GRANDES ASSALTANTES

A história registra, no Brasil e no exterior, casos de grande repercussão de furtos de elevadas somas, sem derramamento de sangue.

Alguns dos  autores celebrizaram-se, outros já eram conhecidos. Em todos os casos  a ousadia, a cara de pau, a engenhosidade, foram fatores marcantes.

O primeiro que me vem  à mente ocorreu no Reino Unido. Numa  ação mirabolante , em agosto de 1963, 16 cúmplices assaltaram um trem que transportava depósitos bancários  da Escócia para Londres, na Inglaterra.

Levaram 2.631,784 milhões de libras esterlinas, que equivaleriam a 9,2 milhões de reais. O mais conhecido dos integrantes do bando, de nome  Ronald Biggs, conseguiu fugir da prisão e pouco tempo depois veio para o Brasil (paraíso de bandidos), onde se casou com uma brasileira. Por conta do filho que nasceu deste casamento, teve a proteção do estado porque pela lei o estrangeiro que tenha filho com parceiro brasileiro não pode ser extraditado.

No início deste século Biggs se entregou às autoridades britânicas.

Outro caso rumoroso resultou no furto da fantástica quantia de R$ 164.755.150,00, e ocorreu no Brasil, em agosto de 2005.

A vítima do furto foi ninguém menos do que o Banco Central do Brasil, no Ceará. Quer dizer, a vitima direta.

O assalto foi muito bem planejado e executado nos mínimos detalhes. Só que depois alguns participantes cometeram pequenas falhas que permitiram a policia  identifica-los e prende-los. Preso o primeiro ficou mais fácil alcançar os demais membros da quadrilha.

O outro grande assalto aos cofres públicos tem como cabeça pensante, segundo o Ministério Público Federal, um ex-ministro de Lula, ex-presidente do PT, ex-croque  (ou seria escroque?), segundo a Policia Federal, que se exilou em Cuba durante muito tempo e retornou ao país disfarçado e com identidade falsa. Gente fina!

Segundo os filmes de bang-bang aos quais assisti quando criança, malfeitores, assaltantes, colocavam um lenço encobrindo boa parte do nariz e a boca e, assim mascarados, assaltavam diligências e bancos.

Nos tempos modernos os assaltos são mais bem elaborados e com requintes de maracutaias  contábeis.  Existem várias quadrilhas atuando em diferentes órgãos e empresas públicas. Consta que o mentor intelectual, o poderoso chefão do esquema todo se chama José  Dirceu, ou se preferirem Carlos Henrique Gouveia de Mello, nome que dotou para retornar clandestinamente  ao Brasil. Ele  foi muito mais sofisticado, chique, fez uma operação plástica que modificou suas feições.

Como podemos verificar, aventureiros sem escrúpulos, audaciosos, destemidos (por que será?) com propósitos indeclináveis ou simplesmente por razões fisiológicas, por vezes - como no caso em tela – disfarçadas de ideológicas, metem a mão no dinheiro que deveria ser destinado a saúde, educação e segurança ada sociedade.

Mas esta canalha é boa de discurso e consegue iludir milhões de panacas até elegendo-se para o congresso nacional. 

Como poderemos adjetivar as passoas que, segundo dizem, fizeram doações espontâneas para que José Dirceu pagasse a multa que lhe foi cominada no processo do mensalão?

Ora, o cara recebeu muitos milhões de dólares, como propina por tráfico de influência, além de pagamentos por supostas palestras.

Alegou que não teria como pagar as multas impostas e pagaram por ele depositando dinheiro em sua (his) conta bancária.

Quem foram estas pessoas? Beneficiários das fraudes por ele perpetradas, das marmeladas nas licitações, e que deviam estes favores;  ou então por alguns, com perdão da palavra, babacas de carteirinha que deveriam andar de quatro com cangalha no lombo. 

Nota do editor: dispensadas imagens dos  marginais, para ilustração, porque são pessoas sobejamente conhecidas.