Você conhece Isabela Boskov? Provavelmente sim, se é um cinéfilo xiita e lê tudo que diga respeito a filmes, roteiros, diretores e atores.
Eu nunca ouvira falar, e jamais havia lido qualquer critica assinada por ela, até por definição: não concordo com críticos. Não leio criticas, de uma maneira geral. Exceção às contidas neste blog, por dever de ofício.
Mas vamos aos fatos. Folheando a VEJA deparei-me com o nome do Woody Allen numa critica assinada pela citada Isabela. E Woody Allen sempre me interessa. Leio seus livros, ouço seus discos, leio suas entrevistas e assisto a seus filmes. Gosto do roteirista, do diretor e do ator.
Daí que, por causa dele, comecei a ler a critica da Isabele sobre “Para Roma, com Amor” (To Rome with Love), último dos filmes do genial cineasta, músico e compositor, em seu périplo europeu. Quando digo último, refiro-me ao que está em exibição neste momento ainda em algumas poucas salas (como sempre). Porque nunca se sabe qual é o último filme dele. Mal acaba um inicia outro. A média é de um por ano.
Não lembro de grandes bilheterias de filmes do Woody Allen. Ele, definitivamente, não tem apelo popular. Por isso, provavelmente, gosto dele (sorry periferia). Reverencio a inteligência, sempre.
A critica em questão, se não é inteiramente negativa, faz ressalvas que, definitivamente, só críticos que querem aparecer mais do que as obras objeto de suas análises, fazem.
Vejamos o trecho a seguir: “A Roma solar e hedonista desta sua nova parada, porém, não tem um ponto de contato firme com o temperamento do cineasta – não, ao menos, comparável à angústia de classes britânica, às pulsões eróticas que se associam à Espanha ou à promessa de um eu renovado encarnada por Paris. Na ausência de atrito, assim, não se produz faísca em “Para Roma, com Amor”.
Porra! Perdão, escapou, mas quantas bobagens ditas a troco de nada, senão o cachê ou salário da Crítica.
Ela se refere aos filmes realizados nos últimos anos, através de cidades europeias, que resultaram em bons filmes em Londres (Match Point*), em Barcelona (Vick Cristina Barcelona) e em Paris ( Meia Noite em Paris).
Ora, gente, as características, os hábitos, as tradições, as culturas e idiossincrasias de ingleses, espanhóis, franceses e italianos são diferentes, como todos sabemos.
E Allen conseguiu capturar com muita perspicácia, agudeza e boa dose de humor, alguns traços marcantes dos nativos e habitantes das cidades citadas.
Que ausência de atrito, que falta de faísca que nada! Escapou à compreensão da aludida Crítica, ou ela nada sabe da cultura italiana.
Por outro lado, Martha Medeiros, culta e sensível, e que, felizmente, não é critica cinematográfica, captou com muita argúcia a intenção do realizador, e como ele abordou, explorou e desenhou com ironia e humor, uma das características do povo italiano: a valorização da fama. Não fora a Itália o país de origem dos paparazzi.
E a sacada do tenor é ótima. Não contarei para não estragar a surpresa de quem ainda não viu o filme.
Martha presta em sua coluna na Revista O Globo, com o texto elegante de sempre, uma justa e merecida homenagem a Woody Allen, intitulando sua crônica com “Para Woody Allen, com amor”, parafraseando, claro, o filme em questão.
Acreditem na Martha, esqueçam a Isabele. Aproveitem enquando o filme está em cartaz.
Nota: Pelamordedeus não entenda este post como critica cinematográfica. O filme em questão está muito acima de qualquer consideração que eu pudesse fazer. Trata-se de pura opinião pessoal.
* Exibido no Brasil com este título mesmo.
DIA DO AMIGO
ResponderExcluirPara destinatários diversos:
obrigado por me adotar como seu amigo.Brindo ao fato: tim-tim!
Estes dias comemorativos são uma chatice.
ResponderExcluirÉ muito bom tê-lo como amigo.
Em qualquer dia seria uma alegria, um prazer inenarrável tomar um drink com o você. Tim-tim.
Quanto aos críticos concordo integralmente. Os de futebol, então, são um pé no saco (pode escrever isto no blog?).
Abraço
E a estreia de BATMAN - O Cavaleiro das Trevas, hein? Trevosa, de fato, com a ação de um malucão, certa e nefastamente inspirado em seus colegas assassinos de Columbine e Virgínia Tech. Um The End sem começo.
ResponderExcluirRicardo,
ResponderExcluirQue coisa, hein! Vi na internet a notícia sobre o ocorrido.
Gusmão,
Os piores são os comentaristas de arbitragem. Com a profusão de imagens hoje disponíveis, de todos os ângulos, para que serve o comentário de árbitros do passado? Se caímos no terreno da subjetividade (mão na bola ou bola não? Foi tranco ou empurrão?), também de nada vale o comentário porque tenho a minha própria opinião subjetivista.
Abraço
Eu ia contar o lance do chuveiro, mas certamente o dono do blog não publicaria (risos), então limito-me a dizer que gostei do filme.
ResponderExcluir:D Fernandez
Não publicaria mesmo, Fernandez. A propósito, não se trata de um Caruso, nem um Mario Lanza, mas dá conta do recado.
ResponderExcluirAbraço
Pior de tudo é o tal programa "Terceiro Tempo com Milton Neves" na Band, sustentado pelas "provocações" recíprocas do Milton com o ex-jogador e hoje comentarista Neto. Uma droga!
ResponderExcluirAssisti umas duas ou três vezes, se tanto e achei digno de um "Pro Chuveiro", do Juca Kfoury na CBN.
Outra coisa, Carrano: já está se deleitando com aqueles documentos históricos do futebol das Copas do Mundo?
Caro Ricardo,
ResponderExcluirEste Neto é de vomitar. Algumas partidas da Eurocopa tive que assistir na Band (a Globo só começou transmitir na fase semifinal). E não assino os canais fechados da Globo. Tenho os ESPN (3 canais) que não tinham os direitos de transmissão.
Muito bem, o tal Neto, além de agredir o idioma, com suas concordâncias erradas, com um sotaque insuportável de caipira do interior paulista, perpetrou uma bobagem digna do Lula nos primeiros tempos de dirigente sindical.Disse simplesmente que um determinado jogador corria muito, tinha enorme fôlego, PARECENDO TER DOIS PULMÕES.
Juro!
Quanto aos vídeos estou sim curtindo muito. Não só pelas cenas dos jogos, como também pelas lembranças boas que alguns evocam. Por exemplo: rever Orlando Peçanha (do Vasco) na quarta-zaga da seleção. Valdyr Amaral, ainda jovem, narrando (em imagens do Canal 100).
E Pelé? Vale sempre rever.
Outros frequentadores deste espaço, não sabem do que estamos falando. Trata-se de uma série de imagens, a maioria disponível no YouTube, de partidas antigas, até da seleção de 1938.
Vou pensar como disponibilizar links em um post, para os aficionados por futebol, como eu sou.
Obrigado.
Abraço
O tenor canta menos também do que o Luciano Pavaroti, que você esqueceu de citar.
ResponderExcluir:D Fernandez
Esses comentários sobre críticos e comentarista, assim como avaliação de performance de jogadores , novelas e artistas, não seriam críticas que os ilustres participantes fazem ? E o pior, de graça.
ResponderExcluirTodos somos críticos e apenas não suportamos quem difere de nossa opinião. Afinal, nós é que marchamos no passo certo.
Certo, Incógnita. O de que não gosto e não respeito, é da crítica profissional, de linguagem ininteligível, e que acaba como fim em si mesma, como demonstração pretensiosa de adivinhar intenções que surpreendem os próprios autores. Acontece nas artes plásticas e nas artes cênicas.
ResponderExcluirApreciações pedantes, de pseudos donos da verdade.
Sabe aqueles ditados populares (aforismos, na verdade):quem não sabe fazer, ensina.
Quem não sabe vai ser crítico. São
verdades incontestes.
Obrigado por participar do blog.
Até ainda há pouco era dia do amigo.
ResponderExcluirAgora a amizade acabou?
:D Fernandez
Além do Neto, a Band tem o Edmundo, como comentarista.
ResponderExcluirDois exemplos de caráter e disciplina.
Não entendi o comentário do Anônimo. Será que ele acha que amigos são aqueles que pensam igual?
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