Remembrance Day

Antes da explícita manifestação da falta de sentimento, de respeito, e principalmente de educação, da torcida do Vasco – ou de grande parte dela – ontem no Maracanã, antes daquela apresentação apática, pífia, de um time sem alma, que precisou de uma penalidade máxima para conquistar um magro placar diante de uma equipe que poderá ser rebaixada e que jogava com apenas 10 jogadores, houve uma homenagem póstuma e  clássica, com a imposição, pelo juiz, de “um minuto de silencio”.

O minuto dura quinze segundos e o público presente continua entoando gritos de guerra, batendo em bumbos, assoviando e gritando o tempo todo. Os jogadores se movimentam e demonstram impaciência.

Pois bem, foi uma coisa deprimente, vergonhosa e revoltante para quem, como eu, havia assistido, algumas poucas horas antes, a partida entre o Liverpool e o Chelsea, no estádio deste primeiro  - Anfield  -  na cidade de mesmo nome.

Anfield, em Liverpool

Para lá de comentar o qualidade do futebol, da intensidade como foi disputada a partida, com o estádio lotado (só cabem cerca de 44.000 pessoas), com o uso inteligente da tecnologia, que permitiu ao juiz validar um gol de difícil marcação, rapidamente (a bola entrou nos braços do goleiro apenas alguns centímetros), as poucas faltas registradas e outros aspectos positivos do futebol hoje praticado na Inglaterra, neste post farei referência ao “Remembrance Day”, que é comemorado no primeiro domingo mais próximo ao dia 11 de novembro.

Há uma comemoração oficial e pública, em geral liderada pela própria rainha Elizabeth II, e outras tantas nos estádios de futebol e outros eventos esportivos. (http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2013/11/1369491-rainha-da-inglaterra-faz-homenagem-a-mortos-em-guerras.shtml)

Pois muito bem, o que se presenciou – e não foi a primeira vez que assisti - foi emocionante, de umedecer os olhos. O público todo em silêncio tumular, os jogadores das duas equipes postados no centro do campo, uma defronte a outra, com os jogadores compenetrados, persignados (e olha que muitos nem ingleses são). E o minuto de silêncio dura exatamente sessenta segundos (diferentemente do Brasil), ao cabo dos quais o público aplaude respeitosamente.

É uma homenagem sincera aos heróis ingleses que defenderam o país nas guerras mundiais. Neste período todos, jogadores, comissão técnica e boa parte do público usa na lapela um flor de papoula, de pano, que é o símbolo usado e que arrecada, com a venda,  fundos para programas beneficentes.

No uniforme da seleção

A flor de papoula é o símbolo do outono, e a sua adoção como símbolo é razão pela qual o “Remembrance day” é também conhecido como “Poppy day”.

Esta solenidade comemorativa teve início em 1921, e a data está relacionada ao fato de haver sido num 11 de novembro (11º mês), às 11 horas da manhã, a assinatura do armistício que colocou fim a primeira guerra mundial.

Nestes momentos é que fica mais clara para mim a certeza do porque  não me ufano deste país, ao contrário de Afonso Celso.

(https://www.facebook.com/JornalMundo/posts/305963719517762)

Nota do blogueiro: mais a respeito em:

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