12 de junho de 2012

As donas do bar


Por Jorge Carrano


Segundo pesquisa feita pela Reuters/Ipsos, divulgada no O Globo, apenas um em cada cinco usuários do Facebook já adquiriu produtos a partir de anúncios veiculados na rede social.Considerando que o patrimônio de uma rede social são seus participantes, e que esse potencial comercial é o que as redes vendem aos anunciantes, dá para imaginar o impacto negativo dessa pesquisa nas pretensões de Zuckerberg e seus sócios.

Será tão difícil assim entender isso? Imagine a cena.

Você combina com um amigo de tomar um chope, botar o papo em dia. Escolhem o bar e a mesa. O chope chega. Daí vem um cara, senta ao seu lado, e anuncia um carro (ou xampu, viagem para o Tahiti, TV de LED…). Não seria o fim da picada?

Pois bem, é isso que o Facebook faz. Não importa se ao vivo, no computador ou celular, as empresas precisam perceber de uma vez por todas que o espaço é das pessoas. Redes sociais são uma festa para a qual as empresas não foram convidadas. Embora essa percepção esteja mudando, a maioria delas ainda quer estar presente para falar. Ao inves de interagir e, principalmente, ouvir.

Há maneiras de participar? Sim, há raros casos bem sucedidos de ações que envolvem os consumidores, estimulam sua participação e criam um verdadeiro (ainda que efêmero, em muitos casos) relacionamento com a marca.

Para participar das conversas, as empresas não podem ir “de mesa em mesa”, importunando as pessoas com formatos publicitários ultrapassados.

Em vez disso, que sejam “as donas do bar”, estimulem a conversa, mas deixem os outros beber em paz.

6 comentários:

  1. Por essas e outras que a General Motors deixou de anunciar no Facebook. Segundo consta a publicidade não funcionou. Não vendeu carros.
    Abraços

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  2. Não por outra razão jamais investiria meu dinheiro - se tivesse algum para aplicar - em empresa que não tivesse em seu ativo fixo, terreno com fábrica, máquinas e equipamentos. E não precisasse contratar frete (navio, trem ou caminhão) para entregar mercadoria.

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  3. Mas a Nasdaq continua operando, mesmo com alguns solavancos.
    Como se explica?

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  4. Eu participo do Facebook, mas com ressalvas. Primeiro, engessei-o, depois liberei-o item a item. Não adiantou... Esta semana fui avisado de que estavam sendo informadas aos "amigos" algumas de minhas pesquisas em sites.

    Anúncios não me incomodam porque eu não os leio.

    Tentei engessar novamente, mas o Facebook (e o Google) tem mil maneiras de contornar nosso bloqueios e permitir invasão de privacidade - afinal é sua proposta: permitir que os amigos compartilhem tudo.

    Apesar de ter algum prazer no uso do Facebook, principalmente recebendo notícias de sites musicais (prévia e cuidadosamente habilitados por mim), estou considerando sair definitivamente dele e evitar uso do Google Chrome.
    Abraços
    Freddy

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  5. Os caras nos cercam de todas as maneiras, o que fragiliza cada vez mais nossa conexão com a web.
    Semana passada o Linked In foi invadido.
    Hoje, o Twitter : http://exame.abril.com.br/tecnologia/twitter/noticias/lulzsec-publica-dados-de-10-mil-contas-do-twitter

    Não existe mais privacidade. "O cara vai sentar na sua mesa sim, e tentar te vender alguma coisa ...".

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  6. Se for só isso, tentar nos vender algo, ainda saímos no lucro...
    =8-(
    Freddy

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