Este post foi publicado originariamente no blog do jornal Primeira Fonte, em http://primeirafonte.blogspot.com/2011/02/two-and-half-men.html. Na época, nas 8 primeiras temporadas, o personagem Charlie era interpretado pelo ator Charlie Sheen. Na última temporada, a nona, ainda não exibida aqui no Brasil, Charlie Sheen foi substituido pelo Ashton Kutcher. Não sei se será modificado o cenário. Logo, considerem os posters mencionados existentes nas 8 primeiras temporadas.
Principais personagens do seriado: os irmãos, a mãe deles, a ex-mulher de um deles, o filho do ex-casal e a empregada |
Earl Hines |
Dizzy Gillespie |
Um é do Earl Hines, pianista dos mais festejados; o outro é do Dizzy Gillespie, trompetista, uma das lendas do jazz, líder de orquestra e compositor, que juntamente com Charlie Parker foi uma das maiores figuras do movimento bebop* no jazz moderno.
O início da vitoriosa carreira de Earl Hines, foi com o Louis Armstrong que liderava uma banda denominada Hot Five. Para se ter uma idéia do quanto o Hines já era bom músico, basta saber que o Armstrong teve a coragem de barrar a mulher, que era a pianista do grupo, e substitui-la pelo ex-trompetista Earl Hines. Sim, Earl Hines foi trompetista inicialmente, assim como Ben Webster foi pianista antes de se consagrar no sax tenor.
Num determindo momento, que não sei precisar, mas não é relevante para nós aqui e agora, Hines constitui sua própria banda, que era o sonho e ambição dos músicos de jazz, naquela época. E nela chegou a atuar o outro personagem deste post, Dizzy Gillespie.
Após alguns anos, Hines acabou com sua banda e voltou a trabalhar com o Satchmouth (apelido do Armstrong), já gora com a nova banda deste último, chamada All Stars.
Por fim, liderou pequenos grupos que lhe davam suporte para exibir seu talento.
Dizzy Gillespie, aquele trompetista que inchava as bochechas (quem não lembra de sua imagem?), foi igualmente lider de pequenos grupos.
Não quero ficar aqui repetindo o que está disponível na internet. Acho que não é o que esperam de mim as editoras do blog, e também o importante leitor, por isso acrescentarei, apenas, ao que já falei sobre o Diz (ou seja , suas bochechas), que cubanizou o jazz, introduzindo o tempero latino das salsas. Este dado de sua biografia é muito destacado pelos críticos, pois realmente marcou uma época.
Dentre suas composições mais conhecidas, destacam-se "A Night in Tunisia" e "Con Alma".
Quando você ouvir falar em Dizzi Gillespie (trompetista), Charlie Parker (saxofonista), Miles Davis (trompetista), Coleman Hawkins (saxofonista), Sonny Rollins (saxofonista), Gene Krupa (baterista), Max Roach (baterista), Charles Mingus (baixista), Bud Powell (pianista), e Thelonious Monk (pianista), e alguns mais, reverencie, pois eles são os queridinhos dos experts em jazz. Você pode não gostar de algumas das coisas que registraram, mas guarde para você a opnião, porque o mínimo que farão é dizer que você não passa de um simplório, de um beócio.
São intérpretes “tarja preta”, cuja oitiva não é recomendada sem assistência de espcialista ou cuidados especiais.
Se você, entretanto, quer entender melhor, escutando, o que vem a ser o bebop (ou be-bop), sugiro ouvir qualquer coisa em que atuem, juntos, Dizzi Gillespie e Charlie Parker, eis que as gravações deles são, no dizer de um badalado crítico de jazz americano, que encontrei em meu alfarrabios, a “Pedra da Rosetta do Bebop”. “Nigth in Tunisia” seria o hino do bebop.
Não vou sugerir nada do bebop agora. Você terá que achar e ouvir por sua conta e risco. Pretendo chegar no bebop, assim como no cool ou no fusion, aos pouquinhos, para não assustar.
Mas ousarei sugerir Earl Hines, personagem deste post.
Existe um CD, duplo, intitulado “Earl Hines plays Duke Ellington”, no qual, óbvio, ele interpreta temas do grande bandleader e pianista.
São vinte faixas ao todo, e as minhas prediletas são:” Sophisticated Lady” e a indefectível “Caravan”.
* No dizer dos próprios músicos que desenvolveram o movimento, a finalidade declarada era ser tecnicamente difícil e intelectualmente arrojado, para alijar do meio músicos menos inspirados, no caso os brancos, principalmente os das big bands que começaram a fazer muito sucesso com o jazz, invadindo a praia dos negros. Racismo às avessas.
O personagem Charlie, mulherengo, beberão e viciado em jogo, solteirão convicto, era de um cinismo e de uma frieza que davam um tempero especial ao seriado.
ResponderExcluirPela crítica que li, nos USA, onde já está sendo exibida, a 9ª temporada não está agradando.
Quanto aos interpretes de jazz mencionados, assino em baixo em relação ao Earl Hines. O Gillespie, muito famoso, não me agrada muito.
Abraço
Gusmão
Carrano, tenho aberto alguns links no Youtube para ouvir algumas canções por você citadas nos posts sobre jazz. Consegui identificar um detalhe que explica minha dificuldade em admitir o gênero, ao menos várias de suas inúmeras versões: o uso de acordes dissonantes nos acompanhamentos.
ResponderExcluirCriado musicalmente numa rígida cultura erudita da época renascentista e clássica, os acordes dissonantes permitidos na harmonia eram poucos. Acostumei-me ao fato.
Essa minúcia me afastou imediatamente de um gênero muito cultuado no Brasil: a Bossa Nova, totalmente baseada em dissonâncias. Para mim é um som insuportável.
No entanto, não me vejo como um radical de modo que continuarei a seguir suas sugestões de jazz. Quem sabe descubro entre as 59+ vertentes do gênero alguma que me agrade?
Abraço
Carlos
O seriado já começou a ser exibido no Brasil, com novo personagem. Mataram o Charlie. O novo dono da casa também é milionário, mas ao contrário do Charlie que ganhou dinheiro compondo, o outro enricou na internet.
ResponderExcluirVamos ver o desenrolar.
Abraço
Gusmão