Por
Carlos Frederico March
(Freddy)
"2015, the year of Pluto"
Assim
foi considerado o ano que acaba de se encerrar pela comunidade científica
internacional. O impacto das imagens do sistema formado pelo ilustre
planeta-anão e suas 5 luas provocou exclamações em todos aqueles que se
interessam por ciências espaciais e astronomia.
Recapitulando,
comecei a série sobre assuntos de grande importância astronômica do ano de 2015
em 4 posts, publicados entre os dias 1 e 4 de março. Posteriormente fiz alguns
posts adicionais atualizando o status das referidas missões. A lista com os
diversos links está no final deste texto, por questões práticas.
Por
que o impacto científico? Creio que as razões são diversas e deve haver uns 2.386
textos sobre o assunto na internet. Aqui procurarei dar minha visão pessoal.
COMPLEXIDADE
DA MISSÃO
A
aprovação da missão New Horizons se deu em novembro de 2001 e a sonda foi
lançada em 19 de janeiro de 2006. Os computadores que são o centro de controle
inserido na sonda eram o estado da arte do ano de 2003 e se qualquer um voltar
sua mente para este longínquo passado (12 anos atrás), há de constatar o que já
se avançou em termos de tecnologia, tanto em aplicações de ponta (espaciais e
militares) como no cotidiano social.
O
objetivo não era nada simples... A sonda deveria seguir milimetricamente uma
trajetória que a faria passar "lotada" (a mais de 49.000 km/h) por
Plutão num determinado ângulo, especialmente escolhido para poder fotografá-lo
e à sua grande lua Charon em close, num movimento tipo panorama: girando
lentamente de modo a manter seus alvos em foco. Um pouco de Plutão, um pouco de
Charon, o que pudesse das 4 luas minúsculas (Nix, Styx, Hydra e Kerberos), além
da procura de possíveis anéis e novas luas (sabemos agora que não tem).
No
dia 14 de julho de 2015 ele faria o fly-by e em 4 horas, mais ou menos, já
estaria se dirigindo para os confins do sistema solar... Nenhum plano B, nada.
Torcia-se para que a nave não esbarrasse numa pedra qualquer no caminho, isso
estragaria tudo. Se houvesse anéis, a poeira poderia danificar as lentes. Tudo
tinha de ser antecipado. O centro de controle mantinha as câmeras e radares
apontados para a frente procurando desesperadamente algum empecilho.
Diferente
de outras missões, onde a americana NASA (ou europeia ESA ou japonesa JAXA,
etc) escolhe frear e circular seu alvo por vários meses ou anos, a missão a
Plutão foi um tiro direto, usando a meio caminho uma assistência gravitacional
de Júpiter para acelerar mais ainda. Sem chance alguma de frenagem por conta da
velocidade com que ela estava programada para chegar ao destino. A quantidade
de combustível que seria necessária para a manobra de entrada em órbita inviabilizaria
chegar em Plutão "em tão pouco tempo", por conta do peso extra a ser
lançado no espaço. A viagem seria muito mais lenta.
Continuemos...
Plutão está orbitando o Sol além de Netuno, sendo portanto o mais distante
astro a ser visitado por uma sonda. Está no momento a aproximadamente 5 bilhões
de quilômetros e é tão longe de nós que a luz demora cerca de 4 horas e meia
para chegar lá.
Ei!
Não só a luz! Os comandos da nave, caso
tenham de ser dados aqui da Terra também! Pois é... Entre dar um comando e
receber a resposta da nave seriam 9 horas quando ela estivesse passando por
Plutão. Sem contar que estava prevista a condição de silêncio de rádio por 22
horas justo no sobrevoo. Tipo: teria de ser tudo programado antes e não poderia
haver nada de errado, pois não haveria como consertar a tempo...
Os
computadores a bordo são 2, cada um deles duplicado por segurança: total 4. Um
par cuida de processamento de comandos e dados, o outro par cuida da navegação
e controle da sonda. Lembremo-nos que foram construídos com a tecnologia de
meados de 2003.
O
plano de voo da New Horizons previu um esquema de hibernação prolongada para
economia de energia. Nesse esquema de hibernação, que foi colocado em prática
após a passagem por Júpiter em 2007, ela foi reativada rapidamente 2 vezes por
ano para testes e correções eventuais de trajeto, voltando a dormir. Acordou de
fato no dia previsto (6 de dezembro de 2014), fez as correções finas de rumo
indicadas pelo centro de controle e passou a cumprir todas as fases da missão (consultar
posts específicos nos links informados ao final) sem grandes problemas.
EXPECTATIVA
!
Houve,
de fato, dois momentos de tensão nesses 9,5 anos de voo, que fizeram a sonda
entrar em "safe mode", sem contato com a Terra, aguardando se
reconfigurar das falhas internas:
- Durante
a passagem próxima a Júpiter, quando recebeu assistência gravitacional para
acelerar, aconteceu em 29/03/2007 um erro irrecuperável de memória. Os
computadores entraram no "safe mode" e só retomaram contato 2 dias
depois, tendo perdido apenas dados sobre a magnetosfera de Júpiter, mas nada
que colocasse em risco a missão principal.
-
Em 4 de julho de 2015, a apenas 10 dias do fly-by, os controladores de voo na Terra
sobrecarregaram o computador com instruções, excitados que estavam com as
imagens que iam chegando. Ora, lembremos que é um hardware antigo, e o
computador travou! Foi um alerta para
que deixassem o computador cumprir sua missão sozinho, sem mais nenhuma
interferência terrestre. E assim foi feito: a partir de 7 de julho, nenhum
comando adicional.
Plutão e Charon, melhor imagem antes do sobrevoo |
Foi
tirando fotos cada vez mais perto e em14 de julho, dia do fly-by, foi cortada a
comunicação com a Terra, entrando no modo silêncio rádio de 22 horas de duração.
A medida era necessária para que o lento computador (versão 2003) pudesse se
concentrar na intrincada manobra que teria de fazer ao passar por Plutão e
Charon a quase 50.000 km/h, mantendo os dois alvos alternadamente em foco.
O
centro de controle cruzou os dedos e torceu para que, quando ela voltasse a
entrar em contato, dissesse: tudo OK! O centro de controle explodiu em palmas e
vivas e abraços quando a sonda "phoned home" na hora prevista. A New
Horizons havia executado tudo conforme planejado há mais de 12 anos, quando do
início de sua construção.
A
massa de dados recolhida na memória está sendo lentamente (quando digo
lentamente é lentamente: 1 a 2 kb/s) transmitida para a Terra e deverá
permanecer por volta de 16 meses nessa tarefa.
COMO
SÃO PLUTÃO E CHARON?
OK,
o primeiro requisito para o estardalhaço relacionado ao sucesso de uma missão
tão arriscada foi ela ter chegado no objetivo no prazo correto e cumprido tudo
sem falhas. Mas o melhor estaria por vir: os resultados práticos!
Plutão em 13.07.2015 |
Quem
estuda astronomia, mesmo leigamente como eu, está acostumado a dar de cara com
pequenos astros cheios de crateras, insípidos. Uma ou outra característica pode
chamar a atenção, mas se comparar fotos do planeta Mercúrio com nossa Lua, com
o planeta-anão Ceres (ainda sendo orbitado pela sonda Dawn), e inúmeras outras
luas e asteroides do sistema solar, é tudo parecido.
Não
falo aqui dos grandes planetas, como Terra, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno,
Urano e Netuno, cada um com seus mistérios. Contudo, a maioria das luas e
planetas-anões é uma coleção de crateras sobre um terreno rochoso. Exceções? Io
e Europa (luas de Júpiter), Enceladus e Titan, a única lua com atmosfera
consistente (de Saturno), Tritão (de Netuno)...
Sobre
Tritão cabe uma ressalva. Ela circula Netuno numa órbita retrógrada (contrária
à rotação do planeta) o que indica que poderia ser um planetoide capturado.
Mais que isso, uma hipótese reza que ela seria da mesma classe que Plutão, pois
tem mais ou menos o mesmo tamanho (diâmetro de 2.707 km contra 2.375 km de
Plutão) e os estudos sempre apontaram para origens similares.
Tritão, maior lua de Netuno |
É
porque o próprio Plutão tem uma órbita bastante esquisita: inclinada em 17º com
relação à órbita dos demais planetas - Netuno incluído - e tão excêntrica que
em determinados anos ele fica mais perto do Sol que Netuno, tornando-se por um
tempo o 8º "planeta" (versão antiga). Não esbarram (Netuno e Plutão) nessa
dança cósmica por conta de uma ressonância orbital - não cabe aqui explicá-la.
Essa
excentricidade permite que se conclua que Plutão escapou de ser capturado por
Netuno, como aconteceu com Tritão, deixando de se tornar mais uma lua do grande
planeta.
Eis
que, ao chegarem as fotos, Plutão se mostrou um "prato cheio"! Em
vários aspectos similar a Tritão, tão ou mais rico em termos de detalhes de
superfície. A variedade de terrenos é extraordinária, muitas cores beirando o
marrom avermelhado (ver foto 2), e grandes áreas planas, outras regiões com
montanhas e fissuras. Além, claro, de algumas crateras e uma surpreendente
atmosfera azul, tênue mas com várias estratificações.
Plutão em detalhe - p&b |
Plutão em detalhe com atmosfera estratificada - p&b |
Atmosfera de Plutão é azul! |
A
figura mais característica de sua superfície foi apelidada de "O Coração"
(The Heart), e é assim tratada amiúde pela mídia especializada. Contudo, alguém
fez um desenho sobreposto a essa mancha que tem uma semelhança absurda com o
cão Pluto das histórias de Walt Disney. Aliás, o citado cão recebeu seu nome
(Plutão = Pluto em inglês) por causa da descoberta do então 9º planeta em 1930
por Claude Tombaugh. Haja coincidência...
Meme de Pluto, the Dog |
Charon
não fica atrás. Também recheada de características únicas, é mais uma exceção
no sistema solar. Seu tamanho (diâmetro = 1.206 km) relativo ao de Plutão
(diâmetro = 2.375 km) permite que chamemos o sistema de planeta-anão duplo, já
que ambos orbitam um ponto virtual entre eles, como um haltere cósmico. Uma
grande mancha polar em Charon intriga os astrônomos. Sua origem, bem como a de
uma grande fissura que se assemelha a uma cordilheira longa, são alvo de
estudos que apenas começaram.
Charon em close-up, quase "cheia" - cores realçadas |
PANO
RÁPIDO
Aproveitando
o combustível restante na New Horizons e sua altíssima velocidade, os
cientistas escolheram um alvo complementar para visita: um pequeno astro do
chamado Cinturão de Kuiper (Kuiper Belt), do qual Plutão faz (ou fez) parte.
Assim sendo, e o congresso americano dando o aval para o orçamento complementar
ainda em 2016, haverá continuidade da extraordinária missão com o sobrevoo do
objeto denominado 2014 MU69, com expectativa de chegada em
01/01/2019.
Dentro
da New Horizons há uma pequena caixinha contendo 30g das cinzas de Claude
Tombaugh, descobridor de Plutão em 1930.
Um
dos equipamentos de ciência incluídos na New Horizons, um contador de
partículas de poeira cósmica, leva o nome de Venetia Burney, a menina que, então
com apenas 11 anos de idade, sugeriu o nome Pluto para o recém descoberto 9º
planeta, hoje rebaixado oficialmente a planeta-anão.
CONCLUINDO
Apesar
de 2015 ter sido agraciado com outras missões de grande interesse astronômico
como a Dawn, que depois de fazer sobrevoo do asteroide Vesta está em órbita em
torno do planeta anão Ceres, como a Rosetta que ainda estuda o cometa
Churyumov-Gerasimenko com resultados ímpares, sem sombra de dúvida a missão New
Horizons a Plutão, pela sua complexidade absoluta, sem que houvesse chance de erro,
e os espetaculares resultados dela obtidos, a fazem símbolo de expertise
científica.
O epíteto procede: 2015 foi o ano de Plutão!
Links de posts
A seguir relacionamos posts já
publicados neste blog e relacionados ao tema missões espaciais em 2015 (copiar
e colar em seu navegador):
http://www.jorgecarrano.blogspot.com.br/2015/03/papo-de-astronomia-novidades-em-2015-1.html
http://www.jorgecarrano.blogspot.com.br/2015/03/papo-de-astronomia-novidades-em-2015-2.html
http://www.jorgecarrano.blogspot.com.br/2015/03/papo-de-astronomia-novidades-em-2015-3.html
http://www.jorgecarrano.blogspot.com.br/2015/03/papo-de-astronomia-novidades-em-2015-4.html
http://www.jorgecarrano.blogspot.com.br/2015/04/papo-de-astronomia-status-das-missoes.html
http://www.jorgecarrano.blogspot.com.br/2015/10/papo-de-astronomia-status-das-missoes.html
Créditos de imagens
Imagens obtidas no Google, todas creditadas
à NASA e respectivo centro de controle da missão New Horizons.
O meme do cão Pluto sobre a
imagem de Plutão, também obtida no Google, é atribuída ao site bbc.co.uk
O meme I love Pluto, também
obtida no Google, é atribuída ao site alienunion.com
Em essas pesquisas ajudam a sobrevivência de nosso planeta, Freddy?
ResponderExcluirComo vc se diz pragmático, ouso perguntar.
Essa pergunta, Ana, exige uma resposta que já foi dada há algum tempo atrás, num artigo da revista Astronomy que infelizmente não conseguirei achar em curto período.
ResponderExcluirNão se refere apenas à pesquisa astronômica, mas a qualquer pesquisa científica em áreas teóricas do conhecimento, como física quântica, por exemplo.
Como a complexidade exigida é MUITO grande, os pesquisadores são obrigados a atingir limites quase impossíveis. Quando os alcançam, não raro as descobertas têm aplicação prática no cotidiano da sociedade.
Não fosse a corrida espacial, não teríamos satélites de posicionamento global (GPS) nem telefonia celular - que depende de satélites.
Circuito impresso maleável, como os de certos laptops, foi subproduto de pesquisa espacial.
O referido artigo ainda cita algumas técnicas na medicina oriundas de pesquisa astronômica, mas como disse no início, não me lembro mais.
Assim como a guerra é reconhecida como o maior motor do progresso científico, em tempos de "paz" a pesquisa espacial (sendo a astronômica parte dela) é também um motor para evolução tecnológica.
Se um dia eu achar o tal artigo, voltarei ao tema.
Abraço
Freddy
Abordando a questão de sobrevivência de nosso planeta por outro ângulo, depende de atitude das diversas sociedades. A redução da emissão de carbono parece ser uma medida urgente, mas o planeta continuará precisando de energia para se manter funcionando. De onde retirá-la?
ResponderExcluirA pesquisa de captação de energia para funcionamento de painéis solares de sondas espaciais pequenas ou imensas, seu armazenamento para uso em situação de sombra e aspectos de durabilidade, podem ser exemplo de como a pesquisa científica para uso na área espacial pode nos ajudar em nossa busca de alternativas do cotidiano.
Como sabemos, o uso da energia solar será o ápice em termos de solução para a humanidade. Energia biológica renovável, uso de marés ou de ventos são paliativos. O Sol é que é nossa fonte inesgotável e é nessa direção que a pesquisa espacial aponta.
Sim, em paralelo usa-se energia nuclear (caso da New Horizons), mas tem sido evitada a construção de sondas com essa fonte de energia por medo de fracasso no lançamento do foguete espalhar radiação pra todo lado.
Eu resumiria dizendo que qualquer pesquisa em ciência teórica, seja qual for a área do conhecimento, acaba criando subprodutos úteis à sociedade, para mero conforto ou para sobrevivência da Terra.
=8-) Freddy
Gostaria de acrescentar algumas informações ao texto. Se as inserisse diretamente nele, acabaria imenso. Vamos lá.
ResponderExcluirPara comparação entre o tamanho de alguns dos astros de nosso Sistema Solar, apresento seus diâmetros médios. Nenhum deles é perfeitamente esférico, de modo que escolhemos o valor médio como termo de comparação.
12.742 km - Terra
6.792 km - Marte (segundo menor dos planetas)
5.262 km - Ganimedes (maior lua de Júpiter e do Sistema Solar)
5.150 km - Titan (maior lua de Saturno, única com densa atmosfera)
4.879 km - Mercúrio (o menor dos planetas)
3.475 km - Lua (a nossa)
2.707 km - Tritão (maior lua de Netuno)
2.372 km - Plutão (maior dos objetos do cinturão de Kuiper)
1.206 km - Charon (maior lua de Plutão)
950 km - Ceres (maior astro do cinturão de asteroides)
Destaco:
- Plutão e Ceres são considerados planetas-anões pela definição da União Astronômica Internacional: possuem forma aproximadamente esférica, giram em torno do Sol e não de outro planeta, além de limparem a área em torno (por exemplo atraindo luas).
- Assim sendo, as imensas luas de Júpiter e Saturno (como as citadas Ganimedes e Titan), maiores até que o planeta Mercúrio, não caem na definição de planeta-anão.
- Plutão e Charon são eventualmente classificados pelos entusiastas como planeta-anão duplo por circularem um ponto virtual entre ambos, mas a definição é incorreta, porque Charon não atende a um dos requisitos (que é orbitar o Sol). Ela gira em torno de Plutão junto com outras 4 luas menores.
=8-) Freddy
Riva,
ResponderExcluirNão dará nem para fugir para as montanhas:
http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2016/01/06/clique-ciencia-um-dia-a-terra-vai-acabar.htm
Carrano está insistindo para que eu escreva sobre o tema abordado no link da UOL. OK, serei obrigado a fazê-lo antes que ele fique em pulgas...
ResponderExcluirQuem estiver com muita pressa, leia sobre parte dos riscos que a Terra corre em
http://www.jorgecarrano.blogspot.com.br/2015/06/papo-de-astronomia-asteroid-day_6.html
Mais um lote de informações teóricas complementares ao texto:
ResponderExcluirPlutão
Periélio: 4,47 bilhões de km (distância mínima do Sol)
Afélio: 7,38 bilhões de km (distância máxima do Sol)
Isso resulta numa órbita altamente excêntrica.
Inclinação em relação à eclíptica: 17,14º
Período orbital ("ano de Plutão"): 248,09 anos terrestres
Netuno
Distância média ao Sol: 4,50 bilhões de km
Órbita essencialmente circular, ou seja, periélio quase igual ao afélio
Inclinação em relação à eclíptica: 1,8º
Período orbital ("ano de Netuno"): 164,8 anos terrestres
Analisando estes dados percebe-se que Plutão eventualmente se encontra mais próximo do Sol que Netuno. A última vez que este fato ocorreu foi entre 7 de fevereiro de 1979 e 11 de fevereiro de 1999. A partir de então Plutão vai se distanciar cada vez mais até atingir a distância máxima de nós daqui a cerca de 97 anos. Podemos dizer que a opção de visitá-lo agora foi questão de urgência. Quanto mais distante, mais difícil e demorada seria a missão.
Netuno e Plutão não se encontram nessa dança cósmica por causa da diferença de inclinação orbital de ambos em relação à eclíptica (plano teórico percorrido pela Terra em sua órbita em torno do Sol) e por causa de estarem em ressonância 3:2. A cada 3 voltas completas (anos) de Netuno, Plutão dá 2 voltas (anos).
O período de rotação de Plutão é igual a 6,39 dias. Como acontece com Urano, Plutão gira de "lado" em relação ao seu plano orbital, com uma inclinação axial de 120°. Essa característica produz o fenômeno de trânsito mutuo de Charon em frente a Plutão e vice versa em apenas 2 curtos períodos a cada 248 anos.
Foi uma grata coincidência que o mais recente deles se deu entre 1985 e 1990, permitindo estudo de Charon mesmo sem se ter uma clara imagem dela (é apenas um ponto de luz mesmo via os melhores telescópios atuais) desde sua descoberta em 1978 até agora em 2015.
Ufa, acho que acabei os complementos!
<:o)
Freddy
Freddy,
ResponderExcluirE o buraco negro arrotando?
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2016/01/06/telescopio-da-nasa-registra-buraco-negro-arrotando-gas.htm
Tarefa para você amanhã, sábado, caro Freddy:
ResponderExcluirhttp://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2016/01/1727273-lua-some-neste-sabado-e-astronomos-aproveitam-para-pesquisar-o-ceu.shtml
Vamos chegar a um consenso...
ResponderExcluirVocê está lendo UOL, eu leio Só Ciência, do César Baima (O Globo).
Junto, leio Astronony, Astronomy Now e Sky & Telescope. Todo dia tem novidade, seja num site ou no outro.
A mídia, por absoluta falta do que fazer, pega assuntos corriqueiros em astronomia e cria manchetes. Há necessidade disso, li artigo a respeito recentemente quando do Eclipse da Superlua de Sangue no dia do encerramento do Rock in Rio.
Buraco negro arrotando gás é pinto perto da enormidade de artigos envolvendo os mais misteriosos objetos em Astronomia e Astrofísica. A vida do famoso cientista Stephen Hawking está intimamente associada a estudo dos mesmos, incluindo horizonte de eventos, lentes gravitacionais, evaporação de buracos negros, etc.
Essa do desaparecimento da Lua é risível. Desde tempos imemoriais se sabe que é na Lua Nova (que na verdade é quando não tem lua visível) é que os astrônomos se agigantam e caem na madrugada para observar os céus. A Lua pode ser boa para os namorados, mas é inimiga figadal dos astrônomos!
Portanto sem chance de me ver abordando quaisquer desses dois assuntos.
Até gastei um tempo escrevendo sobre as hipóteses de destruição da Terra (está quase pronto), mas confesso que há pouco o que acrescentar ao que o referido artigo (em comentários acima) já abordou.
Em tempo, tenho alguns outros posts no forno e não são sobre astronomia...
<:o)
Pois é, Freddy, o objetivo era só lembrar que você tem tarefa para a madrugada a dentro (rsrsrs).
ResponderExcluirComo ressaltou: "Desde tempos imemoriais se sabe que é na Lua Nova (que na verdade é quando não tem lua visível) é que os astrônomos se agigantam e caem na madrugada para observar os céus. A Lua pode ser boa para os namorados, mas é inimiga figadal dos astrônomos!"
Com todo respeito e fidelidade ao blog ..... minha distensão cerebral aumentou, muuuito. Mas o problema é meu, não são vcs, ok ?
ResponderExcluirEstou mergulhado num tsunami de problemas de gestão que encontrei pra resolver no novo trabalho ... não consigo, hoje, focar em outra coisa. Só assuntos mais amenos, tipo, Dilma, imobilidade urbana, futebol, etc.
PS : alguém pode me dizer porque NINGUÉM respeita os assentos para idosos nos catamarãs e nos ônibus ? Cheio de jovens teclando seus smartphones !!
Não é meu caso, Carrano.
ResponderExcluirSou um "armchair amateur astronomer" e para essa categoria não há necessidade de tempo bom ou ruim. Bastam livros, revistas e notícias na internet. E, claro, uma boa poltrona.
<:o)
Freddy,
ResponderExcluirEstou lendo "Londres" um romance histórico sobre os 2.000 anos de existência e vida da capital inglesa. O autor é Edward Rutherfurd, e o livro tem 1019 páginas.
Esta apresentação é para dizer que a horas quantas aparece um astrolábio e uma sucinta explicação de seu funcionamento e utilidade. Não entendi patavina.
Será que você em pouca palavras descreveria o aparelho e seu funcionamento?
Estou entendendo agora que o aparelho era mais utilizado em navegação e não em estudo astronômico.
ResponderExcluirMudando de assunto aqui na mesa do Pub, adoro ler. Atualmente estou lendo Karmatopia, da Karla Monteiro, sobre uma viagem que ela fez à Índia.
ResponderExcluirJá é o 3º livro que leio sobre viagens à Índia, e cada vez fico mais impressionado. Com certeza um local onde eu jamais iria, pelo menos na minha idade. Muitos detalhes que me assustam na infraestrutura e no dia a dia deles.
Mas o que mais me impressiona é que TODOS que vão ficam maravilhados, querem voltar sempre, e alguns até viver lá !!!
Alguém que frequenta aqui o nosso Pub tem essa experiência, ou conhece alguém que por lá já esteve ?
O lugar mais próximo sobre o qual ouvi entusiásticos comentários, vi fotos e vídeos, é a Indonésia.
ResponderExcluirMeu filho homônimo foi para lá, em outubro último, para comemorar seus 50 anos de idade.
Ele chegou a cogitar a ida para Índia, depois mudou os planos.
Ficou encantado. Foi pela Qatar Air Lines.
Cheguei a pedir que ele fizesse um post e publicaríamos com fotos ilustrativas. Ele me respondeu: "não escrevo mais nem para o meu blog."
Muito malcriado, culpa da Wanda (rsrsrs).
Obs: alegou falta de tempo.
Uma pena .... seria muito legal ele compartilhar o que viu e sentiu por lá.
ResponderExcluirQue desperdício rsrsrsrs ... para todos nós.
Jorge, apelamos a vc para que crie um tempo para nos passar suas impressões sobre a Indonésia, e porque desistiu da Índia.
Minha visão sobre a Índia já foi declarada num post que fiz em janeiro/2013:
ResponderExcluirhttp://www.jorgecarrano.blogspot.com.br/2013/01/violencia-contra-mulher-na-india.html
Pelo que tenho lido pouca coisa mudou, está arraigado na sociedade indiana. Sob hipótese alguma irei compactuar com um povo que ainda considera a mulher um ser inferior. Talvez quem viva em grandes cidades me diga que não é bem assim, mas no todo...
Estou fora e passo longe.
Sobre astrolábio, só sei o que você sabe, Carrano: é um instrumento de navegação muito antigo que usa estrelas como guia. Nem desconfio como funciona!
ResponderExcluir<:o)
Sobre a Índia, não deixem de ler:
ResponderExcluirhttp://www.redetv.uol.com.br/jornalismo/da-para-acreditar/apos-sentir-dores-jovem-descobre-ter-feto-de-irmao-gemeo-dentro-da-barriga
(Selecione e cole na barra do navegador)
Freddy e demais,
ResponderExcluirNão deixarei de visitar um país por causa da sua cultura. Terei sim curiosidade de conhece-la (tem acento, Profª Rachel?) de perto, e o principal, beleza natural, história.
Mas o que me afasta da Índia é tudo que já li sobre conforto e higiene em hotéis, restaurantes, transporte público e privado, etc. Se fosse mais jovem, bem mais jovem, acho que enacarava.
Mas Freddy, como então você encara a Igreja Católica, quando rolou Inquisição, discriminação à mulher, perseguição aos não católicos, interferência nos Estados, pedofilia e pederastia aos montes?
Não discuto religião no blog, mas...
ResponderExcluirA inquisição acabou.
Mistura de política e religião? Piorou.
Todos os erros apontados são oriundos da condição humana. O cerne da religião (ensinamentos de Jesus) não é afetado.
A Reforma nasceu da revolta com os abusos do catolicismo, mas hoje seus seguidores são piores.
Pra terminar, o radicalismo islâmico é 326 vezes pior que tudo isso.
Pra fechar o assunto: o dia em que me virem pensando em fazer turismo na África e Ásia, podem me encaminhar a um geriatra: fiquei senil de vez!
ResponderExcluirLeiam sobre visibilidade dos planetas:
ResponderExcluirhttp://g1.globo.com/ciencia-e-saude/blog/observatorio/post/planetas-na-fila.html
A cada dia se descobre um recanto do universo infinito. Infinito?
ResponderExcluirhttp://gizmodo.uol.com.br/galaxias-redor-via-lactea/
Tem hora que dá vontade de torcer contra. quem sabe se uma colisão ajudaria a melhorar o ser humano?
ResponderExcluirNão, não sou homem-bomba, nem kamikaze, nem tenho espírito suicida. Mas por uma causa nobre, como irar o PT do poder e começar tudo de novo com Adão e Eva, dando ao homem uma nova chance, se o asteroide acertasse o alvo seria bom.
http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2016/03/01/asteroide-passara-de-raspao-pela-terra-no-inicio-de-marco-e-a-nasa-nao-sabe-exatamente-quando/
Vai ser por pouco?
ResponderExcluirhttp://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2016/03/1752205-dois-cometas-passam-raspando-na-terra-entre-hoje-e-amanha.shtml
Descoberto planeta com três sóis.
ResponderExcluirhttp://gizmodo.uol.com.br/planeta-kelt-2ab-tres-sois/
Maio de 2016:
ResponderExcluir"Na próxima segunda-feira (9), um evento celeste fascinante vai acontecer: o planeta Mercúrio passará à frente do Sol, causando um minieclipse em pleno dia. O fenômeno será visível em todo o Brasil e é só uma das atrações para os amantes da observação celeste em maio, que também contará com uma tradicional chuva de meteoros, na madrugada desta sexta-feira (6), e a aproximação máxima de Marte com a Terra, no fim do mês".
Lido em: http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2016/05/04/maio-tem-transito-de-mercurio-a-frente-do-sol/
Últimas sobre explorações espaciais e sobre vida em Jupiter:
ResponderExcluirhttp://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2016/07/04/astronomia-conheca-jupiter/
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2016/07/03/china-busca-vida-alienigena-com-telescopio-gigante.htm
Planeta coberto de oceanos:
ResponderExcluirhttp://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2016/10/proxima-b-planeta-parecido-com-terra-pode-ter-oceano-diz-estudo.html