8 de março de 2015

Se os Fuscas falassem



Por
Ana Maria Carrano








Eu sou outra que tive o fusca como primeiro carro. Lá pelos idos de 1973, já formada e com dois empregos, pude ousar a compra de um carrinho usado e o fiz na Mesbla Veículos (que fechou poucos anos depois) em 36 parcelas.

Era um fusquinha 1967, vermelho, placa 3337. Este modelo/ano foi o primeiro fabricado com bateria de 12 volts. Por este motivo era experimental e apresentada muitos problemas elétricos.


Os conhecedores e especialistas ficaram frustrados visto que no ano anterior a Volks colocara na rua uma série próxima da perfeição. Os carros de 1966 ficaram famosos e se tornaram muito valorizados. Os aficionados pela marca devem lembrar-se do “66 modelinho”.

Assim como o Freddy fui uma das primeiras, dentre o grupo de amigos, a possuir um automóvel, o que me deu algum prestígio e enorme popularidade. Nele partíamos rumo ao Rio de Janeiro, nas barcaças que se deslocavam lentamente pela Baía de Guanabara, e, posteriormente na novíssima Ponte Rio Niterói. A lotação do carrinho estava sempre esgotada, o que favorecia nas inúmeras vezes em que era necessário empurrar o “possante”.

As panes eram uma marca registrada do vermelhinho. Os amigos e amigas encaravam com esportividade, ainda que tivessem que suar em bicas, enfatiotados a caminho das boates e festas. O grupinho mais próximo participava também da aspiração e lavagem do  “fuca”.

Dois anos depois comprei outro, da mesma marca, branco, ano 1972. Carrinho bom aquele. Meu irmão que o comprou um ano depois ficou impressionado com a estabilidade, excelente partida e desempenho na estrada. Só me desfiz dele por ter sido contemplada no sorteio de um Consórcio.

Desta forma em 1976 tive meu primeiro carro 0 Km.

Dizem que o melhor carro é 0 km, seja qual for o modelo ou marca.

Abandonei os fuscas por um motivo risível. Engordei muito e descobri que precisava de mais espaço. Mudei para o Passat (tive dois), abandonei a Volks pela Ford (3 Escort), pela Fiat (Pálio), até retornar ao carro do povo ao adquirir um Fox em 2010.

Estou plenamente satisfeita com ele. Tem bancos altos e o espaço para os passageiros é suficiente para o necessário conforto.

Já gostei de dirigir, mas hoje em dia considero carro uma condução. Um meio prático e rápido para deslocamentos.

O Fox que hoje me serve é um bom carro. Claro. As engrenagens justas e azeitadas diminuem as possibilidades de pane e propiciam maior conforto, mas em nada superou o primeiro amor (opppsss carro).

O Fusca marcou minha vida, assim como a de muitos da minha geração. Eles transportavam amigos, favoreciam namoros e corridas de submarino, e tinham um quê de identificação com o dono que o transformava num membro da família. Econômico, de mecânica simples (até eu regulava o motor) e barata, ele com certeza deixou histórias. Ainda bem que eles não falavam.


Nota do editor: para não decepcionar ao internauta anônimo e não ser acusado pela Autora do post de sabotagem, voltamos utilizar a foto da "senhora risonha".

15 comentários:

  1. O primeiro carro de muita agente foi o Fusca. Na minha geração então nem se fala.
    Assim como eu e Ana Maria, meu filho Jorge também teve um fusca como primeiro carro. Quase zero quilômetros (pouco uso). Ganhou porque passou bem no vestibular e achei que indo cursar faculdade um carrinho ajudaria.
    Mas deu-se o seguinte: foi o primeiro carro mais efêmero da história. Comprei em São Paulo (onde trabalhava na época). Na sexta à noite vim para Niterói e estacionei na garagem do prédio.
    No sábado pela manhã, quando Jorge acordou encontrou a chave do automóvel ao lado do travesseiro. Correu para a garagem e sorria como um tôlo. Tomou café e chamou o irmão para dar uma volta.
    Em São Domingos colidiu com um carro estacionado. Ricardo teve um ligeiro corte na testa e foi atendido em hospital. O Jorge felizmente ficou só no susto.
    Fui chamado porque gerou boletim de ocorrência. Depois responsabilidade civil, seguro, estas aporrinhações.
    Mandei recuperar a lataria e assim que o tiramos da oficina levei de volta para São Paulo onde o vendi (ainda estava com a placa da cidade).
    Meu filho não me perdoou, ainda, e até hoje. Foi o primeiro carro de menor duração. Um dia.
    Vendi – e os filhos não entendem, até que se tornem pais – porque não me perdoaria se o acidente tivesse sido mais grave. Fiquei em pânico com a possibilidade de outra colisão.
    O Jorge, que é meu primogênito, não frequenta e nem lê (como regra geral) o blog. Por isso não avoco seu testemunho.
    Mas o Rick estava com ele e pode confirmar.

    ResponderExcluir
  2. Muita gente teve o fusca como primeiro carro. Usados e baratos como ele, na época, talvez Dauphine e Gordini, da Renault. Não lembro se ainda rodavam os DKW Vemag, poluidores ambientais (rs rs). E nenhum desses alguém tinha coragem de comprar - a menos dos incautos! O sucesso dos fuscas era oriundo de sua versatilidade, simplicidade e durabilidade.

    Espanta-me Ana Maria ter gostado do carro mesmo cheio de problemas. OK, ficou com ele apenas 2 anos.

    Sobre o atual Fox, eu concordo com ela. Se eu fosse comprar um carro pequeno para o cotidiano apenas, confesso que também compraria um Fox, ainda mais que lançaram um modelo 2015 altamente simpático e antenado com o novo design mundial da VW. A versão Highline com motor MSI 1.6 16v de até 120cv (etanol) e caixa opcional de 6 marchas deve ser um bólido!

    Verdade que com o dinheiro que a VW pede por essa versão você compra coisa melhor, mas estou apenas considerando o design atualizado e o desempenho esperado. Não só o Fox, mas qualquer VW é mais caro que similar da concorrência, perdendo só para o preço dos Honda.

    Sobre o comportamento do Carrano como pai, foi adequado. Bateu (!!) aquele sentimento de culpa e aí não tem jeito.

    ResponderExcluir
  3. Preciso retificar meu conceito sobre o meu carro atual - o FOX.
    Posso dizer sem medo de exagerar que é o melhor que já tive. Não me refiro só as comodidades tipo controle de rádio no volante, vidros elétricos e regulagens do retrovisor. Ele é forte, boa estabilidade, relativamente econômico e com o conforto necessário para uma pessoa idosa como eu.
    O banco regula na altura e nele me sinto sentada como em uma cadeira. O assento é firme, o que me dá mais segurança
    Vez ou outra ando como passageira em carros mais sofisticados e me sinto afundar em assentos macios e baixos. Para entrar e sair, é como se estivesse sentada no chão.
    Por isso, embora tenha louvado o Fusca, amo meu Fox.

    ResponderExcluir
  4. Estamos derivando o foco para "meu primeiro carro", e quase todos tiveram o Fusca como seu primeiro carro.

    Eu não. Com minha grana mesmo, meu primeiro carro foi um Opala Coupê 74, vermelho, motor 2.4, que comprei em 1976, um pouco antes de casar. Ganhava muito bem como estagiário, e já juntava minha grana há algum tempo.

    Um dos diretores da empresa em que eu trabalhava, vivia acariciando e limpando o Opala todo dia na garage da empresa, e um belo dia fiz uma oferta tentadora para ele, que aceitou prontamente. Foi com ele que viajamos em Lua de Mel para Campos do Jordão.

    Antes disso só usufruía dos carros dos outros... pai, irmão, futuro sogro.

    Mas os contos, pelo visto no post da Ana Maria, não serão mesmo contados .... ufa !

    E como não podia deixar de ser, hoje tem clássico Vovô no Maraca, e prevejo uma bela derrota do Fluminense, para consolidar a saída do Cristóvão (treineiro), e a contratação do Enderson, ex-Santos ... Fonte : Twitter

    ResponderExcluir
  5. Riva, que decepção! Se era para enfiar outro tema no post, ao invés de futebol você deveria lembrar do "Dia Internacional da Mulher".

    Minha colunista escalada para tratar do assunto - Alessandra - não pode escrever a tempo. Mas a Ana Maria enviou material para o post, que será publicado ainda hoje.

    ResponderExcluir
  6. Acho que alguém aqui está levando grana da Volks. É muito elogio e exaltação. O blogueiro quer sua parte. Tenho direito pela venda do espaço (rsrsrs).

    ResponderExcluir
  7. Sobre o Dia Internacional da Mulher ( e o nosso ?), escrevi no Facebook, em homenagem à nossa matriarca.

    Quanto aos autos, sempre fui fã da Chevrolet, e a abandonei apenas por causa dos preços de qualquer manutenção. Seus modelos atuais são muito bonitos.

    Mas creio que o melhor mesmo é um carro zero km !

    O meu já tem 12 anos, pouco rodado, e nem sei se vou trocar, tendo em vista que perdi 100% da vontade de ter um carro bonito.
    Quero apenas que ele me leve e me traga com conforto e segurança, gastando pouco. Quando não fizer mais isso, tchau !

    ResponderExcluir
  8. Eu não contribuirei para a caixinha dos fanáticos por VW! Comecei dizendo que jamais teria um fusca novamente, arredondei dizendo que também não gosto do novo Beatle e a pá de cal joguei quando disse que com o dinheiro que vc compra um VW compra melhor de outra marca.
    =8-)

    Quanto ao dia das mulheres, já estamos em comemoração em casa. Já foi aberta a primeira Chandon Brut! Tin Tin!!

    ResponderExcluir
  9. Ora Freddy, quando se é jovem e não se nada em dinheiro, qualquer prazer nos diverte. Jovens se espremem em fuscas, empurrar carros, acampam em praias desertas, enfrentam filas para comprar ingressos para assistir em pé, sob sol ou chuva, shows mal produzidos.
    No caso do fusca 67, a alternativa era pegar várias conduções, incluindo barcas lentas e sujas, a caminho de um teatro no Rio, para voltar após às 11 da noite, pelas mesmas conduções.

    ResponderExcluir
  10. Já que Riva tocou no assunto futebol (seria de novo, novamente ou outra vez?) o fenômeno Eurico Miranda começa a se manifestar... Vasco 1 x 0 Bonsucesso com gol de penalty duvidoso marcado aos 45 do 2º tempo? Faça-me o favor...
    =8-(

    ResponderExcluir
  11. Sobre marcas, tive VW (Fusca 64, Brasília 75 e 79, Gol 81 e 94, Parati 92, Polo Classic 98), Fiat (Prêmio 85, Palio Adventure 02 e Idea Adventure 06) e Ford (Escort 91 e atualmente tenho EcoSport 2010).

    Nunca tive Chevrolet por cisma desde o Chevette, que eu abominava com todas as minhas forças (Freud explica). Outro que é alvo de meu asco é o (Corsa) Classic, que sobrevive porque brasileiro é pão-duro.

    Atualmente acho muito bonitos os modelos do Cruze - principalmente o Sport6, a Captiva (SUV preferido da Mary) e o Tracker (mexicano). Em termos de praticidade, até compraria uma Spin desde que a Chevrolet mude o motor dela, o jurássico Powertrain 1.8 que eu já conheço faz tempo...

    ResponderExcluir
  12. Freddy,
    Na dúvida tente again.

    ResponderExcluir
  13. E o Fusca ?

    Tenho um amigo no Ingá com 2 Fuscas, pérolas mesmo. O cara é fanático pelo carro.

    Há algum tempo me chamaram para ir em Itaipu na casa de um cara que tinha algumas motocicletas interessantes.

    Fui.....

    Eram 98 motos, uns 40 carros antigos que ele aluga para a GLOBO, e ...... velocípedes .... sim, o cara tem uns 100 velocípedes pendurados no teto da casa dele.

    Na verdade ele tem um galpão, onde mantém tudo isso, com manutenção profissional.

    Babei !!!

    ResponderExcluir
  14. Olá pessoal ,
    Que legal essa pagina .
    Entrei pela primeira vez e acreditem a foto que está nela é o meu fusca .
    Obrigado.

    ResponderExcluir
  15. Olá, André.
    O fusca ainda é seu?
    Obrigado pela visita virtual.

    ResponderExcluir