14 de setembro de 2010

Viúva Clicquot

Muitos não conhecem. Alguns ouviram falar. Poucos sabem de quem e do que se trata.
A personagem título é a responsável pela respeitabilidade e pelo sucesso comercial de um champagne que leva seu nome, não de batismo, mas de casamento. O nome que acabou por consagrar como sinônimo de fino champagne – Clicquot – advem de seu marido François Clicquot.

Também não sabia, mas estou lendo um livro muito bom, que a par de contar a biografia da corajosa e empreendedora dama, née Barbe-Nicole Ponsardin e que enviuvou aos 27 anos de idade, oferece o cenário e o ambiente político-social no qual ela nasceu e foi criada.

E é exatamente deste período histórico da França, com reflexos positivos em outros países, inclusive os USA, que quero falar.

Aqui os enólogos e sommeliers não têm vez. Champagne é para se beber.

Tanto é verdade que cogitei de intitular o post de Carga Tributária.

A revolução francesa, que derrubou a monarquia e levou à guilhotina Luis XVI* e sua mulher, Maria Antonieta, em julho de 1789, teve como uma das causas principais os escorchantes impostos e taxas cobradas pela coroa, pelos nobres e pelo clero.

Mesmo sendo dono da terra, o agricultor poderia ter que pagar até 40% aos nobres e ao clero, só para poder ter o direito de colher e esmagar suas uvas.

Quem diria que passados séculos, mudado o regime político, e malgrado os avanços científicos e tecnológicos, temos hoje uma carga tributária que ultrapassa os absurdos 40%, que resultaram na revolução.

Há em São Paulo um painel, chamado Impostômetro, que mede quanto pagamos de impostos e que aponta que será atingido o estratosférico valor de um trilhão de reais (R$ 1 trilhão) antes do Natal.

É óbvio que não estou propondo que a sociedade se comporte como na França de 1789, quando foram acertadas velhas contas com o poder constituído. Longe de imaginar que o vandalismo, as atrocidades, os espancamentos dos governantes seriam uma solução. Que dá vontade , dá. Mas temos que reprimir.

Vamos, nas urnas, iniciar uma mudança de postura, de cidadania, de responsabilidade social.

A quem gosta de vinhos, em especial de champanhe e a quem gosta de história geral, não só da bebida, recomendo a leitura de A Viúva Clicquot, de Tilar J. Mazzeo (americana que não é parente do Bruno), e ditado pela Rocco.

* Luís XVI de Bourbon, nascido em 23 de agosto de 1754 em Versalhes e executado em 21 de Janeiro de 1793 em Paris, foi rei da França (1774-1791) e esposo de Maria Antonieta da Áustria (com quem se casou com 16 anos).




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