A
imagem é de causar inveja aos meus amigos poetas Ricardo dos Anjos e Esther
Bittencourt, mas deixa aberta uma questão relevante.
Refiro-me a trecho da entrevista concedida
pelo novo presidente do Supremo Tribunal Federal a uma revista semanal, referindo-se
as práticas condenáveis que ocorrem em Brasília: “... eu internalizei muito a postura das garças,
que vivem em ambientes enlameados, nos manguezais e brejos, mas quando vão
pousar executam uma coreografia tão cuidadosa que conseguem preservar a alvura de suas penas.”
Bonito!
Poético, mas não é suficiente manter a alvura das penas, pois não basta
parecer, há que realmente não se sentir atraído pela lama dos brejos e
manguezais, e pelo visto as garças gostam de se alimentar do que neles se
contém.
E
Brasília, vamos combinar, esta muito mais para habitat de carcarás, gaviões e outros predadores impiedosos.
A
corrupção, a fraude, o desvio de verbas, o apadrinhamento só ocorrem em Brasília?
Claro que não. Mas lá SÓ ocorrem estes malfeitos, para usar uma expressão do agrado da
presidente.
Mas
a hipocrisia, o maucaratismo, a má-fé, a ganância, o gosto pelo enriquecimento
sem causa, está no meio de nós, em toda parte e latente em pessoas insuspeitas,
apenas aguardando a ocasião de se manifestar. Ou você pensa que não existem
milhares de Demóstenes?
Eu
não estou me excluindo, pois não fui ainda suficientemente testado. Já tive
chance de ficar rico, mas milionário ainda não.
No
outro dia meu filho Jorge, num post publicado em seu blog “Cavernaweb”, e que
reproduzi aqui no “Generalidades”, fez uma reflexão a respeito do fato de num
cubo haver sempre uma porção oculta, quaisquer que sejam os ângulos em que
tentemos observa-lo.
Assim
é o ser humano, por mais que achemos que conhecemos as pessoas, sempre haverá
uma porção, uma faceta, um aspecto da personalidade que não havia ainda se
manifestado e por isso desconhecíamos.
Se
calhar qualquer dia contarei alguns casos, sem dar nome aos bois evidentemente,
de clientes e amigos que pretendiam tirar vantagem de certas situações, de
oportunismos, obtendo o que chamamos enriquecimento ilícito.
A corrupção e a roubalheira sempre estiveram presentes nos meios políticos. E como bem disse o Luiz Fernando Veríssimo em sua coluna de ontem, nós a aceitávamos ou fazíamos vista grossa.
ResponderExcluirHavia roubo, mas também realizações.
Lembra do "rouba mas faz", do Ademar de Barros?
Pois é. Maluf é tido e havido como "ladrão", mas quantas vezes ele se candidate, tantas vezes será reeleito em São Paulo, porque fez muitas obras. Elas eram as fontes de lucro, com o superfaturamento.
Abraços
A economia girava !
ResponderExcluirrs rs
Abraços
Freddy
Falando em CUBO ...quem é verdadeiramente o Freddy ?
ResponderExcluirIh, como a visão engana; numa leitura rápida li macartismo ao invés de maucaratismo. Aliás não há muita diferença daquele tempo, principalmente aqui, atualmente, guardando algumas e devidas proporções.
ResponderExcluirAh, uma leitura imprescindível:
www.advivo.com.br/blog/luisnassif
Deem um rolé nesse site/blog e depois me contem...