11 de julho de 2015

Duas ou três palavras sobre obras

Para recuperar o chuveiro elétrico, desativado há tempo (usamos o aquecimento a gás em outro banheiro) finalmente encontrei um eletricista competente e confiável. Impressionou-me sua pontualidade (marcou as 9:00 e chegou as 9:00 horas), nos dois dias.

Não é desses profissionais que desqualificam os outros colegas que realizaram ou tentaram realizar o serviço anteriormente, como era meu caso. 

E só fala quando questionado, diferente do que anteriormente esteve em minha casa e falava mais que a boca, principalmente se promovendo.

Além de falastrão, ao final do serviço contratado, deixou o interruptor funcionando (era apenas mau contato) para acender a lâmpada  na cozinha, mas deixou a campainha da porta, com fiação na  mesma caixinha,  sem funcionar.

Bem, este agora localizado, indicação do pedreiro, também ele bom profissional, múltiplas habilidades,  eclético, tipo faz de tudo um pouco, solucionou o problema, sugerindo trocar os disjuntores por outros mais modernos que ocupariam menos espaço na caixa de entrada, permitindo colocar mais três, sem ter que quebrar parede para ampliar o tamanho da caixa.

Com isso passei a ter uma chave (disjuntor) geral, que não tinha, e separar a proteção para segmentos específicos, como freezer e refrigerador, e outro para TV, som e blu-ray.

O prédio é antigo, com cerca de 35 anos, e a fiação estava ressecada. Antigamente usavam um fio muito grosso muito pouco flexível e difícil de trabalhar em espaços apertados. Resolvi então trocar toda a fiação (ou boa parte dela), em especial a que energiza o chuveiro.

Só que para tal empreitada, foi necessário cortar um retângulo no gesso rebaixado para ter acesso, enfiando a cabeça e as mãos, até a caixa existente no corredor, onde é feita a distribuição das  linhas para alguns dos outros cômodos da apartamento. Uma luta passar outros fios, mesmo que mais flexíveis e lubrificados pelo eletricista com utilização de detergente.

Alguém aí já cortou gesso morando no imóvel?  Alguém aí já trocou piso de banheiro residindo no apartamento?

Se a alternativa for votar em Lula nas próximas eleições, prefiro isso a ter que realizar, de novo, obra semelhante. Brincadeirinha gente!

A propósito de obras, fiz um giro nas ruas próximas em busca de uma loja de material hidráulico e elétrico. Enveredei pela Tiradentes e caminhei até a Nilo Peçanha, onde entrei, claro, no sentido da Presidente Pedreira. De lá retornei pela Paulo Alves.

Pois bem neste périplo de sei lá - três quadras? – contei oito, repito, oito prédios com cartazes, placas ou estandartes anunciando autovistoria, ou fique legal, enfim cumprindo a lei.


Esta norma legal acabou por se revelar um enorme mercado para engenheiros e arquitetos. Não sei se é uma atividade nobre, de boa remuneração, compatível com a qualificação exigida do profissional, mas o certo é que neste momento de mercado em baixa, com pouca demanda, tornou-se uma alternativa concreta, um mercado cativo porque são milhares de edifícios e as vistorias devem ser renovadas a cada período.

Ademais disso, é impossível que algum prédio passe incólume pela vistoria, sempre haverá obra a realizar, como no caso do condomínio onde resido. Consequentemente haverá trabalho para empreiteiras e firmas de engenharia de manutenção.

No meu prédio, com 35 anos, tem obra que não acaba mais, urgentes e necessárias. Nenhuma voluptuária. Haja taxa extra!

Os síndicos a exemplo dos prefeitos de antigamente nas cidades do interior, que se  preocupavam  com chafariz na praça  e relógio de jardim, não se ocupavam de itens de segurança e outros fatores de risco, como queda de reboco, pastilhas e placas de mármore ou granito.

Sobrou agora para os atuais condôminos pagarem a conta salgada.


Nota do editor:
1) leiam em http://oglobo.globo.com/rio/bairros/apenas-24-dos-condominios-de-niteroi-entregam-laudos-de-autovistoria-15189935


21 comentários:

  1. Eu li numa revista do CREA (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura) que foi criado para a classe um mercado eterno, que não míngua porque os prédios de mais de 3 andares são obrigados a realizar a vistoria de 5 em 5 anos.

    A medida é, em tese, válida (questões de segurança), porém a maneira com que foi implementada deixa margem a críticas. Essa coisa de obrigatoriedade, de laudo para a Prefeitura, de periodicidade... E as exceções?

    Vocês sabiam que a norma não alcança os prédios em comunidades carentes? Estão isentos de apresentar os laudos periódicos os prédios situados em AEIS (Área de Especial Interesse Social). Só no Rio e em Niterói isso isenta milhares de prédios!
    Contudo, um prédio por exemplo em Ipanema ou Icaraí que deixar de apresentar o laudo será multado mensalmente até apresentá-lo!
    Não gosto nem de pensar nisso, dá-me náuseas...
    =8-(

    ResponderExcluir
  2. Vivemos uma onda de transferência de responsabiidades. Não vou julgar cada caso se é justo, honesto, ético ou não, mas a onda já virou um tsunami.

    As prefeituras, que sempre tiveram a responsabilidade por fiscalizar e controlar o estado dos prédios que autorizou construir, agora transfere a responsabilidade dessa atividade para os síndicos. Ok, até acho que os síndicos têm mesmo que vistoriar e controlar os sistemas do prédio, sua estrutura, etc, mas o fto é que as prefeituras simplesmente PARARAM de fiscalizar com essa medida/lei.

    Agora é simples : aconteceu alguma tragédia, a culpa é do síndico, não mais da prefeitura.

    Vejam a quantidade de sistemas eletrônicos que hoje uma empresa tem que acessar, para manter sua documentação em dia e dentro da lei. Quantos processos o estado deixou de fazer, ao transferir todo esse controle, transformando-os em autocontrole, e....parando de fiscalizar ?

    Quantas pessoas habilitadas uma empresa tem que contratar hoje, para manter em dia essas informações ? E garanto, é muita coisa ! Não simplificam os processos, é um tsunami de formulários e envio de informações em 571 datas diferentes ! Parece o calendário do futebol brasileiro ! (sempre conseguimos associar qualquer assunto ao futebol).

    Hoje para fazer check in na American Airlines, por exemplo, com certeza uma pessoa com pouca instrução não conseguirá conversar com a máquina à sua frente. Nem o Jim das Selvas ajudando conseguirá. E se errar, a culpa não é mais do funcionário da empresa.

    Poderia citar aqui mais alguns exemplos de transferência de responsabilidade, mas em resumo, todos eles significam : redução de custos operacionais para o estado, aumento dos custos para todos nós.

    Carrano citou a questão das oportunidades de mercado para os engenheiros, com esse lance da autovistoria obrigatória. Sim, é verdade. Mas posso afirmar uma coisa : o dia em que eu aceitar fazer uma autovistoria, vou cobrar dez vezes mais o que cobram hoje em dia, para assinar o meu laudo e me colocar como responsável pelas informações ali contidas. Captaram ?

    ResponderExcluir
  3. Com agradecimentos ao Freddy, um dos engenheiros frequentadores e colaboradores do blog, que me alertou sobre erros cometidos no texto, e já corrigidos.
    Dessa vez o Paulo Bouhid, sempre tão alerta, não foi tão rápido ou estava desatento (rs).

    ResponderExcluir
  4. O eletricista foi tão detalhista que me admirei. Antes de cortar o gesso, ele mediu e riscou onde deveria serrar para não atingir os pontos de sustentação com sisal, e fez um quadrilátero (retângulo) perfeito. Isso é capricho. E ao final limpou toda a sujeira produzida.

    ResponderExcluir
  5. Esse eletricista não seria um dos milhares de engenheiros desempregados de hoje ?
    Se bobear tem Pós-Graduação, MBAs e inglês fluente !

    (pano rápido)

    ResponderExcluir
  6. KKKKKK
    Como bem-humorada crítica social foi ótimo o comentário, Com efeito nossa economia em estagflação, como dizem os caras da área, etá levando algumas pessoa ao aviltamento de suas atividades produtiva.
    Mas, não, o cara é técnico de nível médio. Trabalhava numa empresa japonesa terceirizada na obra da Conperj. Com a paralisação das obras partiu para o trabalho autônomo.

    ResponderExcluir
  7. Atividades produtivas. Estou como Lula nas concordâncias.

    ResponderExcluir
  8. Muitos profissionais estão tentando mudar de ramo, de segmento, de profissão.
    Eu sou um deles.

    Falando em COMPERJ, ontem passamos por Itaboraí, a caminho da serra. Triste cenário ...

    ResponderExcluir
  9. Muito interessante o comentário de Riva sobre transferência de responsabilidade em diversos setores. É bem abrangente no mundo atual.
    =8-/

    ResponderExcluir
  10. Sobre fazer obra em casa morando, sou mais que experiente.
    2 exemplos marcantes em nossa vida:

    1) Reforma do 339/1101 em 1982, com Mary grávida da Flávia. Incluiu troca dos azulejos de cozinha, banheiro social e suíte. A cozinha foi transferida emergencialmente para a sala... Foi quando baixei hospital com crise neuro-vegetativa por causa de um vazamento por erro do profissional, que quase inundou o quarto do vizinho de baixo. Mary aguentou bem, palmas para ela!

    2) Reforma do andar superior da cobertura, com acréscimo de puxadinho. O andar de cima nem falo - um caos. A sujeira se espalhou pelo andar de baixo, levando-nos ao limite. Culminou com a demissão do profissional e toda sua equipe, deixando a obra inacabada. Tivemos de sair à cata de alguém que a terminasse - outro parto!
    <:o)

    ResponderExcluir
  11. Freddy, desculpe, mas NADA se compara à reforma que nosso pai fez em TODA a casa, com mudança real de layout, terraço, uma casa NOVA, com todos nós lá dentro : almoçando, jantando, estudando, tentando manter limpo o ambiente, e com a doença de mamãe.

    Duas cenas não saem da minha memória :

    1) o dia que mamãe se acidentou dentro do banheiro em obras .... o vaso sanitário ficava solto sobre uma base de madeira, durante a obra.

    2) Na construção da nova fachada da casa, por semanas, após a demolição da fachada original, nossa casa teve uma fachada de madeira provisória, com vento chuva entrando. Sei que isso é normal em todas as favelas, mas para nós, não era ......

    ResponderExcluir
  12. Caramba!!!
    Essa é pra macho, com todo o respeito. Há cinco anos eu troquei piso de todo o apartamento e pintei. E já foi loucura !
    Ou seja, sou reincidente específico, o que seria agravante criminal...(rsrsrs)

    ResponderExcluir
  13. Sorry, mas eu dei exemplo de reformas nas MINHAS residências, onde fui o responsável direto. Isso exclui essa casa onde nasci, de propriedade e responsabilidade de meus pais.

    Decerto a reforma da casa de Santa Rosa foi um marco negativo em nossas vidas por inúmeros motivos. Foi um erro, um devaneio, uma insensatez, daria um post inteiro cheio de ressentimentos e admoestações que não interessam a ninguém a não ser nós mesmos.

    ResponderExcluir
  14. Curioso que ninguém aqui se pronunciou sobre a exclusão das áreas de especial interesse social - AEIS. Só esse fato, pra mim, já é o bastante para determinar o caráter arrecadador da medida governamental. Como extrair mais dinheiro da classe média e alta sem fazer força.

    Sim, porque se há edifícios a serem vistoriados periodicamente e reformados para evitar desastres com vítimas são justamente os construídos em comunidades carentes e favelas - as tais AEIS.
    =8-(

    ResponderExcluir
  15. Os moiradores de comunidades carentes não podem pagar autovistoria. E não teriam como fazer obras recomendadas.

    Mas sua observação é válida.

    ResponderExcluir
  16. É óbvio que não teriam condições de pagar, não entendi o Freddy. O problema com esse detalhe é : irá lá a Prefeitura fiscalizar ??????? DUVIDO !!

    Quanto ao comentário do Freddy acima "daria um post inteiro cheio de ressentimentos e admoestações que não interessam a ninguém a não ser nós mesmos.", se é assim a sua leitura do que escrevi sobre obras em casa, então foi desnecessário você, Freddy, classificar a reforma da nossa casa como "um erro, um devaneio, uma insensatez" .... guarde-a para nós, certo ? ....

    ResponderExcluir
  17. Não sabia que vocês eram socialistas.
    Eu posso pagar uma vistoria, serei certamente punido se não a fizer. Um favelado (ou morador de comunidade carente) não pode pagar, então não faz nem é punido.
    Eu posso ter TV a cabo, pago um alto preço. O favelado (desculpem, o morador de comunidade carente) não pode então dá-se a ele tarifa social, para que ele tenha o mesmo que eu mas pagando menos.
    Eu posso pagar luz então pago a bandeira vermelha porque o governo perdeu as rédeas e temos de tapar o buraco. Os favelados (não tenho jeito mesmo, né?), com baixo consumo (por conta de gatos, muitas vezes), não podem pagar então dê-se a eles a tarifa social, quase zero.

    Eu não acho justo mas vocês, que eu pensava serem capitalistas, acham.
    OK, terei de reposicionar meu ponto de vista.
    Boa semana a todos.
    =8-/

    ResponderExcluir
  18. Caramba! Eu escrevo que a observação do cara é válida e ele me vem com a história de socialista. Não entendeu nada.
    ô Riva, teu irmão pirou (rsrsrs).

    ResponderExcluir
  19. Ué, só disse que os caras não têm condições de pagar. Dentro do que legislaram, sobrou pra gente mesmo ! Com o agravante de que a prefeitura não vai lá fiscalizar !

    O Brasil está assim .... eu chamo de Brasil Bandido. Tudo está tendendo para o lado do MAL, na minha leitura. Um país ruim, de má índole.

    E se preparem porque estão "a tramar" a anulação da rejeição do TCU às contas "dela" no STF ...

    E mais : não sou capitalista, socialista, etc ... sou naturalista.

    ResponderExcluir
  20. Como percebem, não entendo nada de política!
    <:o)

    ResponderExcluir