Este ano haverá uma edição do Campeonato Europeu de Futebol,
conhecido como Eurocopa, a meu juízo uma competição mais equilibrada do que a
Copa do Mundo da FIFA.
Entretanto é nesta competição que fica evidente que o que faz
com que os campeonatos europeus, em especial os da Inglaterra, da Alemanha,
Espanha, Itália e França sejam tão atraentes e vendidos para o mundo todo, é
também um veneno para as seleções nacionais.
Acaba por ser tecnicamente inferior à Champions
League.
Vejamos os seguintes fantásticos ataques de alguns dos últimos
campeões da Champions:
Real Madrid – Bale (galês), Benzema (francês), Cristiano
Ronaldo (português).
Barcelona: Messi (argentino), Luis Suárez (uruguaio), Neymar
(brasileiro).
Bayern de Munique: Ribéry (francês), Robben (holandês), Lewandowski (polonês). E em outras posições ou na reserva: Tiago Alcântara e
Douglas Costa (brasileiros) Arturo Vidal (chileno).
Chelsea: Hazard
(belga) Diego Costa (espanhol) Pedro (espanhol). E em outras posições ou na
reserva: Fàbregas (espanhol) William, Oscar e Kenedy (brasileiros) Falcão
Garcia (colombiano). E agora Pato.
E no Paris Saint-Germain, que não ganhou a Champions mas está
crescendo: Ibrahimovic´ (sueco), Cavani (uruguaio), Di Maria e Lavezzi (argentinos). Mais
uma série de estrangeiros em outras posições. O PSG tem 24 pontos a mais do que o segundo colocado no campeonato francês.
Africanos (muitos), asiáticos (alguns), sul-americanos
(argentinos, brasileiros, chilenos, colombianos, etc), não irão disputar a
Eurocopa, mas participam, por suas equipes, na Champions.
A seleção alemã é boa? É. A seleção espanhola é boa? É. A seleção italiana e boa? É. No
momento a seleção belga é boa? Sim, é muito boa. Mas algumas das equipes
citadas jogam futebol mais vistoso, mais estético, mais agradável plasticamente do as seleções.
O futebol na Europa melhorou muito em função, também, da
importação, pelos clubes, de técnicos com visões e táticas diferentes. Na
Inglaterra os técnicos dos times de ponta são holandeses, espanhóis,
argentinos, franceses, um alemão e um chileno. Já teve, até pouco tempo, um português e um espanhol.
Enquanto isso, na Alemanha, brilha um técnico espanhol. Brilhava, pois enquanto escrevia este texto, o Pepe Guardiola se comprometeu com o Manchester City, clube inglês que dirigirá na próxima temporada. E nem se pode dizer que o Manuel Pellegrini (chileno) não fez um bom trabalho no Manchester City.
A equipe campeã invicta do Arsenal, na temporada 2003/2004, foi responsável pelo alavancagem do futebol na Inglaterra e fez da Premier League a campeonato mais importante do planeta.
Isto porque o Arsène Wenger montou uma equipe que jogava um futebol arte sem deixar de ser competitiva. O futebol inglês deixou de ser o do chuveirinho, da bola alçada na área. Ainda hoje a equipe da Arsenal não dá chutão e não tem jogador trombador. E o Wenger está completando 20 anos no clube.
Bem, Alex Ferguson (escocês) ficou 26 anos a frente do Manchester United, mas seu estilo era diferente, embora também vitorioso.
A universalização de jogadores e técnicos esta contribuindo muito para melhoria do futebol e diminuindo as diferenças técnicas e táticas entre os clubes e seleções.
Quando, há alguns anos, poderíamos imaginar que a China, a Índia e países do Oriente Médio teriam ligas de futebol atraentes. E que a liga americana ressurgiria das cinzas deixadas por Pelé, Carlos Alberto (capitão do tri), Beckenbauer e outros bons jogadores.
Alguns técnicos brasileiros tiveram oportunidades em times de ponta na Europa, mas não aprovaram. Casos de Luiz Felipe Scolari, no Chelsea, e de Wanderley Luxemburgo, no Real Madrid.
Abaixo alguns técnicos estrangeiros que dirigem equipes inglesas. O destaque, neste momento, vai para o veterano Claudio Ranieri, italiano, que comanda o modesto Leicester City, colocado entre os primeiros no campeonato.
Mourinho, ora sem clube, foi responsável pela ascensão do Chelsea a condição de protagonista na Premier League.
Já fiz esta comparação e vou repeti-la. A uva cabernet sauvignon se adaptou tão bem em vários países que os vinhos desta casta estão quase pasteurizados. As diferenças entre os fabricados em diferente regiões é muito pequena.O futebol vai por este caminho.
Alguns técnicos brasileiros tiveram oportunidades em times de ponta na Europa, mas não aprovaram. Casos de Luiz Felipe Scolari, no Chelsea, e de Wanderley Luxemburgo, no Real Madrid.
Abaixo alguns técnicos estrangeiros que dirigem equipes inglesas. O destaque, neste momento, vai para o veterano Claudio Ranieri, italiano, que comanda o modesto Leicester City, colocado entre os primeiros no campeonato.
Mourinho, ora sem clube, foi responsável pela ascensão do Chelsea a condição de protagonista na Premier League.
Já fiz esta comparação e vou repeti-la. A uva cabernet sauvignon se adaptou tão bem em vários países que os vinhos desta casta estão quase pasteurizados. As diferenças entre os fabricados em diferente regiões é muito pequena.O futebol vai por este caminho.
Arsène Wenger |
Louis van Gaal |
Jürgen Klopp |
José Mourinho |
Rafael Benitez |
Manuel Pellegrini |
Claudio Ranieri |
|
Permitam-me um comentário complementar. A uva cabernet sauvigon sofreu um processo similar ao efeito Tostines: é mais crocante porque vende muito ou vende muito porque é mais crocante?
ResponderExcluirUm dos mais influentes críticos de vinho no mundo é Robert Parker. Até hoje a classificação RP é utilizada pela crítica e pelo comércio, e ele se gaba de conseguir provar 200 vinhos toda manhã, chegando a uma avaliação individual em apenas 1 minuto. É indiscutivelmente um fenômeno. E como tal, controverso...
Alguns o acusam de privilegiar produtos em que tem interesse comercial, o que pode ser classificado de calúnia. Contudo, outra acusação, mais leve, foi feita contra ele - e aí entra a cabernet sauvignon.
Contam que Robert Parker, apesar de toda sua larga e variada experiência, se agrada pessoalmente dessa uva. Automaticamente, ou inconscientemente, começou a dar notas mais altas para vinhos com ela produzidos. Os produtores perceberam e começaram a focar na qualidade de seus cabernet sauvignon, passando a investir no plantio e cuidado dos vinhedos. Quem não plantava passou a fazê-lo => disseminação mundial.
Como em toda atividade, a busca da qualidade começou a gerar resultados e efetivamente os vinhos produzidos com a cabernet sauvignon foram melhorando e com isso as notas de Robert Parker. E o círculo vicioso se implantou: melhores vinhos, melhores notas, melhores vinhos, melhores notas...
Claro que isso parece folclore, não tenho provas do que relatei, mas foi-me contado mais de uma vez, em seminários e cursinhos. Ouso dizer que se Robert Parker gostasse mais de Shiraz ou de Malbec, essas seriam a coqueluche do mercado!
Tudo bem, Freddy. Mas minha observação foi quanto a proliferação da casta pelo mundo. E com boa adaptação a climas, solos (terroir), altitudes. Todo mundo faz vinho desta cepa.
ResponderExcluirOs fenômenos Arsène Wenger e Alex Ferguson são admiráveis exceções. Impossível implementar algo similar com a nossa cultura imediatista. Aqui 2 ou 3 anos no cargo já entra para o nosso livro de recordes.
ResponderExcluirInfelizmente, sou obrigado a concordar que a universalização citada vai transformar o futebol numa mesmice. No jargão popular: não tem mais bobo no futebol.
As exceções ficarão por conta de investimentos milionários de um clube ou outro, que enquanto durarem vão acabar com a graça dos campeonatos em que estiverem inseridos. O PSG parece ser um exemplo francês.
Em tempo: Ibrahimovich é uma figuraça! Suas tiradas são ótimas! Levou a Suécia à classificação numa repescagem não sem antes ter dito que o faria, porque uma competição sem Ibrahimovich não teria graça alguma!
E eu lhe dei a razão do porque houve a proliferação da cabernet sauvignon no mundo.
ResponderExcluir<:o)
Você parece bem minha falecida mãe. Tem de sair por cima do debate de qualquer maneira, não? Meno male que fez o mea culpa no post passado!
<:O)
O Ibra é um Dadá Maravilha poliglota. Em termos de tiradas. Frases de efeito.
ResponderExcluirDesculpe, mas você não deu razão alguma para proliferação da sauvignon. O fato de um crítico ter espacial preferência por essa uva e elogia-la à exaustão, não seria responsável pela expansão de seu cultivo no planeta, não fora adaptação a diferentes latitudes e solos os mais distintos.
ResponderExcluirÉ o que está ocorrendo com o futebol. Está se disseminando em países que tinham outros esportes nacionais, sem nenhuma tradição no esporte bretão.
Meu comentário pode ser fora de contexto, mas me preocupa muito mais, ou 100%, a proliferação da MALDADE, observada aqui no BRASIL, no ORIENTE, e em outros países.
ResponderExcluirEstou me lixando para a proliferação de uvas e futebol, desculpe a crueza do posicionamento.
Confesso que até hoje, de vez em quando, vejo episódios do Big Brother da Grobo, que está em sua 16ª edição, e NUNCA vi qualquer menção, comentário, debate entre os brothers sobre qqer problema sócio-econômico do nosso país. Para não ser injusto, vi sim, na edição em que o Jean Willys, gay assumido, tentou conversar sobre temas diversos e não conseguiu. A tchurma não estava preparada para isso .... rsrsrsrsr.
Em resumo, me preocupa a proliferação da corrupção, em níveis globais, decapitações, assassinatos fúteis, assaltos em qqer lugar a qqer hora, enfim .... o BRASIL BANDIDO pode perfeitamente eleger CUNHA presidente em 2018.
Não me surpreenderia ..... juro !!
Julguem-me !!
Ninguém comentou o 7x0 do Barça em cima (no Tweeter se escreve encima) do Valencia.
ResponderExcluirNo Twitter ninguém falou da vitória do Vasco sobre o poderoso América na casa do adversário, por 3 x 1.
ResponderExcluirTweeter para mim e para todo mundo é um alto-falante destinado especificamente a reproduzir frequências agudas.
Twitter é uma rede social, onde paradoxalmente as mensagens são chamadas de tweets, em vez de twitts. Vai entender...
<:o)
Escrevi errado. Twitter e tweets, o correto.
ResponderExcluirE é simplesmente notável saber das coisas muito antes de qqer mídia oficial.
Esse mesmo conceito é a causa do sucesso do GPS Waze.
No Campeonato Brasileiro a média de público é baixíssima. Enquanto isso, na Inglaterra, em divisões inferiores a presença de torcedores é muio boa:
ResponderExcluirhttp://espn.uol.com.br/noticia/602286_finais-das-2-3-4-e-5-divisoes-na-inglaterra-levam-quase-200-mil-pessoas-ao-wembley
Vejam o tamanho dos investimentos na Europa:
ResponderExcluirhttp://extra.globo.com/esporte/estudo-aponta-manchester-united-como-clube-que-mais-gastou-com-elenco-confira-ranking-20223272.html