Cinema foi a melhor – e única – diversão da garotada nos longínquos anos 1940/1950, excluindo-se as brincadeiras de rua (passar o anel, roda, píque, chicotinho queimado e outras).
Estribado na grande frequência aos cinemas de Niterói, na infância; na bastante regular frequência na adolescência e na esporádica frequência na fase adulta, elegi meus heróis, os “mocinhos” a serem imitados e os legendários bandidos galantes.
Evidentemente que um personagem acaba por tomar o rosto de seu interprete nas telas, principalmente se não se conhece a verdadeira feição da figura real, quando existiu, ou da ficcional.
Vejamos alguns casos, com recursos de memória e o auxílio luxuoso e indispensável da Wikpédia/Google.
Os verdadeiros irmãos Jesse e Frank James |
Jesse Woodson James foi um fora-da-lei, do Velho Oeste dos Estados Unidos da América, conhecido por seus roubos. Porém, Jesse nem sempre foi um fora-da-lei. Antes de entrar para o mundo do crime, ele e seu irmão Frank eram agricultores.
É considerado por muitos historiadores como um dos melhores cowboys a utilizar a arma. Alguns dizem que seu primeiro assassinato ocorreu com 14 anos de idade.
Um dos bandidos do velho oeste mais celebrado pelo cinema, Jesse James. O homem que se viu falido depois da Guerra da Secessão e aterrorizou, pelo menos, seis estados norteamericanos em poucos anos, foi morto por Robert Ford em 3 de abril de 1882 e acabou entrando para a mitologia contemporânea como uma pessoa resoluta, firme e de ótimas intenções.
Com sua gangue debandada por prisões, mortes e desistências, Jesse achou que só restavam dois homens em que ele podia confiar: os irmãos Robert Ford e Charley Ford. Charley já conhecia Jesse, mas Bob era um recém-recrutado. Jesse levou os irmãos Ford para acompanhar ele a a família. Houve rumores de que Jesse tinha tido um caso com a irmã dos Fords, Martha Bolton. Jesse não sabia que Bob Ford havia secretamente negociado com o governador do Missouri, para entregá-lo.
Em 3 de abril de 1882, após comer o café da manhã, os Fords e Jesse James faziam os preparativos para outro roubo e cuidavam dos cavalos. Jesse estava sem o paletó e sem as armas e foi descrito que ele removia o pó de um quadro, subindo em uma cadeira. Robert Ford aproveitou a oportunidade e atirou em Jesse na cabeça.
O personagem real - Jesse James - matava mesmo, e como se viu começou cedo, aos 14 anos de idade, segundo relatos históricos; roubava muito e era tão contra a abolição da escravatura que jurou matar todo negro livre do Missouri, mas mesmo assim Hollywood sempre o retratou como um herói trágico, o homem que não teve saída a não ser cair no crime.
Contam-se as dezenas os livros relatando as aventuras deste bandido/herói, e as biografias pouco discrepam. Sua vida, suas aventuras e sua morte por assassinato, num ato de traição de um dos integrantes da quadrilha, já foram adaptados para o cinema e foram vários os atores que fizeram o papel de Jesse James.
Curiosamente, o primeiro cara a retratar Jesse James no cinema (mudo) foi justamente Jesse James Jr, seu filho. Ele era advogado, passeava por aí com pseudônimo de Tim Edwards, justamente para não ficar relacionado com o pai, mas quando o velho foi reabilitado pela história como um produto social da America pos-Guerra Civil, pode sair do ostracismo e estrear dois filmes em 1921. Em um deles, sua irmã atuou como coadjuvante.
Esta versão eu não assisti. Mas assisti a filmada em 1939, quando o bandido caiu nas graças do público porque foi interpretado por Tyrone Power, astro e símbolo sexual (para as mulheres) da época. O título do filme é “Lenda de Uma Era sem Lei”, de Henry King, e Henry Fonda fazia seu irmão, Frank James.
Na minha memória e no meu imaginário, Tyrone Power era a imagem de Jesse James. E ninguém interpretou e jamais interpretará o vilão real, e ao mesmo tempo lendário, do que Tyrone Power.
James Bond, também conhecido pelo código 007, é um agente secreto fictício do serviço de espionagem britânico MI-6, criado pelo escritor Ian Fleming em 1953.
O personagem foi apresentado ao público em livros de bolso na década de 1950, com a novela Casino Royale, tornando-se um sucesso de venda e popularidade entre os britânicos e, logo a seguir, entre os países de língua inglesa. Na década seguinte, os livros viraram uma grande franquia no cinema, a mais duradora e bem sucedida financeiramente, com um total de vinte dois filmes oficiais, começando com O Satânico Dr. No, em 1962.
Ian Fleming escreveu doze livros e dois contos sobre ele, antes de morrer, em 1964. Após sua morte, outros livros subsequentes foram escritos por Kingsley Amis e Raymond Benson, entre outros. Quem primeiro interpretou o famoso agente que tem licença para matar foi o ator Sean Connery, no citado filme “O satânico Dr. No”.
E, desde então, pelo menos para mim, o Agente 007 tem a imagem e semelhança do ator escocês. Nenhum outro fez, ou fará, já que é inesgotável a fonte (franquia), este agente do serviço secreto britânico.
Tarzan é um personagem de ficção criado pelo escritor estadunidense Edgar Rice Burroughs no romance Tarzan of the Apes, de 1912. O personagem aparece em dezenas de livros e em diversos contos avulsos. Outros escritores também escreveram obras com o herói, como Barton Werper, Fritz Leiber, Philip José Farmer e outros.
Tarzan é filho de ingleses, porém foi criado por macacos ("manganis", na linguagem dos símios, criada por Burroughs) na África, depois da morte de seus pais. Seu verdadeiro nome é John Clayton III, Lorde Greystoke. Tarzan é o nome dado a ele pelos macacos e significa "Pele Branca".
E quem, na minha opinião, representou o filho das selvas de maneira definitiva, senão o ator Johnny Weissmuller, ex-campeão olímpico de natação.
Robin Hood é um herói mítico inglês, um fora-da-lei que roubava dos ricos para dar aos pobres, aos tempos do Rei Ricardo Coração de Leão. Era hábil no arco e flecha e vivia na floresta de Sherwood. Era ajudado por seus amigos "João Pequeno" e "Frei Tuck", entre outros moradores de Sherwood. Teria vivido no século XIII, gostava de vaguear pela floresta e prezava a liberdade. Ficou imortalizado como "Príncipe dos ladrões".
Tenha ou não existido tal como o conhecemos, Robin Hood é, para muitos, um dos maiores heróis de Inglaterra.
E no cinema foi representado, entre outros, pelo ato Erroll Flynn. Inigualável neste papel.
Hector Savinien de Cyrano de Bergerac ( Saviniano Hércules Cyrano de Bergerac foi um escritor e duelista que se tornou mais conhecido pelos muitos trabalhos de ficção que têm sido feitos sobre sua vida. Nessas histórias, ele é sempre retratado com um grande nariz, em especial na peça feita por Edmond Rostand sobre sua vida.
Cyrano de Bergerac numa gravura do século XVII |
Cyrano de Bergerac nasceu em uma família parisiense, e passou a infância em Saint-Forget Estudou e viveu em Paris, enquanto não estava em campanha militar. Ele não era, portanto, um gascão. Somente em 1638 adiciona “de Bergerac” a seu nome, quando deixou a casa paterna e foi para Paris.
Li o romance, que peguei na Biblioteca Pública Estadual, existente na Praça da República, em Niterói, bem defronte ao Liceu NiloPaçanha, onde eu estudava.
Mas só assisti a uma versão cinematográfica, que foi o quanto bastou para eu associar, definitivamente, o personagem, ao ator Stewart Granger. NInguém fez ou fará melhor do que ele.
Os atores abaixo encarnaram de forma definitiva os personagens acima relacionados. E nenhum outro, de tantos quantos fizeram os mesmos papeis no cinema, sequer se aproximou da imagem por eles criada.
Stewart Granger (Londres, 6 de maio de 1913 - Santa Mônica, 16 de agosto de 1993) foi um ator norte-americano nascido na Grã Bretanha. Interpretava galãs heróicos e românticos em filmes de ação e aventura, tendo sido durante os anos 50 um dos mais bem-sucedidos sucessores do astro do gênero Errol Flynn. Em 1956 Granger se naturalizou americano.
Errol Leslie Thomson Flynn (Hobart, 20 de junho de 1909 — Vancouver, 14 de outubro de 1959) foi um ator nascido na Austrália e radicado nos Estados Unidos da América, tendo se naturalizado cidadão estadunidense em 1942.
Johnny Weissmuller, nascido János Weißmüller, (Timişoara, Romênia, 2 de junho de 1904 - Acapulco, México, 20 de janeiro de 1984) foi um atleta e ator estadunidense, por naturalização, famoso por interpretar Tarzan, o personagem de ficção criado pelo escritor Edgar Rice Burroughs.
Edmund Power, Jr. (5 de maio de 1914 – 15 de novembro de 1958), creditado geralmente sob o nome Tyrone Power e conhecido, algumas vezes, como "Ty Power", foi um ator americano de cinema e de teatro, que atuou em diversos filmes entre os anos 30 e 50, em papéis de capa-e-espada ou personagens românticos.
Thomas Sean Connery (Edimburgo, 25 de agosto de 1930) é um ator britânico, nascido na Escócia. É famoso desde a década de 1960 pelo papel no cinema do agente secreto do MI-6 britânico, James Bond, criado pelo escritor Ian Fleming. Nestes mais de quarenta anos de estrelato, Connery construiu uma sólida carreira cinematográfica após deixar o personagem de 007 em 1971, estrelando filmes importantes e populares nos anos seguintes. Por sua contribuição às artes cinematográficas e ao Império Britânico, foi sagrado Sir* pela rainha Elizabeth II em 2000, apesar de ao longo de toda a vida ter lutado pela causa da independência da Escócia do Reino Unido.
*Sir ("Senhor", em inglês) é o título nobiliárquico britânico superior a baronete, inferior a barão, e significa aquele que tem domínio sobre algo ou alguém.
Para início de conversa perdão pelo equívoco, comentando na post errado. Eu disse lá, o seguinte:
ResponderExcluirVocê esqueceu de outros personagens do velho oeste que viraram lendas e já foram apresentados no cinema por vários atores: Wyatt Earp e Bat Masterson, por exemplo.
Que atores fizeram melhor? Ou ninguém fez melhor do que quem?
E entre personagens femininas, Cleópatra, por exemplo, quem fez melhor?
Aguardo próxima edição.
Abraço
Gusmão
OK, Gusmão, acontece.
ResponderExcluirMinha intenção não era esgotar o assunto. A idéia, além de deixar registrada minha opinião, é instigar eventuais leitores para que criem sua galeria de personagens e eleja o elenco de sua predileção.
Abraço
Estou passando por uma fase de negação. Negação do passado. Deve ser a crise dos 60. Não sinto saudade de praticamente nada (exceto minha mocidade), ainda mais de cinema e TV. Pra quem ainda não sabe: conto nos dedos dos pés e mãos as vezes em que entrei num cinema em minha vida.
ResponderExcluirSeriados de TV assisti, mas não sinto saudades de nenhum.
Acontece também com a música. Apesar de ter sido fanático por rock dos anos 65/79 (principalmente progressivo), hoje só ouço bandas do final dos anos 90 e aquelas do século XXI.
Talvez haja algum exagero no que disse, mas as exceções apenas confirmam a regra.
Contudo, Carrano, manda brasa! A gente tá seguindo!
Valeu, Carlos Frederico!
ResponderExcluirObrigado pela participação, embora que para manifestar seu desinteresse pelo tema.
Quem melhor fez Nero no cinema?
ResponderExcluirEu tenho minha escolha, vou esperar sua opinião.
Abraços
Gusmão
Intérpretes são como amores. Lembramos do primeiro, mas os seguintes tb deixam suas marcas. A diferença de idade faz com que alguns dos exemplos citados não entrem nos meus preferidos. Mas, só pra mostrar que tenho memória faço questão de citar o Hopalong Cassidy, Roy Rogers e o cowboy inesquecível do Jonh Wayne.
ResponderExcluirAna Maria,
ResponderExcluirO que pretendia era destacar interpretes de personagens reais ou ficcionais, que tenham sido representados nas telas por mais de um ator.
Exenplo: James Bond
Além do Sean Connery, viveram o papel pelo menos mais 4 atores cujos nomes sequer me recordo. Minto, lembro do Roger Moore.
Tarzan também teve vários interpretes. Todos os citados tiveram.
Eu elegi os que se destacaram em minha opinião.Por isso ninguém fez melhor do que...
Beijo