Esta expressão – cara-de-pau – que o Aurélio registra como equivalente a caradura, tem o seguinte significado: 1.Pessoa cínica, impudente, sem-vergonha.
Pois é assim que rotulo a governador Sergio Cabral Filho. E é com extrema tristeza que o faço, pois sou admirador de seu pai, o jornalista de mesmo nome, a quem respeito por sua cultura e simplicidade. Além, claro, de ser vascaíno. Como? O Sergio governador também é? E daí, o Eurico Miranda também é. Se as famílias por vezes têm suas ovelhas negras, porque nas torcidas dos clubes não haveria?
Mas voltando ao tema caradura, acho que a atitude do governador é exemplo típico. Depois de se locupletar, com ligações estranhas, perigosas e suspeitas, sugeriu que fosse baixado um código de ética para governantes no Rio de Janeiro.
Em outras palavras fez o que popularmente, em linguagem cifrada, se diz quando uma oportunidade passou: “Quem beijou, beijou; quem não beijou não beija mais, pois vou fechar o caixão”. Ou como se dizia nos tempos d’antanho: “Acabou-se o que era doce, quem comeu arregalou-se”.
Lendo e ouvindo, no noticiário, sobre este episódio, lembrei-me de uma história, que minha mulher conta como verídica, que teve meu sogro como personagem.
Consta que fizeram em casa um refresco de maracujá, servido bem gelado. Meu sogro teria tomado dois copos e, em seguida, sentenciado: “Está muito forte, pode botar mais água”.
Ou seja, se empanturrou do refresco gostoso e depois sugeriu aguar mais, diminuindo o sabor para os demais.
Sem comentários Foto obtida no website globo.com |
Mas cara-de-pau tem em tudo quanto é lugar, cidade, estado ou país. Querem mais cara-de-pau do que os juízes de um tribunal desportivo da Rússia, que acolheu a tese de um torcedor mais caradura ainda, que teria cometido um ato racista, oferecendo ao jogador brasileiro Roberto Carlos, uma banana. Segundo o torcedor, ele esticou o braço para fora do gradil, para evitar que a banana fosse amassada porque havia muitos torcedores em volta dele. O tribunal o absolveu.
Vejam a foto e digam se é não é de um cinismo sem tamanho a alegação do torcedor.
Um trecho desse post me lembrou de testemunho de colega, que presenciou estranho diálogo numa barca em Vitória. Debatia-se sobre a sucessão de FHC, Lula já eleito, e sobre o esperado choque de moralidade.
ResponderExcluirEntão um PTista, sentado próximo, deu seu aparte: "- Por que só agora, que assumimos o poder, é que vocês esperam o término das mamatas? Pois chegou a nossa vez de usufruir!"
Fecha o pano, pois cumpre-se à risca o aparte do PTista anônimo.
Agora sobre bananas...
ResponderExcluirComo um brasileiro pode reclamar da banana oferecida a RC se a massa aplaude freneticamente a instauração oficial do racismo no Brasil? Sim, a criação de cotas disso e daquilo nada mais é que segregar, dividir a população em raças e dar benesses a uma parte.
Racismo não é só perseguir, é também privilegiar.
Prezado Carlos,
ResponderExcluirConcordo inteiramente quanto ao sistema de cotas. Aliás que já escrevi muito sobre isto aqui no blog.
Abraço
É que eu comecei a segui-lo há pouco tempo.
ResponderExcluirPra ser sincero, os de política são os blogs que menos me interessam. A coisa aqui tá feia, não é?
Além do mais, na nossa idade, às vezes a gente esquece o que já leu e se torna repetitivo...
As últimas piadas de hoje falam em 400 a 1700 anos de cadeia pra uns e outros. Devemos ser palhaços, na opinião deles...
Mais sobre caras de pau, apesar de que na opinião esses são criminosos inescrupulosos e deveriam receber pena de prisão perpétua: aqueles que desviaram as verbas encaminhadas pelo governo para ajudar as vítimas da tragédia na serra.
ResponderExcluirFoi notícia de primeira página do Globo deste domingo e me deu náuseas. A situação dos bairros atingidos em Friburgo (que são os que conheço) é de penúria.