12 de abril de 2010

Lido nas folhas

Última parte das notícias colhidas na imprensa  nos dez dias passados.

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Morreu Armando Nogueira e, como não poderia deixar de ser, foram muitas as crônicas, as matérias e as reportagens homenageando o jornalista e comentarista esportivo, que cultuava a palavra, tendo com elas uma relação respeitosa. Grande frasista, cunhou algumas que são verdadeiras perolas, vira e mexe recorrentes nos meios da crônica esportiva e jornalismo em geral.


A minha preferida, é aquela através da qual ele prestou reverência a Pelé, e que transcrevo de memória (se me engano, é por pouco): “Ele já era antes de ser, e continuou sendo mesmo depois de ter sido.”

Grande Armando, membro ilustre de uma plêiade de grandes comentaristas esportivos, muitos dos quais foram seus companheiros na Grande Resenha Facit, tais como João Saldanha, Nelson Rodrigues, José Maria Sacassa, Oldemário Toguinhó e outros.

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Duas notícias diferentes, mas que eu associo posto que dizem respeito a ocupação de solo urbano.

A primeira trata do fechamento da Avenida Rio Branco, no centro do Rio de Janeiro, que será transformada num grande parque urbano para pedestres.

A segunda diz respeito a “importação” de mestres calceteiros, que virão, por “empréstimo” de Portugal, para formar, no Rio de Janeiro, outros profissionais desta arte de fixar, uma por uma, as pedrinhas de arenito (as brancas) e basalto (as pretas). Foi criado, para tal fim, o projeto “Tapetes de pedra, tatuagens urbanas”

Quem viajou a Europa sabe da excelência dos trabalhos dos calceteiros, que assentam com perfeição as pedrinhas, criando lindos tapetes. Vale registrar que as calçadas e praças revestidas com este material, lá, são absolutamente lisas e formam magníficos desenhos. E é do alto que se pode admirar a perfeição do trabalho.

Tomara que o calçadão da futura Rio Branco seja feito com este nível de qualidade, por artesãos qualificados.

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Há trinta anos, nas pesquisas de opinião pública, a propósito do desempenho e credibilidade das empresas prestadoras de serviços, muitas hoje privatizadas, e órgãos públicos, o prestado pelos Correios era reputado como excelente. Em geral este serviço de entrega postal ficava colocado nas primeiras posições. Tinham os Correios a maior credibilidade. E com alguma razão.

Os demais serviços públicos eram, como são, tão ruins, que os Correios, embora não prestassem um serviço admirável, acabava por se destacar.

Agora, o nível de credibilidade baixou muito e o serviço postal entrou no rol dos ineficientes, que causam aos usuários dissabores, aborrecimentos e prejuízos.

E não foi só a qualidade do serviço que degradou. A qualificação e a seriedade dos dirigentes e funcionários também.

Além do episódio, triste, envolvendo o loteamento da empresa pública e favorecimentos políticos (vide caso Roberto Jefferson), agora boa parte do que se envia não chega ao destino ou, se chega, é com enorme atraso.

Mas eles se suplantaram, em matéria de falta de respeito para com o usuário dos serviços, segundo leio na seção “Mala Direta”, do Globo.

O missivista reclamante, conta que enviou três correspondências internacionais para Espanha e Estados Unidos, em datas diferentes. Pois bem, as três foram violadas, chegando ao destino sem o conteúdo. O lesado registrou a reclamação na Ouvidoria (os Ouvidores, em geral, são surdos e apegados aos seus empregos), e nada aconteceu.

Contatados pelo jornal, responderam, descaradamente, que “para apuração e providências" é preciso que os destinatários, repito, os destinatários, formalizem pedido de informação junto as administrações postais.

Agora imagine você, pequeno empresário, num esforço de colocar seu produto no mercado externo, envia amostras ou catálogos e os destinatários não os recebem. Aí você, que é o interessado, tem que dizer para o potencial comprador, que em princípio não está nem um pouco focado no produto, que ele tem que procurar o serviço postal de seu país, para reclamar que não recebeu encomendas. Seria hilariante, se não fosse trágico.

Imagino o destinatário ouvindo que precisa adotar providências pelo evento, que vamos chamar logo de furto, com vontade de dizer... o que não devo mencionar em respeito as crianças que estão na sala neste horário.

Se você tivesse apenas R$ 10,00 reais para apostar, e não pudesse correr o risco de perder seu rico dinheirinho, em quem apostaria como autor do furto? O serviço postal do Brasil? Ou quem sabe, vai ver, coincidentemente Espanha e Estados Unidos têm os mais desonestos servidores do mundo em seus serviços postais. Que falta de sorte, hein?!

Manchete da edição de O Globo, do dia 4 deste mês, domingo, da uma boa pista da resposta.

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