24 de novembro de 2010

Ser ou estar

No outro dia escrevi sobre ser, na política, de direita ou de esquerda.

Lembrei, até, de uma frase do Gal. Golbery, numa entrevista nas páginas amarelas, de VEJA, quando ele disse que no Brasil ninguém é de esquerda, estão na esquerda.

Pois muito bem. Lembram do Paulo Francis? Jornalista polêmico e respeitado, na juventude foi militante de esquerda. Anos mais tarde, já consagrado, correspondente em New York, apaixonou-se pela cidade de tal sorte que ousou afirmar que se um dia o mundo fosse acabar, não haveria lugar mais interessante para acompanhar o desfecho. Mais ainda, sem abandonar, filosoficamente, o interesse pela melhoria de vida dos mais humildes, certa feita disse que continuava empenhado e interessado na causa dos desvalidos, desde que pudesse mante-los à distância. O seja, luto pela causa deles, mas os quero à distância.

Lembra quem? João Figueiredo, ex-presidente, que disse que o povo fedia.

O fato é que o Francis, ao descobrir alguns prazeres da vida, migrou para o lado que os oferecia.

Agora vem o Caetano Veloso e afirma em sua coluna dominical que: "Mas os Estados Unidos ainda são o país mais hospitaleiro para quem queira pensar, experimentar, pesquisar. Basta ter isso em mente – nem precisa lembrar Gershwin – para entender que o antiamericanismo é prova de fraqueza de espírito."

O fato é o seguinte, o que é bom, para o bem e para o mal, é oferecido pelo regime de economia de mercado, pela livre iniciativa, pela plena liberdade de expressão ( o Franklin Martins, não aprendeu ainda)

Voltando as coisas boas, e mudança de pinião, lembro de um certo presidente, que depois de provar um Romanée Conti, abandonou seu discurso de campanha e adotou política arquitetada pelos socialistas liberais.

De igual sorte o Mao Tse Tung, não era tão leal aos seus princípios de igualdade. Ou era apenas na aparência do traje, aquela espécie de uniforme usado pelos chineses , mas que bem de perto era fácil distinguir uma boa diferença: o dele era de seda.

Toda esta digressão é a propósito de algumas celebridades e intelectuais (?) que emprestaram seus prestígios apoiando a candidata Dilma.

A opinião é do Vargas Llosa, em Veja, “... omissis... ser esquerdista garante regalias. A esquerda fracassou em tudo, menos no controle da cultura. Isso foi possível porque a direita é muito ignorante e também por não ter se preocupado em utilizar a cultura ideologicamente, politicamente. A esquerda sim. Como resultado muitos intelectuais e artistas , inclusive aqueles que não militam na esquerda, jamais se atrevem a criticá-la”

Digo eu, eles bebem whisky escocês, têm propriedades (casas, apartamentos), carros importados, aplicações financeiras, trocam a ideologia por indenizações e pensões (né!? Ziraldo) e desfrutam de outras benesses do regime capitalista. Claro. Ninguém é de ferro.

Faz-me rir.

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