Desde de que o PT assumiu o governo, e para surpresa geral, os ganhos dos bancos têm sido estratosféricos. Diria imorais.
Maluf, após o polêmico aperto de mãos com Lula, mencionou este fato, dos ganhos dos bancos, “como nunca antes na história do país”, conforme diria o próprio ex-presidente.
Cá para nós, se política é isso, e parece que é, está explicado porque tenho nojo. Dois sem vergonha apertando-se as mãos depois de tudo que disseram um do outro.
Neste episódio, façamos justiça ao Maluf, Lula fez o papel mais vergonhoso, porque tinha um discurso diferente. Já Maluf sempre foi o que é.
Voltando aos lucros indecentes dos bancos, patrocinado ou com o beneplácito do PT, lembro que nos idos - nem tão idos assim – anos da década de 1960, os bancos pagavam juros de 0,5 (meio por cento) nos depósitos em conta-corrente.
Ou seja, remuneravam seu dinheiro depositado em conta-corrente. Atualmente, nem na conta poupança se tem a garantia dos 0,5% de juros mensais.
Além de não haver remuneração no dinheiro depositado, ainda pagamos elevadas tarifas bancárias. Tudo é pago. E algumas das operações têm tarifas pesadíssimas.
Naquela época os bancos não eram as maiores fontes de arrecadação, de recebimento de tarifas e impostos. Quase todos os serviços públicos eram pagos nas sedes ou agências das concessionárias (água, energia, telefone).
Hoje não tem escapatória, tudo se paga nos bancos. Não é sem razão que lucram barbaridade.
Outra coisa que mudou muito. O bom gerente, hoje, para a instituição financeira, é aquele que consegue empurrar goela abaixo dos clientes, planos de seguro, de previdência privada, títulos de capitalização, pecúlios e outras aplicações/investimento de resultado duvidoso.
No passado os gerentes resolviam todos os seus problemas, com atenção e respeito. Não por outra razão, os bons tinham um “passe” valorizado, como jogadores de futebol.
E isso acontecia porque para onde ele ia, mudando de agência ou de banco, carregava com ele seus clientes mais fieis. Era como se ele tivesse uma carteira própria, pessoal, de clientes.
Fui “Administrador de Recursos Humanos” num banco (Português do Brasil, depois absorvido pelo Itaú), e acompanhei de perto um caso de um gerente que ganhou uma bela (luvas) soma para trocar de banco. Porque levaria, como levou com ele, alguns bons cientes.
Hoje os gerentes não resolvem coisa alguma, não têm poder decisório e são apenas vendedores de títulos de capitalização e seguros, praticando a chamada empurroterapia* como li em matéria jornalística recente.
E a figura do banqueiro (ou da família) estava associada ao seu banco. Amador Aguiar no BRADESCO; Moreira Salles, no UNIBANCO, Aloísio Faria e seu irmão no REAL, Olavo Setúbal no ITAÚ, famílias Quartim Barbosa e Prado, no COMIND (Comércio e Indústria de São Paulo), e assim outros ou famílias conhecidas.
Que fique bem claro que não queria um PT - com Lula e Dirceu - realizando o que acenavam: nacionalização de empresas multinacionais, reversão de privatizações, encampação e estatização de bancos, fim da propriedade privada e outras bobagens pseudo-socialistas.
Afinal sou pela economia de mercado, pela livre iniciativa, pela valorização do mérito. Tudo bem regulado e fiscalizado pelo setor público competente e responsável.
Mas entre aprovar o capitalismo com responsabilidade social, e as medidas radicais que o PT anunciava, ficava com o capitalismo. E Lula também. O "Romanée Conti" fez um milagre.
Apenas não precisava deixar a banca virar uma agiotagem oficilizada e cobrar até o saque do NOSSO dinheiro que eles utilizam a custo zero.
* Empurroterapia, para quem não sabe, é uma expressão cunhada para designar a prática adotada por balconuistas de farmácias de sugerir ao consumidor este ou aquele produto alternativo (similar), porque recebia comissões dos laboratórios. Atualmente, com a introdução no mercado dos produtos genéricos os chamados similares perderam importância e a prática da empurroterapia diminuiu um pouco.
Pois é. A gente vai sabendo dessas coisas pela imprensa, sente na pele os resultados e... O povo continua votando nos mesmos políticos, os cidadãos sérios não querem se envolver em política, os poderes da republica se locupletam...
ResponderExcluirQuando sai o próximo avião pra Marte ?
O termo empurroterapia é encontrado amiúde na revista 4Rodas. Toda vez que fazem testes de longa duração nos carros eles se comprometem a fazer todas as revisões previstas e sempre têm de lutar contra essa prática, comum em concessionárias.
ResponderExcluirCom relação aos bancos, só se o Brizola tivesse sido eleito. Era uma das metas dele, além de lutar contra interesses internacionais que interferem em nossas políticas internas.
Abraço
Freddy, diretamente da geladeira, quero dizer, de Friburgo!
Tem reazão, li na coluna do Gilson Monteiro que o gerente da agência Piratininga do Banco do Brasil, "bateu todas as metas" de seguros e aplicaçõses, sendo a gerencia enaltecida por isso. Ou seja, enfiou goela abaixo dos correntistas, produtos e serviços bancários, que talvez não precisassem ou não devessem contratar.
ResponderExcluirE é um banco oficial.
Abraços