2 de junho de 2015

Sobre fadas e 2 de junhos



Por
RIVA





Nasci em um dois de junho, numa 2ª feira, às 2 horas da madruga, em um ano de final 2.

Signo ? Gêmeos !

Caldo verde esquentava o friozinho
Lembro com alegria dos meses de junho da minha infância, aquele friozinho começando a entrar às 18h no final das tardes, quando soavam as Aves Marias em uníssono pelas casas do meu bairro.

Lembro dos lindos céus azuis de junho, e das belas noites de céu absolutamente estrelados, limpos, únicos em todas as estações do ano.

Fogueira onde eram assadas as batatas

Local ornamentado da dança da quadrilha
Lembro do cheiro dos dias de São João, dos balões inofensivos naquela época. Ainda sinto o cheiro das batatas doces assadas nas fogueiras das quadrilhas em terrenos baldios, do milho cozido, dos salsichões assados na brasa e passados na farinha, do caldo verde servido nas quermesses anuais do Instituto Abel, meu colégio no Ginásio e Científico em Niterói (de 1963 a 1969).

Área de recreação do Instituto Abel
Lembro também da simplicidade nas comemorações, sem festas, alguns presentes que nem me lembro mais, nada de especial ... pelo menos que eu me lembre. Uma camisa de banlón (é assim que escreve?), uma calça, uma botinha estilo Beatles ... um reforço na mesada !

Ah, sim, meu tio e padrinho, Tio Gui, uma vez chegou lá em casa com seu lindo Citroen, e me deu de presente um maço de balões japoneses, que acendíamos com muita alegria, e ficávamos torcendo para que pelo menos alcançassem a rua Itaperuna, adjacente à minha rua, a rua Itaocara, no fantástico bairro do Pé Pequeno, em Niterói.

Esses balõezinhos não tinham força nenhuma para subir, mas eram uma festa entre nós. A melhor parte era correr atrás deles quando apagavam. Os mais loucos e ousados subiam nos telhados das casas e árvores para conquistar o troféu da captura de um deles. Não raro tascavam um, quando dois os pegavam ao mesmo tempo !


Buscapés eram para os mais corajosos, ou pelo menos, para soltarmos escondidos dos nossos pais. E os vulcões ? Demais ....... bombinhas bebé, estalinhos ... estou sentindo o cheiro da pólvora queimada, impressionante !

Meu irmão Carlos era baloeiro, e nos meses de junho juntava sua tchurma de asseclas para a confecção de balões maiores, para desespero do meu pai, e euforia da minha mãe. Havia uma certa competição entre os baloeiros de Niterói na época, o que dava um certo glamour ao evento da subida/ascensão e queda dos balões, alguns com acessórios (rs).

Meus dois de junho foram se acumulando, acumulando, sem grandes comemorações. Afinal, a gente casa, tem filhos, e essas datas são mais comemoradas pelos e para os nossos filhos, não por nós, perde um pouco o sentido ... é assim com vocês ?

Nós passamos mais a comemorar bodas disso e daquilo, mas aniversário, não. A não ser passagens especiais como os famosos e perturbadores 40, 50, 60, chega !!!!!

Esse dois de junho me é especial, pois faço 63 anos, a idade que meu pai tinha quando me deixou. E por isso um marco, naturalmente especial.

Meu querido pai não conseguiu curtir sua passagem por aqui no lindo Planeta Azul, por fatos que se tornaram desafios em sua vida pessoal e profissional, desde cedo. Foi uma pessoa muito especial, um ser de LUZ, como também o foi minha saudosa e querida sogra, Dna. Edith, uma pessoa muuuuito especial !

Por isso tudo faço uma avaliação nesse momento.

Fada
Tive até hoje uma vida maravilhosa, em todos os sentidos. Uma infância e juventude saudosa de tão boa que foi, apesar dos problemas que vivenciávamos em casa, com a cegueira da minha mãe. Surgiu uma fada em minha vida, minha avó Carolina, que me deu muito carinho e amor nesse período complicado para todos nós.

Um belo dia surgiu na minha vida uma outra fada, deslizante com seus cabelos negros compridos até a cintura, aquele vestidinho básico e lindo, aquela cintura fininha, aquele passinho e aquele sorriso ......  o coração quase saltou pela boca, congelei, capitulei definitivamente. Deve ser um presente de Papai Noel, pensei .... era Natal de 1970. E minha vida se transformou completamente, se acalmou, tinha agora um norte.



ISA, minha LUZ, uma vida só para admirar e me orgulhar com ela, com nossos  três filhos maravilhosos. Tanta coisa boa para relembrar, e tanta coisa boa ainda por vir, juntos.

Amo vocês demais, Isa a Fátima, Rodrigo, Breno e Paulinho, um amor do tamanho do Céu, sem limites!  Eterno ...

Valeu !! Tim Tim !


15 comentários:

  1. Caro Paulo, aqui Riva, meus parabéns pela data natalícia. Receba meus sinceros e calorosos votos de muita saúde, paz&amor, e graninha extras para os supérfluos que dão sabor a vida.
    Abraço forte.

    Quanto as festas juninas também gostava delas. Foi muito especial uma que compareci, ainda garoto, realizada na casa do tio João, irmão do meu pai e avô do Rick Carrano, o primo sumido que mora na Carolina do Sul.
    Ele morava em São Gonçalo, perto do Abrigo Cristo Redentor, numa casa que tinha um grande quintal. Foi das mais completas que participei, pois tinha a decoração típica com bandeirinhas, lanternas, arcos de bambu, cadeia; e teve rifas, leilão de prendas e uma enorme fogueira que tinha brasas ainda na manhã seguinte, melhor momento para assar as batatas.
    A única vez que dancei quadrilha foi no Liceu.

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  2. Parabéns, felicidades.

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  3. Na minha infância e até juventude ainda existiam os terrenos baldios, palcos de rachas de bola e de festas juninas. Hoje não sobra 1 m2 !! rsrsrs.

    Foram muitas festas juninas, quadrilhas nas escolas, organizadas em alguma rua, a turma toda ajudando a preparar os enfeites, bandeirinhas, lindas lanternas, muita cola de farinha de trigo rsrsrs !

    Uma vez lá em casa, numa festinha dessas no nosso quintal dos fundos, nessa de pular a fogueira, um garoto da turma esbarrou na própria no salto, e uma brasa entrou dentro da bota dele !

    Vcs não imaginam a cena !! Acho que jogaram uns 30 baldes de água nele até acertar dentro da bota ! Esse com certeza tem a cicatriz até hoje ...

    No meu caso, as grandes lembranças mesmo eram as quermesses do Abel, centro de azaração total na cidade ! Muito legal !

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  4. De novo, parabéns pela data natalícia!
    Só estou esperando para saber onde será o 0800 !
    <:o)

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  5. Carrano, dancei algumas quadrilhas. Tanto na escolinha como no condomínio de Friburgo, que teve algumas festas juninas. A mais memorável, no entanto, foi no terraço de minha antiga cobertura, onde a quadrilha começou por volta de 1 da manhã, com mestre de cerimônias marcando, microfone na mão, som moderadamente alto.
    Os vizinhos não reclamaram (nem do meu prédio nem dos outros em torno). Nem o zelador, que morava no apartamento acima da cobertura com mulher e duas menininhas. Santo homem... Dava muitos presentes a ele por aturar as minhas festas, que sempre varavam a madrugada!
    =8-)

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  6. Sobre comemorar ou não aniversário, já fiz post a respeito:
    http://www.jorgecarrano.blogspot.com.br/2012/12/primeiro-de-janeiro.html
    Não há como não comemorá-lo. Eu e o mundo todo!
    rs rs

    Não concordo tanto assim com o comentário sobre os parcos presentes. Riva (pra quem ainda não sabe é meu irmão) tinha o dobro dos meus, pois em fazendo aniversário uma semana depois do Natal, era prática comum na família me darem um só presente "melhorzinho" valendo pelas duas datas. Já ele recebia duas vezes: aniversário e Natal.
    -8-(

    Interessante o aquecimento global. Realmente, na nossa infância e adolescência, rolava um friozinho nas noites de junho, quando não uma "friaca"! Eu amava o mês de junho, foi o trem de mina vida até pouco depois de casar. Festas caipiras e balões ocuparam boa parte de cada ano com os preparativos e em junho, ápice das atividades, ficava de madrugada acordado com minha tchurma. Vivia de japona (lembram dela?) em cima de uma série de outros agasalhos. Mais a touca!
    Hoje em dia mal rola um casaquinho, e só de vez em quando...

    Não solto mais balões nem os aprovo. Os tempos são outros, os riscos são infinitamente maiores em diversas instâncias.
    Com isso, também não vou mais a festas juninas, pois fico deprimido com as lembranças dos velhos e bons tempos, quando qualquer criança mexia com fogo e os cães não ficavam estressados com o barulho dos morteiros...

    Mais uma vez, feliz aniversário, Riva (Paulo)
    :-)
    Freddy




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  7. E com 3 filhos, quantas quadrilhas nas escolinhas deles fomos, hein ? kkkkkkkk

    No nosso caso, era aquela "ansiedade" para pegar o par certo na quadrilha rrsrrs.

    Hoje o termo quadrilha é utilizado largamente, mas em outro sentido, né ? E como tem !

    Freddy, o Boy ficava estressado sim com os morteiros, se escondia embaixo da mesa da copa-cozinha, coitado, com o rabo entre as pernas.

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  8. São passados muitos anos, mas acabei por lembrar o nome da colega com a qual dancei a quadrilha no Liceu. Chamava-se Ivete e era irmã do também colega, mas não do Liceu, Paulo Brasil.
    Eles moravam na rua Visconde de Rio Branco, próximo ao cine Rio Branco e da livraria da família Mônaco, que chamávamos de "sebo".

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  9. Em primeiro lugar o mais importante. O aniversário do Riva. Parabéns pela data. Que sua vida seja repleta de bênçãos e que esta festa se reproduza por muitos anos.
    Quanto ao tema do blog, devo confessar que as festas juninas eram a segunda melhor efeméride do ano até algum tempo atrás. A primeira, obviamente, é (ainda) o Natal.
    Quem sabe me animo a escrever sobre minhas experiências com festa “caipiras"?

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  10. Obrigado a vcs pelas mensagens carinhosas ! Valeu !

    Ana, a época é 100% apropriada para o seu post.

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  11. Também acho. Aguardo os textos sobre festas juninas, ficando convidados todos os habituais colaboradores.

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  12. Velhos tempos, velhos dias...

    Bom ler simplicidade, saudade, carinho, amor.

    Em tempo, parabéns e que seu amor pela vida, seja sempre causa e consequência de seus passos.

    Abraços!

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  13. Caramba ! Obrigado pela mensagem e estava com saudade ! Vc faz muita falta por aqui, e como !
    Abrs !

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