Os gênios do marketing

A área de marketing e suas subsidiarias, pesquisa de mercado, publicidade e merchandising, são vitais para  sustentação e crescimento de vendas de uma marca.

Alguns comerciais veiculados em TV são originalíssimos, extremamente criativos e com boa dose de humor.

Meu primogênito, com formação a atuação profissional nesta área, sempre me disse que comercial bom é o que alavanca venda do produto e fixa a marca na memória do telespectador.

Se você acha o reclame (como se dizia antigamente) interessante, bem produzido e realizado, mas ao final dos 30 seg. é incapaz de dizer qual era o produto veiculado, então o comercial não atendeu seu objetivo.

Eu, leigo na matéria, mas curioso e atento, ressalto as campanhas (das atualmente nas mídias), dos Postos Ipiranga e das Sandálias Havaianas como inteligentes, bem humoradas e eficientes, tanto assim que me lembro perfeitamente dos anunciantes.

Das sandálias destaco dois filmetes:

No primeiro uma imagem da entrada de uma casa  de festas/shows. Pessoas fantasiadas aguardam na fila. O porteiro se destaca e anuncia em alto e bom som: “de havaiana não pode entrar”;  lá pelo  meio da fila aparece um homem reclamando “mas eu sempre usei havaianas”); ao que o porteiro, olhando para os pés do fulano, responde: “sandália havaiana pode, não pode é fantasia de havaiana”.

No outro, uma jovem mulher bonita, belo corpo, trajando maiô, está chegando na praia e  falando com o namorado ao telefone “estou chegando aqui no posto 10”. Ao mesmo tempo está saindo da água outra mulher, deslumbrante, de  biquíni e com aquele corpo que ressuscita qualquer defunto (qualquer morto mesmo). Ato contínuo, a mulher que estava ao telefone pega de novo a cadeirinha que já pousara na areia e emenda, "posto 10 não, posto 9".

Seria uma concorrência desleal e ela não queria arriscar.

Dos postos Ipiranga,  gosto de toda a série do “é melhor perguntar lá no posto Ipiranga”.

Mas dois outros, em especial, gosto bastante. O primeiro é o do riquinho que para no sinal fechado, com seu carro conversível e uma bela a e atraente mulher ao lado. Na faixa de rolamento ao lado par um perua chumbrega, com um cara classe média ao volante.  O da perua olha para o lado, vê a mulher no conversível, e fala “e aí Manú?”. A mulher se vira, sorri de volta é responde “e aí, tudo bem?”.  O rapaz diz, “estou indo lá no posto Ipiranga para abastecer”. O dono do carro conversível, faz cara de surpreso, de espanto, e olha atravessado para a namorada ao lado; o sinal abre e os carros partem.

O outro é o do motociclista, com cara de ter entre 20 e 30 anos de idade, que entra no posto Ipiranga, saca seu cartão de crédito e de facilidades, manda abastecer e pede outras providências ao frentista. A câmera corta para um coroa, tatuado, cabelos longos, montado numa grande moto incrementada que virando-se para o rapaz, diz: “parabéns, agora já pode tirar as rodinhas”, a câmera focaliza a moto do jovem, com aquelas duas rodinhas que habitualmente são colocadas nas bicicletas dos meninos e meninas que ainda estão aprendendo. Era o pai, orgulhoso pelo desembaraço do filho.

Mas não estou escrevendo sobre publicidade e marketing para elogiar a genialidade de profissionais de criação das agências do ramo.

Antes pelo contrário, quero é despejar minha ira, meu ódio, sobre os canalhas, biltres, os infames que inventaram o telemarketing.

Fico irado, viro bicho quando ao atender ao telefone, por vezes em momentos em que estou concentrado num trabalho, se no escritório, ou num filme ou notícia, se em casa, e uma mensagem gravada informa que tem uma boa notícia para mim.

Quando é ligação de alguém ao vivo na linha, despejo toda a minha raiva sobre o coitado do empregado que não conseguiu nada melhor para fazer na vida, senão ser um robô, amarrado a um texto do qual não pode se afastar (e não saberia mesmo que pudesse).

Quando estou bem-humorado, e com tempo, em casa, dou linha e sacaneio ao máximo fazendo perguntas embaraçosas e informando preliminarmente que nossa conversa está sendo gravada para eventualidades futuras, inclusive na esfera judicial, se o caso.

Odeio o telemarketing e desejo o fogo do inferno para o cara que inventou esse tormento, como faria Dante.