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Rodney Gusmão Cavalcanti
Temos um canal aberto de televisão comercial que é reputado como dos melhores do mundo. Falo da TV Globo, lógico. A TV Globo formaria com as três grandes redes americanas, CBS, ABC e NBC, o primeiro time das TVs no mundo.
Rodney Gusmão Cavalcanti
Temos um canal aberto de televisão comercial que é reputado como dos melhores do mundo. Falo da TV Globo, lógico. A TV Globo formaria com as três grandes redes americanas, CBS, ABC e NBC, o primeiro time das TVs no mundo.
E, vamos admitir, em matéria de cobertura jornalística e de dramaturgia a Globo é especial.
As novelas são muito bem produzidas, haja vista o cuidado com as locações, os cenários, as reconstituições de época, tudo bem feito. Recriam no PROJAC, cidades inteiras que nos passam a idéia de mundo real.
E alguns de nossos atores e atrizes são muito bons.
Algumas novelas se destacaram pelo enredo bem elaborado, pelos cenários e pelo desempenho artístico. Isto já foi comentado aqui neste blog do Carrano, que trata de generalidades.
Mas ultimamente parece ter havido um esgotamento de temas, de histórias, de sorte que as situações se repetem assim como certos personagens.
Um autor copia do outro, com raríssimas exceções. Um bom exemplo de inovação de linguagem e de temática foi a novela “Cordel Encantado”.
Mas em compensação, a novela atualmente no horário mais nobre, é de um absurdo, de um ridículo sem par. Alguns personagens têm perfil psicológico doentio, o que me remete a mente do autor, que provavelmente tem desvios de conduta bem acentuados. Ele coloca como coisas corriqueiras, normais, comportamentos que de forma alguma se coadunam com o socialmente aceito. Acho que é um caso patológico, seja ele lá quem for.
Espero que a arte não esteja imitando a vida, e muito menos no caso da história e personagens dele, que a vida venha a imitar a arte.
Que saudades do Nelson Rodrigues, de dramaturgia forte, apimentada, que tangenciava o obsceno, feria o pudor e abordava a degradação humana, mas sempre com muito estilo.
E ao teatro e aos cinemas onde foram exibidas adaptações de suas peças, ia quem queria. Bem, tem razão, para o desagradável, para o vulgar na TV, tem a solução do controle remoto.
Mas deixemos de lado a deturpação mental do autor ora em cartaz para abordar outras bizarrices e vulgaridades que estão na telinha, ou telona.
Vocês já viram um espécie de reality que é protagonizado por cinco mulheres supostamente ricas de bens materiais, mas inteiramente pobres de espírito? Chama-se “Mulheres Ricas” é exibido na Band. Quanta vulgaridade, quanta falta de cultura e quanto desperdício de dinheiro.
Para competir com este show de vulgaridade temos o BBB em sua 12ª edição, cada vez mais apelativa. Ou a farta distribuição de bebidas, a realização de festinhas temáticas, a existência de camas e edredons não têm como objetivo a libidinagem, a excitação sexual?
Este tipo de reality, sem fortes cenas de sexo, sem este apelo que satisfaça o voyeurismo, não teria audiência, porque as pessoas que lá estão são vazias intelectual e culturalmente, as conversas são de um ridículo sem fim. Em geral estão tramando e maquinando, sem escrúpulos, como ganhar o milhão e meio de reais. A falsidade impera.
Aliás que o processo seletivo é bem feito. Porque as pessoas que participam realmente não têm limites éticos e morais.
Aquilo é na verdade uma surubada. E me admiro que um jornalista talentoso, como o Bial, tenha se transformado em leão-de-chácara. Poderá ficar rico, mas não fará história no jornalismo como poderia ter feito.
Mas a tv, e também o rádio, o showbiz, têm apresentado outras coisas absurdas, bizarras, grotescas, como o tal Teló e sua dancinha sensual. Olha aí de novo a apelação. Uma letra pobre e uma dança que remete ao coito, está fazendo sucesso no mundo todo.
Não me conforta o fato do mundo todo estar embarcando nesta vulgaridade.
Não posso deixar de comentar o show de selvageria, a pancadaria, a barbárie, que são estas lutas do UFC. Agora elevadas à categoria de programa nobre, na voz de Galvão Bueno. Espero que ele se consagre e seja efetivado por lá, porque só assim ficarei livre dele nas narrações de futebol.
Você sabia que a Luiza já voltou do Canadá?
Quem não sabe que a Luiza voltou?
ResponderExcluirEste comercial, de cunho regional, virou fenômeno nacional, com enorme exposição midia.
Valeu, Gusmão.
Abraço
E assim caminha a humanidade .... alguns já até elogiam o nível desses programas que vc mencionou.
ResponderExcluirE essa doença contagia também dirigentes, motoristas, artistas, enhenheiros, médicos ...
Como disse o Jabour há uns 10 anos, estamos sob o domínio do espantoso.
Sobre veicular comportamentos estranhos para, por exposição contínua na mídia de massa, se tornarem normais (ou socialmente aceitos), se não me falha a memória já foi assunto de debate quanto ao mundo gay na TV.
ResponderExcluirO povão, ao invés de ver nas novelas apenas uma peça de ficção, vivencia aquilo como se fora a extensão de um mundo ao qual em geral não tem acesso - dado que grande parte vive em classes muito baixas e carentes. O que é visto na TV então passa a ser meta, espelho de comportamento, realidade almejada.
Os autores, acobertados pela produção, veem nisso uma oportunidade de "catequizar" o povo a seu gosto pessoal.
Ah, sim, vale também para catequese política.
Abraço
Carlos
Gusmão,
ResponderExcluirAssisti a uma "chamada" para a novela do horário nobre e as cenas exibidas me provocaram engulhos. Na sequência, anúncio para o BBB quando se apresentaria o tal do Teló. Ai fui as vias de fato, e vomitei. (rsrsrs)
BBB e Teló, ao mesmo tempo, é para desidratar de tanto vômito.
Abraço
Vã esperança, Carrano: a arte imita a vida, sim... E também, como diz Woody Allen, "a vida imita a Arte, principalmente os piores programas de TV".
ResponderExcluirAlimentam-se mutuamente.
Acabo de moderar o comentário acima, do Ricardo dos Anjos.
ResponderExcluirComo ele se dirigiu a mim, estranhei. Fui ao post, e o que vejo?
Não dei o devido crédito ao autor do post, que é o mui estimado amigo e colaborador deste espaço, que sempre assina Gusmão.
Perdão, Gusmão (êpa, rimou)
E, por educado, você não estrilou.
Valeu, obrigado, Rodney.
Abraço
Carrano,
ResponderExcluirEstou desde cedo monitorando o blog, para ver as reações dos eventuais leitores. Se houvesse adesões a minha opinião, ou seja, comentários positivos de endosso, eu iria reivindicar a autoria. No próprio blog e em mail para você.
Veleu!
Abraço
Nossa! Nossa!. Tô pensando em colocar essa midi como toque no meu celular. Tirando o último gesto da coreografia, a música é inocente. Quem nunca falou um Ah! se eu te pego?
ResponderExcluirAntigamente diziam que a dança do Elvis era erótica.
Assistimos os desfiles de blocos, trios e Escolas de samba e alguns dos que censuraram a TV elogiam e gabam o rebolado das passistas que mais parece um ato sexual na vertical.
Em suma. Concordo com o autor do post, principalmente quando cita que temos a solução do controle remoto.
Em tempo Antes falar da volta da Luiza que da Geyse Arruda
Ana Maria,sabe que você aborda um fato que obriga a uma reflexão sobre a dança do Michel Teló?
ResponderExcluirNão que vá reconsiderar minha opinião de que se trata de uma idiotice, uma vulgaridade, mas a dança é tão ou mais inocente do que a das meninas do "É o Tcham", por exemplo.
Beijo
todas as novelas sao um lixo apelativo, isso nao é privelegio da das 9, veja ate em "malhação" é um dando pernada no outro, claro que de forma mais sutil, porem isso influencia do mesmo jeito. E nao É DE AGORA que isso acontece, a novela Tieta tinha pedofilia, incesto, traicoes, suicidio, etc.
ResponderExcluirAnônimo,
ResponderExcluirA regra do blog agora é não publicar comentários anônimos. Excepcionalmente o seu foi liberado.
Acho que a birra com novelas não está relacionada ao tempo, mas sim ao próprio modelo de dramaturgia.
Com a palavra o Autor do post, já de volta ao blog.