23 de julho de 2013

What will be, will be


Não se pode prever o futuro. 

Lembram-se dos primeiros versos da canção “Que sera, sera”, de  Jay Livingston e   Ray Evans , interpretada por Doris Day e que apareceu na trilha do filme “O homem que sabia demais”?

“When I was just a little boy,
I asked my mother what will I be?”

E na canção a mãe responde: What ever will be, will be. Que sera, sera.

Pois é, o futuro é incerto e escrito por linhas tortas muitas vezes. Escrevia sobre meus 15 ou 16  anos quando diagnosticado como portador de discromatopsia (daltonismo) não pude ingressar na carreira militar, mais especificamente na Aeronáutica.

Lamentei muito e fiquei meio perdido sobre que caminho trilhar. Andei batendo cabeça no Liceu, no curso científico, e acabei por me envolver com politica estudantil.

Por conta disto perdi dois anos de estudo e promoção de série, o que lamentei muito durante os anos subsequentes.

Mas tinha que ser assim “the future is not ours to see” (voltando a Doris Day), e ali, naquela época, estava sendo definido como seria para mim.

O tempo em que estive envolvido em atividades estudantis extracurriculares  deu-me algum tipo de experiência. Fui diretor de federação de estudantes e presidente de grêmio estudantil.

Por conta disto, participei de Olimpíadas e viajei. Inclusive para Cachoeiro de Itapemirim onde conheci a mulher com quem me casei.


E foi deste casamento, ocorrido porque sou daltônico e me envolvi em politica estudantil e perdi dois anos de estudo, que nasceram meus dois filhos, que fizeram com que tudo que lamentei no passado agora valesse a pena.

6 comentários:

  1. A vida, a cada momento, nos pede escolhas. E ao enveredar por uma das vias, a outra... para onde nos levaria? Jamais saberemos!

    Já que tocou no tema daltonismo, desculpe-me a ignorância. Já me foram apresentados casos tipo preto&branco, onde cor alguma seria identificada. Já conheci um que invertia verde e tons avermelhados, outro que os misturava, ora identificava como sendo uma cor, ora como outra...

    Seria penoso dar um esclarecimento, tipo testemunho?
    Abraço
    Freddy

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  2. Caro Freddy,
    Bem, em 1955, quando fui diagnosticado como portador de discromatopsia levei um susto. Um não, na verdade dois. Devo explicar que quem fez o exame que identificou o problema foi a equipe de oftalmologia da Aeronáutica. Eu havia sido aprovado para a Escola Preparatória de Cadetes do Ar (então em Barbacena) e já dava o ingresso como favas contadas. Era saudável. Não tinha nenhuma doença e nem limitação física. Logo, para mim, a bateria de exames médicos seria mera rotina. Mas não foi, como já entecipado.
    Os dois sustos: o primeiro foi ouvir do médico que eu era daltônico (nem desconfiava); o segundo foi pensar que corria risco de vida, tal minha ignorância sobre esta anomalia. Nunca ouvira falar.
    Na verdade se não tivesse feito o teste com as cartelas de Ishihara morreria sem saber que tenho a tal da discromatopsia, pois nunca tive qualquer dificuldade em distinguir as cores da natureza, de minhas peça de vestuário ou das telas dos mestres pintores. Nem dos faróis (semáforos) de trânsito.
    Hoje sei um pouco mais do que sabia aos 15 anos, mas ainda assim muito pouco porque como não há tratamento (não tem cura) e em nada limita minha vida (a não ser o fato de não poder ser piloto, oficial da aeronáutica), nunca me interessei muito pelo assunto.
    O que sei é que nossa retina possui três sensores que identificam as cores primárias verde, vermelha e azul. Se um deles é inoperante você tem um tipo de daltonismo; se dois não funcionam, você tem outro e, se os três são incapazes de checar os pigmentos, então você é portador do tipo mais severo, o tal que só enxerga preto e branco.
    Inconformado com o resultado, patrocinado por meu pai fiz consulta com o oftalmologista Paulo Pimentel, considerado um os melhores em Niterói, na época. Este confirmou o diagnóstico, utilizando o mesmo teste desenvolvido pelo japonês Ishihara. Recorri do resultado na Aeronáutica. Novos exames, agora com dois oftalmologistas que utilizaram os malsinados cartões e confirmaram a reprovação para ingresso na força aérea.
    A deficiência é genética e, como regra geral, hereditária. Não tem cura e nem evolui ou regride. Em geral acomete aos homens.
    Agora, aos 73 anos, para ser absolutamente verdadeiro, alguns tons de cinza parecem-me esverdeados. Só.

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  3. Entendi, Carrano.
    Quando você nos informou, meio rapidamente faz algum tempo atrás, eu já havia feito o post sobre Macrofoto e você o havia elogiado bastante (muitas flores e cores). Fiquei admirado, mas com sua explicação de hoje entendi. Seu daltonismo é leve.

    Curiosamente, em certos conflitos do passado, a aeronáutica privilegiava daltônicos porque eles identificavam imediatamente as camuflagens no solo! Hoje em dia, provavelmente esse trabalho é feito por computadores.

    Grande abraço, a semana agora é do Papa!
    Freddy

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  4. A revista Seleções, na época, publicou uma matéria, que utilizei em meu recurso, que informava que nos USA a força aérea aceitava daltônicos para bombardeios, exatemente por causa da camuflagem, etc...
    De nada adiantou pois as normas brasisleira eram diferentes.

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  5. Aproveitando o espaço, informo aos leitores que há algumas atualozações no post http://jorgecarrano.blogspot.com.br/2013/03/drones-parte-2.html

    O tempo passa e esses artefatos teleguiados começam a cair no gosto do público amador. Há belas filmagens do Dedo de Deus e hoje saiu notícia sobre uma rede social que pretende colecionar apenas imagens de drones amadores.
    Abraços
    Freddy

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  6. Bonita maneira de exaltar os filhos.
    Helga

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