2 de dezembro de 2010

Raízes

Tenho raízes na comuna de Tramutola, que pertence à província de Potenza, capital da Basilicata. Segundo consta, os Carranos (do meu ramo) são de lá. Muito chiques, temos até brazão. Quem entra em meu website (http://www.carrano.adv.com.br/) encontra o dito brazão e correndo o cursor do mouse sobre o mesmo, sabe mais detalhes.

Um primo, Pedro Henrique, fez um belo trabalho de pesquisa e com o título de “Encontro com os Ancestrais” publicou a origem histórica da família, remontando ao início do século XVI. Na rede tem trechos do aludido livro. Em Tamutola nasceu meu bisavô, Carlo Michele Carrano, que veio para o Brasil e se fixou na cidade de Piraí. O processo de inventário dele é documento histórico do município e está arquivado na prefeitura. O filho dele, meu avô, José Carrano y Segovia, dá nome a uma rua na cidade de São Gonçalo.

Mas uma porção de meu sangue, vem da península ibérica, de Portugal, mais precisamente da cidade de Vizeu, pronunciado por minha avó materna, que lá nasceu, como Vigeu. Fica no distrito de mesmo nome, na região de Trás-os –Montes.

Hoje a cidade é referência vinícola, pois lá estão localizadas algumas quintas importantes. Quando minha avó deixou a cidade, as plantações importantes eram de castanhas.

Lembro perfeitamente que certa feita, relatando como era sua casa e sua vida por lá, ela me disse: "M’o neto, ainda hás de lá ire, para ver como andam os castanheiros que por lá deixei."*
Eu tinha algo como 9 anos de idade. E a previsão que ela fez ainda não se concretizou. Já estive por perto.

O pai dela, meu bisavô, segundo relatava, era “construtor”. Com boa reputação profissional. Fazia casas predominantemente de pedras. Esta avó, de nome Ana, teve e criou, seis filhas e um filho, de dois casamentos.

Já a outra avó, do ramal paterno, era bem brasileira. Chamava-se Etelvina, e nasceu em  Campos, cidade de origem de seus ancestrais.

Este fato, se aprofundado, me levaria a uma senzala ou a uma tribo, quem sabe dos Goytacazes.

Fernando Henrique Cardoso já asseverou que os brasileiros temos um pé na cozinha. No meu caso os indícios, como se vê, são consistentes.

* Outras expressões comumente usadas por minha avó, ainda estão na minha memória e ouvidos. Eu gostava sobretudo do : "anda cá ao pé de mim", quando me queria por perto. Usava muito ,também, a palavara consoante, com significado de conforme, mas pronunciado de forma peculiar, qualquer coisa como "cons'ante". E as comidas típicas? Um dia falo delas.

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