13 de outubro de 2012

Billie Holiday e/ou Ella Fitzgerald ?


Quem foi a melhor?

Esta dúvida, tema desgastado em crônicas, análises e resenhas de críticos profissionais e diletantes como eu, jamais foi enfocada neste espaço virtual.

Ótimo! Agora chegou o momento.

E as razões são duas, basicamente. A primeira foi a compra recente de um novo toca-discos (conte aqui), o que está me permitindo tornar a ouvir algumas relíquias que não tenho em outras mídias, senão os velhos LPs de vinil.

A segunda razão, mais imediata, foi um email recebido do Ricardo dos Anjos, com um link para um vídeo de uma apresentação do Dick Farney Trio. No citado show, ou pelo menos no trecho que está contido no vídeo, o irmão do famoso galã (Cyl Farney) interpreta peças de Dorival Caymi e Tom Jobim.

Mas foi na abertura, executando um tema jazzístico, com extrema habilidade e sensibilidade, que minha atenção foi despertada. A levada do Dick muito se aproxima da dos melhores pianistas de jazz (segundo meus critérios), tais como Teddy Wilson e Earl Hines.

Com efeito o interprete de “Teresa da Praia”, sua interpretação mais conhecida - entre as vocalizadas - sofreu uma enorme influência da música americana, em especial do jazz, e assimilou o swing característico.

Respondi ao Ricardo agradecendo e falando de meu gosto por jazz/blues. Ele replicou dizendo ser também apreciador e que lamentou muito o fechamento da Music Sound, em Copacabana, porque sempre à tardinha promovia, em seu bistrô, uma jamsession com um trio sensacional e um bom crooner que era um dos vendedores da loja (figura bem conhecida).

Bem, ao final declara-se, o prezado Amigo, fã de John Lee Hooker, que como  sabem é um dos grandes nomes do blues.

Bem, colocadas as razões pelas quais resolvi escrever – hoje - sobre Billie e Ella, vamos a minha opinião.

E minha opinião, e não aceito discuti-la, pois estou convencido o suficiente, é que a melhor coisa é que podemos desfrutar das duas: as duas gozam indistintamente de minha preferência. Os momentos é que podem variar.

Num dado momento acho mais adequado, mais conforme o clima, ouvir Billie Holiday. Em outros a Ella Ftzgerald é insubstituível.

São duas excelentes interpretes da música popular. E notem que não afirmei que são interpretes de jazz. Pertenço a linha que acha que jazz não é um estilo, mas sim uma maneira de executar, de interpretar.

Ambas estiveram sempre muito próximas dos grandes nomes do jazz/blues e por isso muitas vezes são incluídas na categoria de cantoras de jazz.

Um dos disco que estou tendo o prazer de poder ouvir é o “The Quintessential Billie Holiday” (dois volumes). É uma covardia cantar acompanhada por gente do tamanho de Teddy Wilson, Ben Webster, John Kirby, Cozy Cole e Artie Shaw, somente para mencionar alguns.

Billie
No estilo antigo, em cada track, os acompanhantes fazem uma longa introdução, que só não se lamenta a interrupção pois a voz da Billie quando entra está tão harmonizada, tão cheia de emoção e sentimento que cria uma atmosfera única. No dizer de alguns, a Billie era uma orquestra.

E que dizer das gravações de Ella Fitzgerald que contou com o luxuosíssimo acompanhamento de orquestras da importância de Nelson Riddle, Paul Weston, Duke Ellington, Buddy Bregman e Billy May, pelo menos no álbum (versão CD) que ouço enquanto dedilho o teclado do  notebook, entitulado “The Best of de Song Books”, que é um extrato, imaginem, do “The Complete Ella Fitzgeraldo Song Books”, caixa com 16 CDs, abrangendo o melhor da obra da cantora.

Ella
Mesmo quando não está acompanhada de grande banda, os músicos que a acompanham são do quilate de Ben Wbster, Paul Smith, Alvin Stoller e Joe Mondragon.

Em suma, entre Ella Fitzgerald e Billie Holiday, prefiro as duas. Sei que não estou sendo original, mas não é disso que se trata aqui – originalidade - o que cabe é fazer justiça e expressar minha verdade. Cada qual terá a sua.

2 comentários:

  1. Eu não faria esta comparação. Apenas destas duas. Respeitando sua opinião, não excluiria Bessie Smith pois a considero uma referência.
    Abraços

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  2. Também respeito a sua, Gusmão.
    Mas no caso não estava elencando tantas quantas são as cantoras americanas ou não que aprecio.
    Meu foco era apenas comparar as duas, coisa que de resto já foi feito inúmeras vezes, como disse, por críticos e admiradores de uma e outra.
    Mas a Bessie é um nome importante no blues, sem dúdida.

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