Foram muitos, em diferentes
épocas, por diferentes motivos: pela qualidade técnica dos integrantes, pelo
conjunto, pela sistema tático.
Alguns eu assisti, ao vivo,
nos estádios. Um privilégio, que compensa o peso da idade.
O Vasco, campeão invicto em 1949, era um timaço. Tinha um elenco tão bom que no ano seguinte foi a base da
seleção nacional (Copa de 1950), para a qual foram convocados 9 de seu jogadores, sendo que 5
titulares absolutos: Barbosa, Augusto, Danilo, Ademir e Chico.
Nesta equipe atuaram ainda,
Nestor, Maneca, Friaça, Ipojucan e
Heleno, este último o mesmo que é personagem de um recente filme.
Depois tive a oportunidade de
ver o Honvéd, campeão húngaro, base de uma das melhores seleções de todos os
tempos, que só não foi campeã mundial (1954) por causa do pragmatismo e do espírito
competitivo dos alemães. Nem sempre os melhores tecnicamente são vencedores. Vide seleção brasileira de 1882.
Neste time do Budapeste
Honvéd Football Club (nome completo) havia um dos melhores jogadores que vi
atuar, chamado Puskas, que acabou contratado pelo Real Madrid. Atuou no Real numa equipe vitoriosa, onde pontificavam estrelas de primeira grandeza,
como Di Stefano, melhor jogador
argentino, para mim de todos os tempos, incluindo Maradona e Messi. E, ainda,
nesta equipe madrilenha, Kopa, Gento, Del Sol. Com rápidas passagens neste time,
dois brasileiros. Um campeão mundial – Didi – e outro bom ponta direita que se
revelou no America, chamado Canário.
Anos mais tarde, o Real
Madrid constituiu uma equipe cognoninada de “Galácticos”, pois reunia astros da
maior grandeza, como Zidane, Ronaldo (fenômeno), Raul, Figo, Beckhann e outros menos
votados. Também um time de respeito.
Voltando ao Honvéd vale
explicar porque vi, onde e quando. Para quem gosta de futebol, seria
imperdível, no ano de 1957, 3 anos após aquele time e a seleção húngara
haverem encantado o mundo, a oportunidade de vê-los jogar em pleno Maracanã.
Estavam cansados pela
excursão e maratona de jogos, e abalados
emocionalmente, pela invasão dos alemães em seu país. E foram massacrados e
humilhados pelo Flamengo, que ganhou o jogo por 6X4. Sai frustrado e
praguejando porque fui ver o Honvéd e acabei vendo o Flamengo, que além de
tudo, por obra e graça de seu treinador – Fleitas Solich (conhecido como El
Brujo) - deu-se ao luxo de colocar em campo vários jogadores que estavam
iniciando, como Dida e Babá.
Mas ai vieram os jogos contra
o Botafogo e uma revanche contra o mesmo Flamengo, jogada em São Paulo. Ai os húngaros
se impuseram e ganharam do Botafogo (4x2) e devolveram o placard no jogo contra
o Flamengo (6x4).
Excelente
equipe, na qual se destacavam o já citado Puskas e mais Koczis, Groczis, Lantos
e Cizibor (nomes rememorados via Google).
O terceiro grande time que vi
jogar no estádio, e de novo no Maracanã, foi o Santos de Dorval, Mengalvio,
Coutinho, Pelé e Pepe. Este time era sensacional, principalmente pelo quinteto
atacante. A defesa era um pouco vulnerável, embora contasse com jogadores de
nível de seleção nacional. E o goleiro Gilmar. Mas este era um detalhe, pois se eles tomavam dois gols o ataque fazia
3 ou 4.
Ataque fenomenal: Dorval, Mengalvio, Coutinho, Pelé e Pepe. |
Houve, no Rio de Janeiro, uma
outra equipe muito boa, mas que teve a infelicidade de surgir na mesma ápoca
daquela do Santos. Falo do Botafogo de Nilton Santos, Garrincha,
Quarentinha, Zagalo, Manga, Rildo, Pampolini, Didi.
Outras equipes excelentes, que ficaram em minha memória, mas que não vi jogando, ao vivo nos estádios, foram o Real Madrid de Di Stéfano e Puskas que já mencionei e o Ajax (Amsterdamsche Football Club Ajax, nome completo), da Holanda, da era de Cruijff (pronunciamos Cróife) e Neeskens.
Outras equipes excelentes, que ficaram em minha memória, mas que não vi jogando, ao vivo nos estádios, foram o Real Madrid de Di Stéfano e Puskas que já mencionei e o Ajax (Amsterdamsche Football Club Ajax, nome completo), da Holanda, da era de Cruijff (pronunciamos Cróife) e Neeskens.
Real Madrid de Di Stéfano e Puskas |
Holanda de Cruijff |
Nem video tape tínhamos, de sorte que assistíamos a 'filmes" (16mm) dos jogos, que exibidos na TV perdiam em qualidade de imagem. Quando
eventualmente eram exibidos trechos nas telas cinematográficas, nos “Jornais”
(Canal 100 e Livio Bruni) apresentados antes dos filmes em cartaz, então era
possível apreciar melhor.
Vale registrar que em alguns
casos estas equipes eram a base das seleções nacionais, de enorme sucesso (não
de resultados) casos do Honvéd e do Ajax.
Com efeito seleções da
Hungria e da Holanda (a famosa Laranja Mecânica) marcaram época.
De minha parte, em matéria de
seleção, embora reconheça o nível excelente que apresentaram Hungria e Holanda,
entendo que as brasileiras de 1958 e 1970 foram admiráveis, e vencedoras.
Por fim, chegando aos dias atuais, não se pode negar que o Barcelona nos
brinda com um futebol-arte de primeira linha. O time de Messi, Iniesta, Xavi e
Fàbregas joga bonito e é vitorioso.
Uma pequena história que ouvi cotada numa mesa redonda dá a ideia e a dimensão do quanto o Barcelona é diferente e inovou a maneira atual de jogar futebol. A historinha é mais ou menos a seguinte: a mulher, que não acompanha futebol regularmente, está assistindo com o marido uma partida do Barcelona. A horas quantas ela comenta distraído e inocente - "eles jogam diferente, o jogador tem sempre um amigo perto para passar a bola."
Está aí o segredo, ou parte dele. Barcelona, último dos românticos do futebol arte/resultado.
Nota: dizem que em 1981 o Flamengo teve um bom time, como não acompanhei, por receio de urticária (erupção de pele), tenho dúvidas (rsrsrs).
Uma pequena história que ouvi cotada numa mesa redonda dá a ideia e a dimensão do quanto o Barcelona é diferente e inovou a maneira atual de jogar futebol. A historinha é mais ou menos a seguinte: a mulher, que não acompanha futebol regularmente, está assistindo com o marido uma partida do Barcelona. A horas quantas ela comenta distraído e inocente - "eles jogam diferente, o jogador tem sempre um amigo perto para passar a bola."
Está aí o segredo, ou parte dele. Barcelona, último dos românticos do futebol arte/resultado.
Nota: dizem que em 1981 o Flamengo teve um bom time, como não acompanhei, por receio de urticária (erupção de pele), tenho dúvidas (rsrsrs).
O Flamengo de 81 não chegou ao nível dos que estão sendo comentados no blog. Se assim fosse teria de incluir o Flu (Máquina), o Inter de Falcão, o Cruzeiro da época áurea (Tostão, Dirceu Lopes, etc).
ResponderExcluirDos que citou, não vi jogar muitos deles mas o Santos da década de 60, que tive o prazer de ver e que tornou santista (em SP), é uma unanimidade entre especialistas.
Em termos de seleções nacionais, confesso que até hoje as duas únicas que me encantaram de verdade não venceram copas: Holanda de 74 e Brasil de 82. Infelizmente não vi a Hungria de 54, pode ter sido melhor que essas duas.
Abraços
Freddy
A Copa de 1954 foi a minha primeira. Em 50 eu contava 6 anos de idade e não tinha muita compreensão.
ResponderExcluirEmbora acompanhando apenas pelo rádio, sofri com a derrota do Brasil para a Hungria por 4 a 2.
Esta Copa foi a que teve a maior média de gols até hoje, cerca de 5,4 por partida. E a Hungria contribuiu muito para esta média. A foto publicada pelo Carrano, da equipe do Santos, com o título "máquina de fazer gols" se aplica também a seleção húngara, cantada em prosa e verso pelo Armando Nogueira.
Alemanha e Hungria estavam no mesmo Grupo e na partida entre ambas as seleções, nesta fase, a Hungria meteu 8 a 3 na Alemanha, que jogou com equipe reserva (as duas se classificaram para as oitavas).
Bem, quis o destino que as duas seleções chegassem à decisão e ai deu-se um fato semelhante ao de 1950, quando a melhor equipe, a do Brasil, perdeu para o Uruguai, tendo feito um a zero.
Pois bem, na final de 1954 a Hungria meteu 2 a 0 e a Alemanha virou o jogo vencendo por 3 a 2.
Esta seleção húngara fez história mas não ganhou a Copa. Como a holandesa de 1974, citada pelo Freddy, também não ganhou.
A Hungria de 1954 e seu jogador Puskas entraram para a história do futebol definitivamente.
Não fui ao jogo Flamengo e Honved no Maracanã, como o Carrano mencionou, mas lembro da repercussão e da forra da equipe magiar no jogo revanche, pelo mesmo score.
Abraços
Uma curiosidade, com relação ao epiteto mencionado pelo Gusmão, para a nação e o povo húngaro - magiar (em húngaro magyar).
ResponderExcluirQuando lá estive, em 2006, perguntei a guia que nos conduziu por um périplo em Budapeste, com ênfase no circuito de música clássica e erudita, porque os húngaros são chamados de magyares . A explicação dela, não sei se consistente e verdadeira, é de que guerreiros de um reino próximo relataram ao seu monarca haverem encontrado um outro reino onde os habitantes eram maiores do que os de outros povoados (tribos, nações, reinos). De maiores a magyares foi um passo.
Em tempo: a guia falava português, sendo inclusive tradutora. Porque como alguém já disse, o húngaro é a lingua do demônio. Ininteligível.
Valeu, Gusmão.
Abraço
Sr Carrano,
ResponderExcluirAcho boa ideia de falar sobre futebol do que de gandulas formosas e sensuais desejando aqueles minutos ou mais de fama.
Assim sendo, lamento que meu Corumbaense tenha sido rebaixado para a Segundona do campeonato estadual.
E os únicos representantes de MS na Copa do Brasil - o CENE e o Aquidauanense - já foram eliminados
respectivamente pelo Atlético Mineiro e pelo Bahia de Feira de Santana. Mas se o Corumbá entrasse na disputa, certamente não faria feio.
Os Srs que gostam de histórias de times e clubes, eis uma curiosidade sobre o CENE - Clube Esportivo Nova Esperança.
O time foi formado por um grupo de trabalhadores agrícolas, como hobby nos finais de semana. E o clube foi fundado com a ajuda de funcionários de outras trabalhadores e empresários locais. No começo era um time amador, mas jogando bem o time atraiu investimentos, e em 13 de dezembro de 1999, virou profissional.
O mais curioso, o que chama atenção, é que a equipe pertence à "Igreja da Unificação" do Reverendo Moon (Sun Myung), juntamente com o
Atlético Sorocaba-MS.
Um jogador famoso revelado pelo clube foi o atacante Keirrison,que passou pelo Cruzeiro e acho que agora voltou pro Curitiba onde foi descoberto pelo Barcelona, que tem direitos sobre ele.
Sr Carrano, acredite que se não fosse pelo meu Corumbaense, torceria pelo Bangu que está no meu pensamento, mas não no meu coração.
E para o Sr, que é Vascaíno, desejo o melhor nos torneios que o time da Colina participa. Principalmente na Taça Libertadores das Américas.
Muitíssimo obrigado, Luvanor. Tomara que seus votos se somem às preces e à torcida dos vascaínos para formar uma corrente positiva de pensamento que nos leve à vitória.
ResponderExcluirSe não der, paciência. Um eventual êxito será comemorado, claro, mas acabará mascarando uma série de deficiências que a nossa equipe tem.
Lamento pelo Corumbaense. Por vezes um rebaixamento equivale àquele recuo estratégico de alguns atletas que lhes permite maior impulso para saltos vencedores.
O Vasco votou da série "B" revigorado, atravessando uma fase melhor do que a anterior, antes do rebaixamento.
Obrigado por sua participação.
Abraço