Juízes, você ainda há de lamentar depender de um deles

Juízes. Ah, os juízes (Publicado em 15/12/2013 | REGINA KRACIK TEIXEIRA)

Sob este título, a Gazeta do Povo, de Londrina, no Paraná, publicou uma matéria, assinada pela jornalista Regina Kracik Teixeira, que é também um depoimento sobre mazelas que ela constatou no Judiciário local.

A íntegra está em

http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/conteudo.phtml?id=1433397&tit=Juizes-Ah-os-juizes

Leiam um trecho abaixo:

“Outro caso: como cidadã, e não como jornalista, agendei por telefone uma visita a uma juíza, pois não compreendia a demora para um simples despacho. Lá, um assessor desdenhado me perguntou: “Será que a senhora não sabe que juiz só fala com advogado?” Expliquei que havia agendado. Ele alegou de nada saber e deixou claro que “gente comum juiz não atende”. Saí dali lamentando profundamente, por mim e por toda a sociedade produtiva, que paga o salário da juíza e deste servidor. Lamentei por receberem polpudos soldos de nós, gente comum.

Um terceiro caso de arrepiar: partes e testemunhas estavam na sala havia mais de 30 minutos, quando adentra, pedindo “escusas pela demora, fruto do excesso de trabalho”, uma juíza de chinelos, com dedos separados por algodões e tremendo cheiro de esmalte fresco. Com roupas informais e segurando uma caneca de chá com figurinhas do Mickey e Minnie, avisou que fôssemos breves, pois ela tinha um casamento para ir. Perguntou o mínimo, ouviu menos ainda e alegou que precisava estudar melhor o processo, marcando nova audiência para 11 meses depois. Na saída, vimos a manicure uniformizada com sua frasqueirinha.”

Se vocês pensam que estes exemplos esgotam os descasos, a incompetência, a falta de lisura e até de seriedade de alguns magistrados, estão muito enganados.

Quando começou a germinar a ideia do controle externo do Judiciário, fui peremptoriamente contra porque achava que o Juiz tem que decidir com autonomia, segundo sua convicção a partir de minuncioza apreciação das provas dos autos.

Agora, "de tento ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e ter vergonha de ser honesto"

Esta abordagem do festejado mestre Rui Barbosa está cada vez mais atual e verdadeira.

Toda generalização é potencialmente injusta. Mas onde estão os injustiçados?

Vocês não devem deixar de assistir ao vídeo a seguir. É uma tragicomédia inspirada em fatos reais.