) e escassez de vendas. Se o povo não compra algo de errado tem...
Até mais!
<:o)
Vou ter que abrir uma exceção. Mal acabei de falar que "os homens que têm automóvel como brinquedinho são exibicionistas. O vizinho tem que ver que o carro dele é mais moderno..."
ResponderExcluirE vem o Freddy e escreve que: "Eu fiquei pasmo (e ainda estou) com o Cruze Sport6. E um sacana na garagem perto de minha vaga tem um, branco!"
Foi mal, Freddy!
Invejinha boa, inocente. Não corri na agência pra comprar um. Aliás, antes que você comente, não é por falta de recursos, graças a Deus.
ResponderExcluirSe eu fosse morrer de inveja por coisas que eu desejo e outros possuem, já estaria morto e enterrado.
Telescópios, câmeras, carros, pianos, violões, home theaters... Só pra citar coisas que não tenho em maior quantidade por mera opção e não por falta de recursos.
Nessa seara maior eu incluiria apartamentos, casas, castelos, que realmente só olho e fico chupando dedo...
<:o)
Sabe cachorro olhando a máquina de assar frango na porta da padaria? É igual ficar na porta da concessionária olhando os últimos lançamentos das montadoras.
ResponderExcluirTem uma diferença: o cachorro não pode lamber os frangos, mas o tarado por automóveis pode fazer um test drive.
Embora este anônimo não esteja cadastrado no blog (ou esqueceu de colocar sua "marca") liberei o comentário porque achei criativo e pertinente.
ResponderExcluirMuito criativa a comparação do anônimo, de fato! Acrescento que uma visita a um Salão do Automóvel supera de monte a sensação de visitar uma concessionária: é uma verdadeira autoflagelação (sem trocadilho)!
ResponderExcluir<:o)
Gostaria de ressaltar algo que talvez não esteja muito claro, mas que lendo meu texto sobre a Hyundai pode-se deduzir. Não descrevi os carros da montadora, não discorri sobre características nem acessórios nem desempenho de Accent, Tucson, ix35, ix20 ou HB20. Meu foco foi na atitude ladina (mas comercialmente usual) da montadora em trazer máquinas obsoletas para o Brasil. Em pelar um modelo (no caso o ix20) para que pudesse baixar seu preço a ponto de um brasileiro poder comprá-lo, como HB20.
ResponderExcluirNão é a única a fazê-lo e pretendo contar o que sei em outros posts. Peugeot com o 207 e VW com as versões do Golf e com a motorização de seus modelos (Jetta novíssimo com motor de Santana 2.0 é sacanagem); Chevrolet nos enfiando goela abaixo o motor Powertrain 1.8.
<:o)
Primeiro link: Ronaldinho receberá 17 milhões do Flamengo.
ResponderExcluirhttp://extra.globo.com/esporte/extra-campo/flamengo-pagara-17-milhoes-ronaldinho-gaucho-18700278.html
Segundo link: Eu palpitei em 2011, portanto há cinco anos.
http://jorgecarrano.blogspot.com.br/2011/01/jornal-primeira-fonte.html
Já não precisa ficar um ano sem sorvete de passas ao rum...
ResponderExcluir<:o)
Hoje temos acesso ao que acontece na indústria automobilística no exterior, em tempo real. Seja indo lá com mais facilidade, ou pela web. E Collor continua 100% certo : nosso carros são uma carroça !
ResponderExcluirEu, que alugo carros lá fora quase anualmente (ainda consigo rsrsrs) testemunho isso nos detalhes internos dos automóveis e nos acabamentos, além das garantias existentes. A Defesa do Consumidor nos EUA é o cão chupando manga. Ai da empresa que sacanear um cliente !! Não sobrevive ... #simplesassim
Essa conscientização da Defesa do Consumidor está nas veias dos americanos, e dos advogados americanos $$$$$$$. E como funciona !!
Voltando ao gosto individual : o CRUZE da Chevrolet é lindo !!
Quanto ao geneticamente, concordo com o Freddy .... há que balancear ou desbalancear o lado masculino e feminino que existe em todos nós. Quem não admite isso está fugindo da realidade genética !! hahahahaha ......... aguardo as réplicas !
KD as mulheres para debater o assunto ??? Anônimos não tem vez nesse debate. Não sabemos nem de que lado estão .....
O Cruze consegue ser bonito nas 2 versões: Sedan e Sport6 (hatch). Andei vendo as alterações de estética implementadas lá fora, e acho que terei de vê-lo bem de perto para me acostumar. A primeira impressão não foi lá muito boa, mas é um comportamento comum de minha parte. Quando gosto de algo, reluto em admitir alterações...
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