Eu morava num flat, bem pertinho, na Rua Cardeal Arco Verde e fiz boa camaradagem com um dos feirantes. Além do preço baixo, ele me permitia levar os discos escolhidos para ouvir “em casa”. Se eu gostava, pagava; se não, devolvia.
Comprei muita coisa boa, usada. Não diria raridades, mas preciosidades. Por vezes confabulava com meus botões: por que alguém se desfaz de um disco deste?
Não preciso dizer que estou falando dos bons e velhos LP, que em boa hora estão sendo ressuscitados.
O problema é que não tenho mais vitrola. Acho que com a volta dos vinis, valerá a pena investir num toca-discos, até porque poderei voltar a ouvir o que tenho em vinil e não adquiri em CD. Sim, porque com o fim dos LPs e a inutilização, por tempo de uso, de minha vitrola (não achava mais agulhas de cristal adequadas), passei a comprar álbuns que já possuía, influenciado pelos discursos de que alguns registros remasterizados tornavam o som mais limpo, sem ruídos, nos CDs. Que saudades dos chiadinhos e até empenos dos meus discos de 33 totações.
Outra fonte de abastecimento que acabou, foi a cadeia internacional de lojas de discos Tower Records, que fechou suas portas no ano de 2006.
Nas viagens de meus filhos a NY, sempre encomendava alguma coisa que não estava disponível no mercado brasileiro. Conseguí, deste modo, muito antes de serem importados pelas lojas especializadas aqui no Rio de Janeiro, as únicas 4 gravações feitas em estúdio pela fantástica dupla Ella Fitzgerald&Louis Armstrong.
Agora no final de 2010 fechou suas portas uma das mais tradicionais e respeitadas lojas de discos da cidade do Rio de Janeiro, a Modern Sound. Funcionou não sei exatamente por quanto tempo, mas certamente por mais de 30 anos.
Atualmente as músicas são “baixadas” na internet e são ouvidas em traquitanas as mais variadas, até mesmo telefone celular.
Eu continuo com meus discos, minhas fitas cassete, minhas fitas de vídeo VHS, contendo shows e festivais, ocupando espaço, empoeirando e mofando.
Nos dias que correm, o poeta guardaria em sua casa de campo, os amigos, seu Kindle e seu IPad, e nada mais.
Nos dias que correm, o poeta guardaria em sua casa de campo, os amigos, seu Kindle e seu IPad, e nada mais.
Mas relíquias devem ser preservadas, senão o questionamento que eu fazia quando comprava na feira de antiguidades obras que eu achava valiosíssimas sob o ponto de vista artístico, não entendendo como alguém poderia descarta-las, alguém fará (o questionamento) a meu respeito.
Acompanho seu blog e posto comentários que são, na mesma hora, disponibilizados para você autorizar a publicação, em certo ponto, a tecnologia abre portas e torna tudo mais simples, mas, eu mesma, não dispenso o VHS. hahaha
ResponderExcluirBjs