Desde sempre os políticos de todas as tendências e vinculações partidárias precisaram/precisam atender eleitores, correligionários e amigos que lhes pedem emprego.
E nada mais simples e fácil do que direcionar estes pretendentes para órgãos públicos. A prática, no passado, mais usual, era encaminhar estes eleitores com cartões de visita ou recomendações feitas em papel timbrado das instituições onde atuavam. Dava ao portador a sensação de importância.
Durante todo o período em que Fernando da Motta Carrano, meu pai, foi diretor do Diário Oficial, recebeu muitas dezenas destes pedidos. Muitas mesmo.
Eram vereadores, deputados estaduais, deputados federais, senadores e secretários estaduais de educação, saúde, segurança, governo, todos.
Uns mais e outros menos, e até mesmo da oposição ao governo. Um dos campeões de pedidos foi o deputado Celso Peçanha, que mais tarde veio a se eleger governador.
Vejam a seguir alguns exemplos que não esgotam o acervo que meu pai deixou.
Os dois últimos cartões de visitas, são de Roberto Siveira, então vice-governador e mais tarde governador do Estado (pai do atual prefeito), e de Brigido Tinoco, deputado federal e ministro da educação.
Nota do blogueiro/editor: quando mencionei para minha irmã que iria publicar uma série de pedidos de emprego que nosso pai conservou durante anos (e nós mantivemos conservados, desde sua morte, em 1963), ela retrucou: "será que papai gostaria disso?" Quando respondi que se ele guardou é porque achou importante, ela retrucou de novo: "isso e´coisa dos Carrano, nós temos mania de guardar até inutilidades". É mesmo, tenho arquivos abarrotados que são repositórios de fotos, recortes, muito lixo enfim. E olha que já descartei muita coisa, como sabem os que me acompanham aqui, porque já relatei em post a faxina que estava levando a cabo.
Resolvi publicar antes que meus filhos, assumindo a papelada e não dando a mínima para estes pormenores, incinerem tudo. Amanhã tem mais.
COMENTÁRIO PRA ENCHER O SÁBADO.
ResponderExcluirCarrano,
Invejo-o. Eu, fora meus documentos de identidade e carteiras de trabalho,além de livros e alguns escritos de minha autoria, nada arquivo nem coleciono em se tratando de papelada, mesmo com a internet a minha disposição. Minha cara-metade trata disso. De família então, nem pensar, fora a saga do meu poetavô.
Tenho mania de despojamento, de não-ser. Freud deve explicar, mas adoro rasgar documentos bolorentos, de cinco anos pra trás, com datas oficiais vencidas, e já saldados, coisas assim. Se pudesse, todo espaço que ocupo seria altamente asséptico, mas acho que seria um exagero, embora seja um ideal utópico, pois a vida não se apresenta tão limpa e despojada assim. Ou organizada como desejo e nunca consigo. Afinal, o ser humano é contraditório. O que se quer, não se consegue; e o que se consegue não se (deve) fazer...
Viu só, amigo?... Altas elucubrações existenciais a partir de um ponto,inicial.
E agora, ponto final.
Inveja Ricardo?
ResponderExcluirVou tomar um banho de sal e depois colocar um galhinho de arruda atrás da orelha.
Tenho um pouco menos do que a Biblioteca Nacional, mas isto porque já incinerei muita coisa nos dois últimos anos. Sob ameaça da mulher e dos filhos, que farão isto assim que eu partir desta para melhor.
Abraço, tchê!
Pensei que não teria um novo post hoje. Passei aqui pela manhã e só tinha o merchandising da Tau Virtual.
ResponderExcluirTambém guardo "inutilidades" tais como bilhetes de viagem, ingressos de shows, de jogos de futebol, entradas de maseus, teatros, estas coisas que compulsadas trazem boas recordações.
Bom final de semana.
Carrano,
ResponderExcluirPode ficar tranquilo. Minha inveja não é aquela comum, caracterizada pela superstição. Talvez tenha me expressado mal. O sentimento é de admiração. Troque o "invejo-o" por "admiro-o"... E descarte o sal e a arruda, que remetem ao pior do sincretismo religioso.
Agora é tarde, Ricardo.
ResponderExcluirJá tomei o banho de sal, botei a arruda na orelha, estou fumando um charuto e coloquei o patuá no pescoço.
Duvido que sua inveja me pegue.
Quanto a admiração, prefiro que você tenha outros e mais nobres motivos do que eu ser um colecionador de trash.
Barbaridade, tchê!
Realmente, como pedia esse Celso Peçanha, hein ?
ResponderExcluirReparei o pleno uso das canetas tinteiro nessa época - saudade dessa fase, em que era fanático por elas : tenho até hoje minhas Parkers 51 e 21, Sheaffers, Continental e uma importada que esqueci a marca, comprada na Casa Mattos na Amaral Peixoto.
Reparei também, e me lembrei demais, da minha máquina de escrever Remington, onde comecei a teclar acho que com uns 8 anos de idade - tinha que desenrolar os martelos toda hora, sujava meus dedos na fita preta e vermelha. Essa máquina foi uma escola para mim. Acho que pesava uns 219 kilos ! rsrs
Pensando até em fazer um post com fotos da minha coleção de canetas e lapiseiras - coleciono até hoje !!
Breno acabou de trazer da Inglaterra pra mim uma caneta BIC que ainda não foi lançada no Brasil .... hehehe
Caramba, desvirtuei totalmente o assunto do post .... rsrsrs
Abrs
Tudo bem, Riva, tudo relacionado ao passado.
ResponderExcluirOlha, o Salvatore colecionava canetas, você sabia? Fala com Roseli. Não sei se ela tem interesse em mante-las.
Abraço