3 de dezembro de 2014

Lech Walesa e Jose Mujica

Adiante explicarei melhor - para os que não estão familiarizados com estes dois personagens  -  quem são eles.

Para os iniciados em política já adianto que os comparo apenas até a página três. Um deixou a presidência da república de seu país com baixa popularidade e não se reelegeu. Já o outro acaba de deixar a presidência do seu país com alta popularidade.

Walesa é polonês. Era eletricista em um estaleiro, e iniciou carreira política a partir de lutas sindicais, durante o domínio soviético na Polonia. Teve a coragem de organizar um sindicato livre, desvinculado do controle soviético, e conseguiu eleger-se presidente.


Ganhou o Nobel da Paz, entre outras honrarias internacionais.

Teve, é bem verdade, a ajuda espiritual e a solidariedade de um Papa polonês (Karol Wojtyla), que adotou o nome de João Paulo II, ao assumir o papado.

O outro citado é nosso vizinho, com origem rural e participação em guerrilha, o que lhe custou 14 anos de prisão, e chegou à presidência da república no Uruguai.

Foi um dos mais populares  presidentes de seu país e deixa agora o poder com elevado índice de aprovação e prestígio político.

Estive no Uruguai no princípio deste ano e fiquei muito impressionado com a popularidade de Mujica e o apoio grande que recebia da população. Em especial dos mais humildes (camareiras do hotel, taxistas, garçons, pessoas com as quais lidei).

Medidas aparentemente populistas, mas que seriam de sua própria natureza e formação austera, segundo analistas políticos, tais como doar parte de seu salário para instituições filantrópicas, andar de Fusca, dirigindo ele mesmo, e morar num pequeno sítio nos arredores da capital, fazem parte das medidas que tanto agradaram e seduziram os uruguaios.

Seu prestígio internacional é muito bom, porque algumas medidas aprovadas durante seu governo repercutiram em todo o mundo: legalização da maconha, do aborto e da união homoafetiva.

Como faço o mais das vezes, vou explicar porque falo deles neste post. Ambos frequentaram as páginas de órgãos de imprensa neste final de semana. E, claro, li as matérias.

O líder polonês, citado em Veja, por causa de uma frase corajosa, bem alinhavada, que encerra uma verdade definitiva: “O capitalismo pode ser problemático, mas todos crescem quando adotam regras corretas. Nenhum país socialista funcionou. É uma utopia desnecessária.”

Diga-se a propósito, que Walesa é uma ótimo frasista e autor de metáforas geniais, senão para todo mundo, pelo menos a meu juízo.

A melhor delas ele construiu durante um entrevista concedida ao Pedro Bial, ao tempo em que este era um bom jornalista, repórter político, e não o narrador de voyeurismo no qual se transformou.

A entrevista (com a metáfora) está no link que colocarei abaixo, mas em síntese é a seguinte, comparando a missão dele na Polonia, com a intenção de Lula de  implantar o socialismo no Brasil.

Disse ele, mais ou menos (a integra está no link):

Implantar o socialismo num país capitalista é fácil. É como se você resolvesse fazer uma peixada utilizando um aquário. Basta acender o fogo embaixo. E nem precisa temperar porque já tem as plantinhas lá dentro.

Já o inverso é mais complicado. Implantar num pais socialista ideias e políticas capitalistas, exige montar o aquário. Buscar a água, os peixes, as plantas.


Perdoem-me o entusiasmo, mas é GENIAL!

Vejam e ouçam (Fátima Bernardes e Pedro Bial, no Jornal Nacional)  a supracitada entrevista:

2 comentários:

  1. Lula, para nossa infelicidade, comprou o "aerolula" para se exibir mundo afora e tomou gosto pelo Romanée-Conti. Consta que enriqueceu, trilhando caminho oposto ao de Mujica.
    No ocante à metáfora do Walesa, o que ele - Lula - fez, foi esculhambar o "aquário", desorganizando e maquiando os índices da economia e nos levando a um crescimento pífio, enquanto os demais países do grupo BRIC, conseguiam fantásticos resultados.
    Temos riquezas, solo fértil, muito sol e, ainda, água. Faltam-nos se não grandes estadistas, pelo menos gestores capazes e honestos.

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  2. Como nem tudo que reluz é ouro, na França também teve um blefe. Leiam em:

    http://jorgecarrano.blogspot.com.br/2012/05/nicolas-paul-stephane-sarkozy-de-nagy.html

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