A estátua do poeta Carlos Drummond de Andrade, aquela que
teve os óculos roubados 8 vezes, é o segundo monumento público mais visitado da
cidade, só perdendo para o Cristo Redentor. Alvíssaras!!!
Mais, tirar uma foto ao lado da estátua virou uma prova de
que o turista visitou de fato a cidade do Rio de Janeiro, podendo mostra-la a
amigos e parentes em seu retorno à cidade onde reside.
Uma boa e oportuna matéria publicada na Revista O Globo, dá
conta de que várias dezenas de pessoas, diariamente, param junto a estátua para
os mais variados fins. Tanto pode ser um
afago, conversas ao pé do ouvido, chistes e carinhos sem fim.
E fotos, muitas fotos, claro. Aquela inibição natural que as pessoas têm, quando vão fotografar pontos turísticos, porque fica todo mundo
olhando, no caso do monumento ao poeta mineiro desapareceu por completo, tantos
são os que fazem isso diariamente.
Como o Drummond,
representado em bronze, está
sentado numa das extremidades do banco, as
pessoa sentam-se ao lado, por vezes
abraçam o poeta, colocam nele adereços como chapéus e cachecóis e, felizes, postam
as fotos nas redes sociais.
E tem os que apenas dão um selinho e seguem seu caminho pela
calçada de Copacabana onde fica a estátua.
Já que estou falando de uma celebridade do mundo das letras,
vou emendar com outras personalidades que são grandes expressões da literatura em língua portuguesa.
Começo com Luis Fernando Veríssimo, porque é dele a deliciosa
crônica que encontrei no livro “Diálogos Impossíveis”, na qual simula um
improvável encontro das estátuas do Drummond,
que está em Copacabana, Rio de Janeiro, supramencionada, com as estatuas
de Fernando Pessoa, que está na cidade de Lisboa, em Portugal e a de Mario Quintana, que se encontra em
Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
Na crônica supracitada, Veríssimo coloca na boca de Drummond
um lamento: “De que adianta sermos eternos, mas imóveis ?”. Ao que Fernando
Pessoa retrucaria: “Pior é ser este corpo duro, sentado num lugar duro. Eu
trocaria a eternidade por uma almofada”. E diria Quintana: “Pior são os
passarinhos”.
O texto segue elucubrando sobre o diálogo das estátuas, com a
maestria de sempre do cronista gaúcho, com sua verve inigualável, até seu
desfecho, quando narra que estavam os três (Pessoa, Drummond e Quintana) ali
desolados, em silêncio, até um turista apontá-los para a mulher e dizer: - "O do
meio eu não sei, mas os outros dois são o Carlos Gardel e o José Saramago”.
Tomara que fora da crônica do Veríssimo, na vida real, as
centenas de pessoas que acarinham a estátua do Drummond, sussurram ao seu
ouvido e dão selinho, saibam com quem estão interagindo.
Eu não pude dar um abraço em Goethe, em Viena, porque a estátua está muito alta, num pedestal.
ResponderExcluirAbraços
Aos desavisados, e certamente serão poucos, dado o nível de cultura e informação elevados, dos frequentadores assíduos deste espaço virtual, informo que Johann Wolfgang von Goethe foi um expoente da literatura em língua alemã, sendo também um pensador com frases constantemente citadas, como por exemplo: "Na plenitude da felicidade, cada dia é uma vida inteira."
ResponderExcluirEu fiz, Gusmão, uma foto da estátua em Viena, mas como você citou para abraça-lo precisaria ser alpinista.
Só para esclarecer, não falo, não leio e não escrevo em alemão.
ResponderExcluirMas boa parte da obra de Goethe é encontrável em português.
Só para esclarecer mais ainda, não é que tenha lido muito Goethe, mas dada sua importância andei xeretando alguma coisa.
Todos os escritores citados, os 4 do post e mais o Goethe que introduzi no comentário, são autores de frases recorrentes em discursos, teses ou conversas de botequim.
ResponderExcluirAbraços
Confesso que tenho foto com o Quintana. Em Porto Alegre existe um espaço com vídeos, objetos pessoais do poeta, junto a uma cafeteria. É ponto de encontro de turistas e locais.
ResponderExcluirO Veríssimo torce pelo Inter, não?
ResponderExcluir<:O)
Freddy
Pronto! O Freddy arranjou um jeito de falar de futebol no meu post (rs).
ResponderExcluirSim, Freddy, ele torce pelo colorado gaúcho.