Elas agora estão mais
exibidas. Ao contrário do que acontecia antes, quando só mostravam a cabeça e
parte do pescoço, agora já deixam à
mostra o casco, acima da superfície da água, por alguns breves momentos.
São no mínimo três, e a julgar pelo tempo em que habitam
aquele pequeno trecho da praia, estão bem adaptadas .
As tainhas também continuam dando seus saltos, voando sobre
as pequenas ondas do mar. No mesmo local, entre as pedras do Índio (que foi o símbolo da cidade por muitos anos) e Itapuca, mais próximo a esta última.
Na semana passada um fato
me preocupou. Um barco ancorado exatamente próximo às pedras que
pontificam no local, além das duas afamadas que citei. Fora do barco dois homens munidos de instrumentos metálicos
raspavam as pedras, inclusive um pouco a baixo da superfície, para delas retirar
os mexilhões que crescem grudados,
juntamente com algas marinhas.
Esta rapinagem deletéria é feita há muitos anos ali nas
imediações da Pedra de Itapuca. Antigamente enchiam latas (daquelas
grandes), com os mexilhões já retirados das conchas, acendiam uma fogueira na
pequena faixa de areia defronte à pedra mencionada, e cozinhavam ali mesmo.
Empestiavam tudo, seja com a fumaça, que invadia os apartamentos
defronte, e deixavam no local pilhas de cascas (conchas) dos moluscos, o que provocava,
também, um odor muito desagradável quando o sol as secava.
O pessoal da Clin levava um tempão para retirar as conchas dos
mexilhões antes que o mar, na subida da maré, as levasse para além do local,
despejando-as, muitas vezes, já nas areias de Icarai.
Soube que alguns influentes prpopreitários do imóveis
defronte conseguiram junto as autoridades competentes que a prática de cozinhar
ali fosse proibida. Realmente tanto o cheiro, quanto a fumaceira eram muito
desagradáveis. Mesmo para ao caminhantes no calçadão, como eu.
Mas na semana passada ali estavam os dois homens colhendo os
molusco e atirando-os, aos punhados, grudados uns aos outros pelas algas, para
dentro do barco.
Fiquei matutando, com meus botões, nos limites de minha
ignorância, que efeito aquela aretirada dos mexilhões teria sobre as condições
de vida das tartarugas. É exatamemte naquele trecho de mar, junto aos pequenos
recifes naturais que elas encontram condições
ideias e fizeram dele seu habitat .
Não acho que a desculpa de que aqueles homens e todos os outros
que faziam a retirada pedratória dos moluscos precisam sobreviver, justifique
fazer vista grossa e deixa-los acabar com o ambiente que abriga peixes e outros
seres marinhos, inclusive as poucas mas sempre presentes garças que também ali
encontram seu alimento.
Quem já viu as pilhas de restos de mexilhões e algas
fedorentas que deixam na minúscula faixa de areia, na Itapuca, sabem do que estou falando.
Na Galizia, nas cidades de Vigo e A Coruña, estes moluscos e
muitos outros são cultivados em veradadeiras fazendas, num sistema muito
simples, que utiliza grossas cordas que ficam submersas e onde nascem e se desenvolvem
os moluscos.
Torre de Hercules, em A Coruña, único farol romano ainda em funcionamento |
Aliás que duas belas cidades portuárias. Vigo tem o porto
pesqueiro mais importante da Europa, sendo reponsável pelo abastecimento de
peixes e frutos dao mar de quase todo o continente.
Monumento em Vigo |
Não sei se a reirada dos mexilhões acabará com as tartarugas.
Se eles são fundamentasis na composição do meio-ambiente necessário à vida dos
quelônios, mas me assusta pensar que ficarei privado de poder assistir, sentado
(ali existem bancos, no alargamento da calçada), à emersão e mergulho das tartarugas agora mais
exibidas do que nunca.
O blogueiro e sua mulher, em La Corunha (A Corunã, na forma galega) na época em que podiam viajar para a Europa. Notas do editor/blogueiro: 1) Consta que alguns importantes banqueiros do jogo do bicho adquiriram apartamentos nos prédios bem defronte à pedra de Itapuca, que foram praticamente os últimos construídos na orla. Junto a divida das parais de Icaraí e Flexas (sic). E eles steriam conseguiram proibir as fogueiras ali. 2) As viagens para a Europa ficaram, senão impossíveis, muito difíceis, por vários fatore$. Fatore$ financeiro$ e de pereparo físico para enfrentar longas viagens na classe econômica. Eu e Wanda já passamos dos setenta. 3) Sobre o mesmo tema, vejam o post http://jorgecarrano.blogspot.com.br/2013/02/caminhada-na-praia-com-pombos-e.html (copy and paste) |
A coexistência de mariscos e tartarugas deve ter um ponto de equilíbrio natural. Decerto a pesca (ou retirada) de alguns deles poderia ser absorvida pelo ecossistema, mas sabemos que o homem é um predador irresponsável. Como testemunhou, não se trata apenas de retirá-los indiscriminadamente, a sujeira que é deixada no local agride o bom senso e demonstra falta de civilidade.
ResponderExcluirNos bons tempos meu tio pescava camarões no Mocanguê, onde hoje a água chega a ser grossa de lodo e óleo. Eu cansei de ver botos cruzando a frente das balsas na travessia Rio-Niterói, hoje se vê até colchões boiando. Os catamarãs que o digam...
Dizem que está sendo realizado um trabalho de recuperação da Baía de Guanabara, e mesmo a passo de tartaruga (ai...) deve estar dando alguns frutos do mar (ai de novo...). Como desdobramento dessa ação, a gente espera poder ver mais quelônios e moluscos, além de peixes e seus predadores naturais como garças e gaivotas, mas para isso a pesca predatória, bem como a descarga irresponsável de detritos e esgoto não tratado na baía, têm de ser coibidas.
Abraço
Freddy
PS1: cuidado ao ficar absorto vendo tartarugas e garças ali na orla, pode ser assaltado!
PS2: lugar de molusco é no mar, não na política...
<:o)
Caro Freddy,
ResponderExcluirPela ordem. Acabo de chegar de minha caminhada no calçadão. Nunca fui e nem nunca presenciei assaltos nas manhãs. Tenho relatos, inclusive de nora, de assaltos nas ruas de acesso à praia. O calçadão é policiado. Tem muito bacana fazendo caminhada no local (desembargadores, juízes, empresários).
Como disse cheguei há pouco e para minha maior decepção hoje não eram só dois os homens "colhendo" mexilhões. Eram vários e utilizando senão o barco, também grandes caixas de isopor.
Mas lá dentro d'água.
Não me sentei hoje porque os bancos estavam ocupados e o sol escaldante já as 9:00/930 h.
O maldito molusco da política, este sim, poderia ser colocado numa lata d'água fervente. Como não é possível, basta enquadra-lo, processa-lo e julga-lo por todas as bandalheiras de seu governo.
Já abordei a questão das tartarugas em http://jorgecarrano.blogspot.com.br/2013/02/caminhada-na-praia-com-pombos-e.html
ResponderExcluirAs tartarugas podem ser admiradas também no trapiche dos catamarãs das Charitas .... e são grandinhas.
ResponderExcluirQuanto à pesca/colheita dos mexilhões, é o processo do BRASIL BANDIDO, absorvido rapidamente pela gestãoe fiscalização do prefeito Rodrigo Neves, que está passeando fora do Brasil - novamente - com nosso IPTU.
Amigo Carrano, essa imagem de Vigo, do monumento dos cavalos, é traumática para mim .... rsrsrs.
Acho que já contei aqui que entramos em Vigo e nos perdemos, rumo a Santiago de Compostela. A referência que me davam era essa praça dos cavalos, porque dali se vai para 300 destinos ... muitas placas.
Mas eu não achava raio dos cavalos .... kkkkkk
Você não narrou para nós este episódio em Vigo.
ResponderExcluirVocê contou conforme abaixo:
"O GPS ajuda muito em cidades grandes como o Porto e Lisboa, mas para se deslocar entre cidades, e nas cidades pequenas, não há necessidade. Nós também compramos um guia MICHELIN por 7,5 euros, porque sou muito detalhista e me serviria para tirar dúvidas. Enfim, indo outra vez, com certeza não alugarei um GPS. Tenho um amigo aqui de Niterói que comprou o GPS aqui, e inseriu todas as informações da viagem dele. Chegando no exterior, ligou e pronto ! Muito mais barato rsrsrs."
Está em http://jorgecarrano.blogspot.com.br/search?q=riva+portugal
E Vigo é muito pequena. Será que você bebeu muito Alvariño? (rsrsrs)
Não sei porque entrei em Vigo, indo para Sant. Compostela. Mas entrei e me perdi.
ResponderExcluirEra um domingo cedo, poucas pessoas na rua. Pedia informação e sempre me falavam para ir para essa praça dos cavalos. E eu achava ? Nada !
Quando finalmente achei, ela tinha ums trezentas placas num poste - repare a maldita placa na sua foto kkkkkkkk.A própria.
Entrei num posto de gasolina, que quase aparece na sua foto, no canto esquerdo.
E fui salvo por um cara que também ia para a rodovia que eu queria. Bastou segui-lo, preocupado que o gajo estivesse de sacanagem comigo, mas não estava.
Um detalhe interessante : eu estava indo para assistir à famosa e lindíssima Missa Peregrino, domingos ao meio-dia. Mas eu não sabia que Santiago de Compostela, apesar de estar no mesmo meridiano do Porto e de Lisboa, é 1 hora mais tarde !
Sem saber disso, cheguei em cima da hora para assistir a missa. Só percebemos esse detalhe na 2ª feira pela manhã !!
Olá, Riva. Que bom, parece que foi restabelecida sua relação com o Google.
ResponderExcluirCarrano, é uma pena que os Boeing 787 Dreamliner tenham sofrido acidentes que trouxeram total desconfiança quanto à segurança dos mesmos. Eles, e os próximos lançamentos pelo menos da Boeing, são a solução do nosso imenso desconforto em viagens longas. Poltronas mais largas e confortáveis mesmo na classe turística, melhores bins para bagagem de mão (onde carregamos nossos itens pessoais) e principalmente uma pressão atmosférica interna correspondente a cerca de 1.800m de altitude, ao invés dos atuais 2.400m.
ResponderExcluirSó esse último item já resolveria metade de meus problemas, pois sinto muita falta de ar com a pouca pressão e baixíssima umidade relativa do ar (cerca de 20%).
A que$tão das de$pe$a$ de viagem, a gente sempre dá um jeitinho...
Abraço
Freddy
Hoje, 4 de setembro de 2017, soube da maneira mais dura possível, que elas estão lá. Estava pescando e fisguei uma por acidente. Tive a sorte de conseguir levá-la à praia e libertá-la. Graças a Deus. 🙏🙌
ResponderExcluirNo domingo retrasado eu e minha mulher as admiramos mais uma vez. Não sei como interpretar a escolha delas por aquele espaço de mar poluído, bem próximo a local de surfistas e catadores de mexilhões com alguma frequência.
ResponderExcluirValeu pelo depoimento pessoal Rockarlos64
Em sua coluna em O Globo, edição de sexta-feira, 15 de setembro, a jornalista Ana Claudia Guimara~es cita o aparecimento de 5 tartarugas na praia de Itacoatiara. E publica foto.
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