3 de janeiro de 2015

Vinho com tampa de rosca? Tô fora!

Está bem que o sobreiro é uma árvore em extinção e que sua casca só pode/deve ser extraída, porque em condições, a partir dos trinta anos de idade da planta. É verdade que após a primeira retirada da casca, com a qual é fabricada a rolha de cortiça, somente de nove em nove anos é possível extrair de novo.

Também deve ser verdade que o custo da tampa de rosca, feita de alumínio é bem mais baixo. E não posso negar que a tampa de alumínio não é atacada por fungo.

Mas e daí? Nem vou falar da micro-oxigenação que é fundamental para os vinhos de guarda, aqueles que envelhecem melhorando a qualidade, o que não é possível obter com as screwcaps. E não vou falar porque não sendo enólogo ou sommelier estaria indo além das sandálias.

Vou me fixar na tradição, no ritual, no cheiro mofado, ou não, da cortiça, que nos permite avaliar o vinho. E o aroma da rolha é um prenúncio do que teremos pela frente. Onde fica o charme de abrir uma tampa atarrachada?

Enquanto esta novidade, que já tem uma década, ou um pouco mais, estava circunscrita aos vinhos australianos, neozelandeses e sul-africanos, menos mal porque eram vinhos que deveríamos consumir enquanto jovens. E eram, então, considerados exóticos.

Quem sabe nos brancos e rosés de combate as screwcaps não comprometem. Mas não me venham com as rolhas sintéticas, de plástico, porque aí já é heresia.

Quero ver solução para os espumantes. Quando vi pela primeira vez uma rolha de champagne ainda virgem, sem utilização, fiquei impressionado com o diâmetro da extremidade que fica dentro do  gargalo. Era quase o dobro da parte externa, que torcemos para retirada do garrafa. Só com muita pressão é possível introduzi-la na garrafa.

Bem, histórias e informações sobre as diferentes formas de rolhas já foram objeto de apreciação no blog, em post assinado pelo Carlos Frederico March, e que é encontrável em 

O que faço aqui é apenas externar minha opinião.

Sou tradicionalista assumido. Parei no tempo em que brinco era coisa de mulher, ou índio, tatuagem era coisa do marinheiro Popeye e outros marujos, silicone eu usava na banda lateral dos pneus e no painel do automóvel, para ressaltar a cor preta, e o futebol era jogado com uma linha de ataque formada por cinco jogadores:  dois pontas, dois meias em um centroavante, ou center forward, como eram tratados pelo Oduvaldo Cozzi, os que faziam os goals a qualquer custo ou forma, tipo Drogba, o mais completo que vi jogar nos últimos cinco anos.


10 comentários:

  1. Calma pessoal!
    Estou improvisando um post explicativo que será publicado às 11 horas.

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  2. Recebi vários e-mails, sem exagero, pedindo que eu participe da pesquisa do congresso nacional sobre o conceito de família.
    Pedem, todos, que eu vote no sim.
    Para quem não está nem sabendo do que se trata, o link é este:
    http://www2.camara.leg.br/agencia-app/votarEnquete/enquete/101CE64E-8EC3-436C-BB4A-457EBC94DF4E

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  3. Sobre a enquete, não tenho opinião formada, pois que os conceitos envolvidos e objetivos escondidos são muito complexos para uma mera escolha sim/não.
    =8-/

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  4. Andei relendo outro dia o meu post apontado no texto, por acaso o primeiro que escrevi para o blog Generalidades Especializadas.
    Acho que nada evoluiu, nenhuma das soluções apontadas foi absorvida pelo mercado a não ser o de marcas mais populares: rolhas sintéticas e tampas de rosca.
    O mercado de vinhos é por demais tradicionalista. É difícil mudar os hábitos, os rituais. Só quando a cortiça desaparecer de vez é que a coisa vai deslanchar - e a essa altura não estarei mais aqui.
    <:o)

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  5. Pois é, Freddy, a colocação do link do seu post, levou um Anônimo (o mesmo, mais recente?) a acessar e fazer uma piada.
    Então também reli e encontrei o seguinte, só para rememorar:

    "Espero em alguns anos poder mostrar não apenas uma coleção de rolhas, mas uma coleção de jarros lotados de rolhas, todas de vinhos e espumantes apenas por nós consumidos."

    E aí, já lotou muitos jarros?

    Quando morei em SJI, comecei a guardar as rolhas. Colocava num grande latão daqueles onde o leite é colocado nas fazendas (sítios dos produtores), até ser levado até à cooperativa agrícola, ou entregue diretamente ao beneficiador industrial, ou fábrica de laticínio.
    Estava razoavelmente cheio quando me mudei de volta para Niterói e não tinha onde colocar o tal latão de 50 litros.
    Dei para um vizinho, que tinha lá uma casa de veraneio. Ele adorou a pretendia dar sequência à coleção.

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  6. Carrano, o post das alternativas para rolhas foi o primeiro, em 11/05/2011. Depois veio um com minha coleção à época (22/06/2012), que foi onde o anônimo fez a piada.
    Fiz comentário para ser postado no próprio, que no entanto acho também pertinente ser replicado aqui dada a sua pergunta acima sobre o estado atual de minha coleção:
    ===========================
    Pois é, Carrano... A coleção prosperou e quando já começava a precisar de um novo jarro, veio a venda dos imóveis.
    Um dos jarros quebrou por manuseio indevido no meio daquele monte de caixotes e sacolas. Além disso, não tenho onde expô-los no novo apartamento, pelo menos no layout atual - os dois menores estão quase que escondidos sobre uma das estantes de meu escritório. Um dos compridos serve de receptáculo para as novas rolhas, afinal a gente continua bebendo.
    Não consegui, portanto, praticar o desapego quanto às rolhas que ficaram "órfãs": elas estão devidamente guardadas num container plástico, aguardando a hora e a vez de serem novamente expostas como merecem, dada a história que representam.
    Abraço
    Freddy

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  7. Nossa! Agora me dei conta de que o Anônimo para fazer a piadinha navegou no blog, talvez pesquisando por palavra chave, pois o link colocado aqui neste post é de outro também sobre rolhas, mas tratando de alternativas, e não de coleção.

    Bem, agora deve estar bem informado sobre rolhas, sobreiros, vinhos.

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  8. Não se apeguem às rolhas de cortiça. Seu preço vai subir muito com o passar dos anos, e as alternativas já estão aí.
    Nos EUA já vi há alguns anos embalagens de vinho em pacotes de papelão, tipo suco de frutas. Até fotografei.

    Aqui colecionamos as bolinhas do dosador das garrafas de whisky .... hehehe

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  9. O vinho também está mudando muito, Riva,
    Há alguns anos, eu garoto, minha família consumia vinhos portugueses, potentes, com muito tanino.
    Foi nesta época que alijei vinho dos meus hábitos.
    Depois, morando em São Paulo, já executivo de empresa, fui apresentado aos franceses e comentei com meus botões: "Ah! Então vinho é isso? " Passei a gostar. Retornando a Niterói fui fazer, com meu filho mais velho, um curso na Associação Brasileira de Sommeliers, para saber um pouco mais e não falar (ou pedir) besteira.
    Os australianos, neo-zelandeses e sul-africanos, insipientes e incipientes eram considerados exóticos. Os chilenos estavam progredindo e alguns nacionais começando a ganhar destaque em concursos e feiras internacionais.
    Atualmente são produzidos bons vinhos em várias partes do planeta e com castas as mais variadas. Algumas nativas que dão bons resultados.
    Para meu gosto, entretanto, prefiro que me sirvam (não posso comprar) os da Borgonha, com tampas de rolha (rs).
    Assim, se me convidar para uma degustação, Riva, trata de comprar um bom Borgonha (rs).
    Quando acabarem os sobreiros não estarei mais aqui para lamentar.

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  10. Conversa promete ser longa, essa...
    Em primeiro lugar, vinhos macios com menos tanino não precisam ser franceses.
    Concordo sim com a declaração de que em várias partes do planeta hoje se fazem bons vinhos, ainda mais quando se descobre o binômio uva/terroir. Cabe apenas garimpá-los.
    Sim, também como Carrano afirma, bons vinhos, Borgonha ou não, são caros. Pode acontecer de sabermos quais são e não conseguirmos degustá-los, a menos de provas aqui e ali, em cursos.

    Quanto à coleção de bolinhas de dosador, não conseguiria... A maioria dos whiskies que compro segue a moda escocesa: sem dosador!
    <:o)

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